Politica

Como pré-candidata à presidência, Manuela D'Ávila quer ressuscitar a CLT

Manuela D'Ávila lança pré-candidatura ao Planalto, pelo PCdoB, e diz que deseja ser chamada de presidenta, como Dilma Rousseff

Bernardo Bittar
postado em 18/11/2017 08:00
Estratégia: loira, a deputada tingiu o cabelo para ter mais identificação com a maioria do povo brasileiro

A pré-candidatura de Manuela D;Ávila (PCdoB-RS) à Presidência da República em 2018 foi lançada ontem em Brasília. A gaúcha de Porto Alegre pretende dar ênfase a projetos para a juventude, à criação de empregos, à redistribuição de terras e à educação. Caso seja eleita, será a mais jovem ocupante do cargo na história. Aos 36 anos ; apenas um a mais do que o mínimo exigido para função ;, deve escolher ser chamada de ;presidenta; caso venha a ocupar o Palácio do Planalto.

A deputada estadual propõe que seja feito um referendo para revogar a reforma trabalhista, que, segundo ela, ;não foi acolhida pelos brasileiros;. Ela também criticou os ;profetas do ódio; ; políticos que buscam explorar eleitoralmente o medo que as pessoas sentem nos grandes centros urbanos. Para a deputada, ;falar sobre extermínios e morte não traz nenhum benefício à segurança pública;. Ainda assim, não citou Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que adota esse discurso em postagens nas redes sociais.

[SAIBAMAIS]É a primeira vez desde 1989 que o PCdoB vai às urnas sem nenhuma ligação com o PT. E, para Manuela, sua candidatura ;foi respeitada por todas as autoridades políticas do país;. Ela descartou qualquer vínculo com Luiz Inácio Lula da Silva, eliminando a possibilidade de ser vice dele. Defendeu, porém, a chance de o concorrente estar no pleito, afirmando que ele ;tem esse direito;.

A ideia de Manuela é investir, longe da estrela vermelha, em temas mais liberais, como os direitos dos gays, mas sem deixar de lado as ;maiores necessidades da população, que são bons hospitais, escolas de qualidade e empregos;, conforme disse. ;Eu acredito que o nosso povo vai querer ouvir propostas, saídas para a crise, não apenas candidaturas;, emendou, em seu discurso na 14; Convenção Nacional do PCdoB.

Identificação


Loura, Manuela pintou o cabelo para conseguir mais simpatia dos eleitores. Segundo um de seus assessores, que explicava a decisão a um cientista político presente no evento, ;a imagem da mulher branca, com cabelos claros e um estilo de vida confortável não traz o reconhecimento que a população, negra, índia e parda (a maioria dos brasileiros), procura num candidato;. A legenda respondeu que ;discutir questões estéticas não está entre as prioridades do partido, que reforça seu discurso sobre tirar o país da crise. É essa a preocupação;.

Lula foi convidado a ir ao evento do PCdoB, que se estende pelo fim de semana, mas sua assessoria disse que ele não comparecerá. Outro chamado foi o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), também pré-candidato ao Palácio do Planalto.

Manuela é deputada estadual pelo Rio Grande do Sul desde 2015. Antes disso, cumpriu dois mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados e foi líder da legenda na Casa. Ela também disputou duas vezes a Prefeitura de Porto Alegre, em 2008 e 2012. Ontem, o termo Manu2018 figurou entre os primeiros colocados no trending topics do Twitter.

Está previsto para hoje o lançamento da pré-candidatura ao Planalto de João Dionísio Amoêdo (PN-SP), que, além de comandar a legenda, é presidente do Citibank.


"Quero agradecer, muito emocionada, a oportunidade de representar nosso partido nessa jornada. Sou a primeira mulher a ser pré-candidata à presidência pelo PCdoB, que honra, amigos, que honra;, Manuela D;Ávila, deputada estadual.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação