Politica

Após café-da-manhã, aliados demonstram confiança em aprovação de reformas

Membros da base negaram que encontro tenha ocorrido para debater provável queixa de Janot contra Temer

Guilherme Mendes - Especial para o Correio
postado em 13/09/2017 12:53
Café da manhã com líderes da base aliada na CâmaraDeputados e ministros presentes à Câmara dos Deputados na manhã desta quarta-feira (13/9) demonstraram confiança em relação ao avanço da agenda do governo nas próximas semanas. O encontro marcou a assinatura de uma série de medidas tomadas pela Câmara, que entre cortes no orçamento e venda da folha de pagamento, trará uma economia de R$ 457,5 milhões aos cofres públicos.

Ao chegar ao Congresso, o ministro-chefe da secretaria de governo, Antônio Imbassahy, negou os rumores de que a reunião teria sido para tratar de uma provável segunda denúncia do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot - que pode ocorrer ainda esta semana. "O encontro teve um só objetivo: compartilhar os bons resultados da economia", afirmou.

O ministro não comentou em que maneira tais dados positivos vão auxiliar o governo a seguir com a agenda de reformas, entre elas a previdenciária, principal projeto em pauta neste segundo semestre. Mesmo assim, o tucano acredita na capacidade da base em aprovar o projeto.

[SAIBAMAIS]A afirmação do ministro dos transportes, Maurício Quintella, de que a base precisaria se reagrupar para aprovar a reforma da previdência, foi minimizada pelo ministro e por deputados. "A base não está esfacelada - a base está unificada", afirmou o deputado Beto Mansur, do PRB paulista.

Denúncia. Mansur, que também esteve presente ao café-da-manhã com Temer, não se mostrou preocupado com uma provável nova denúncia na próxima semana. "Estamos numa época de muito denuncismo. Nós vamos debater na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e o governo tem votos para barrar na Comissão".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que a delação do dono da J Joesley Batista e a primeira denúncia contra Temer feita por Janot atrapalharam a agenda de votações na Casa. "De fato, nós tínhamos as condições de votar a [reforma da] Previdência no final de maio, ou no início de junho, mas a responsabilidade da PGR não é aguardar a pauta da Câmara pra tomar uma decisão que ele considera madura. Não seria correto nós responsabilizarmos outro poder ou a PGR pelo atraso na votação", concluiu.

Imbassahy ainda citou "intercorrências" que impediram a votação momento apropriado - no caso, a delação de Joesley e a primeira denúncia de Temer. Quando questionado sobre o impacto que uma nova denúncia poderia ter na organização da base aliada, Imbassahy se limitou a dizer que a situação exigirá "cautela" e que a situação será diferente.

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