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MPF diz que foi montado cartel dentro da Transpetro para ganhar licitações

De acordo com o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, investigadores chegaram ao esquema depois da colaboração premiada de executivos da empresa de engenharia, que tinha contratos com a Transpetro

postado em 21/11/2017 22:18
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A Polícia Federal (PF) prendeu hoje temporariamente (21/11) o ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus, principal alvo da 47; fase da Lava Jato, chamada de Operação Sothis. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, o ex-gerente e parentes deles são suspeitos de terem recebido R$ 7 milhões em propinas pagas pela NM empresa de engenharia, entre setembro de 2009 e março de 2014.

Em entrevista à imprensa, a procuradora Jerusa Burmann disse que foi montado "um cartel de empresas para ganhar licitações dentro da Transpetro" e manutenção de altos cargos. De acordo com a procuradora, há indícios de que o ex-gerente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, repassava parte da propina para o PT. Segundo a procuradora, ele tinha ligações com o movimento sindical e com o partido, embora não tivesse vínculo formal. Porém, de acordo com a procuradora, parte dos valores era revertido para o partido paralelamente "de modo independente dos pagamentos feitos pela mesma empresa a pedido da presidência da Transpetro, e que eram redirecionados ao PMDB. O ex-gerente se desligou da subsidiária da Petrobras recentemente; .

A procuradora não informou quanto do montante investigado foi para o ex-gerente e para o PT e nem quem eram os destinatários na legenda. De acordo com ela, não há indicativo de que o dinheiro tenha abastecido campanhas eleitorais.

De acordo com o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, investigadores chegaram ao esquema depois da colaboração premiada de executivos da empresa de engenharia, que tinha contratos com a Transpetro.

Já a procuradora Jerusa Burmann classificou que o caso foi um dos "esquemas mais rudimentares de lavagem de dinheiro da Lava Jato. A propina saía da conta bancária da empresa de engenharia para a conta bancária de empresa do filho [do ex-gerente], sem qualquer contrato ou justificativa para o repasse do dinheiro;.

A prisão temporária do ex-gerente foi autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro. A operação foi deflagrada na Bahia, em Sergipe, em Santa Catarina e em São Paulo. De acordo com a PF, um dos investigados foi detido no Recife.

Em nota, o PT diz que "mais uma vez a Lava Jato busca os holofotes da mídia para fazer acusações ao PT, sem apresentar fatos para comprovar o que diz. A cada dia fica mais claro que os procuradores de Curitiba se desviaram do combate à corrupção para fazer guerra judicial e midiática contra o partido. O PT não tem qualquer participação nos fatos investigados e tomará as medidas judiciais cabíveis diante das condutas levianas e ilegais de quem acusa sem provas".

Por meio de nota, a Transpetro informou que apura as denúncias de irregularidades envolvendo o ex-funcionário e presta todo apoio necessário às investigações da Operação Lava Jato.

Em nota, o advogado Fernando José da Costa, que representa a NM Engenharia, informa que parte das informações prestadas pelo MPF é resultado da colaboração premiada celebrada por sócios da empresa citada. E informa ainda que estão à disposição das autoridades públicas para quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários.

* Com informações da Rádio Nacional

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