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Lula: "Se acham que não vou ter força para ser cabo eleitoral, testem"

O ex-presidente afirmou ainda que espera um pedido de desculpas do juiz Sérgio Moro, que o condenou no caso do triplex do Guarujá (SP)

Agência Estado
postado em 10/10/2017 08:49
Lula durante um ato em defesa das universidades públicas em Brasília
Condenado a 9 anos e 6 meses de prisão em primeira instância, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nessa segunda-feira (9/10) que está "lascado", mas desafiou seus acusadores a ver o que acontecerá se o impedirem de ser candidato à Presidência em 2018. "Eles agem todo santo dia para me tirar da disputa. Não me deixam ser candidato e pronto. Se eles acham que, me tirando da disputa, está resolvido o problema deles, façam e vamos ver o que acontece no País. Se acham que não vou ter força para ser cabo eleitoral, testem", afirmou o petista durante um ato em defesa das universidades públicas em Brasília.

[SAIBAMAIS]O ex-presidente afirmou ainda que espera um pedido de desculpas do juiz Sérgio Moro, que o condenou no caso do triplex do Guarujá (SP). "Não quero nem que o Moro me absolva, só quero que peça desculpas." Muito aplaudido pela plateia, Lula prosseguiu em sua ofensiva contra a Lava Jato. Em quase 40 minutos de discurso, ressuscitou o discurso do "nós contra eles", disse não poder mais aceitar tantas "mentiras" e afirmou não ter medo da operação. Disse ainda que, se o objetivo da Lava Jato é não deixá-lo ser candidato, os investigadores não deveriam deixar "o povo sofrer" por causa disso.

Apesar de condenado no caso do triplex do Guarujá e também ser réu em outras seis ações penais, o ex-presidente lidera todas as pesquisas de intenção de voto. Acompanhado do ex-prefeito Fernando Haddad, Lula criticou o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), presidenciável em 2018. "Se o Bolsonaro agrada ao mercado, nós temos de desagradar ao mercado."

Recibos

Moro mandou ontem a defesa de Lula "esclarecer expressamente" se tem os originais dos recibos do aluguel do apartamento em São Bernardo do Campo (SP). O imóvel é vizinho ao de Lula e um dos pivôs da ação penal na qual o ex-presidente é réu por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

A defesa de Lula apresentou recibos de pagamento. Dois dos comprovantes, no entanto, têm datas que não existem no calendário. O advogado Cristiano Zanin Martins disse que "a perícia nos recibos vai demonstrar que eles são idôneos". (Colaborou Ricardo Brandt)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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