Renato Souza
postado em 12/12/2017 20:30
O debate sobre a difusão de notícias falsas pela internet ganha amplitude na medida em que as eleições de 2018 se aproximam. A discussão em relação ao problema está a pleno vapor no Congresso Nacional e no Superior Tribunal Eleitoral (TSE). O 2; vice-presidente do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), afirmou que o chamado ;fake news é crime e deve ser combatido com muita firmeza;. As declarações ocorreram nesta terça-feira (12/12), durante um seminário convocado pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, para discutir medidas para frear a boataria que corre na internet e coloca a democracia em risco.
A circulação de informações falsas pode prejudicar a avaliação dos eleitores sobre os candidatos e até mesmo colocar em risco o sistema eleitoral. Geralmente, histórias falsas são introduzidas na rede por pessoas que criam perfis anônimos ou com identidade falsa, e são patrocinadas por empresas e até adversários políticos de concorrentes em eleições. Existem ainda os chamados robôs, que são perfis controlados por máquinas e que espalham informações pré-programadas de forma disfarçada nas redes sociais.
[SAIBAMAIS]Um levantamento da Universidade de São Paulo aponta que no Brasil ao menos 12 milhões de pessoas compartilham notícias falsas na internet todos os meses. Para o senador João Alberto Souza (PMDB-MA), esse é um problema sério e que exige mudanças na legislação para ser coibido. ;Quem cria esse tipo de conteúdo está cometendo o crime de difamação. O Estado tem que proteger o eleitor, e as empresas de tecnologia, que são donas de plataformas como Facebook e Twitter. Elas também devem entrar nesse debate. Vamos levar o caso ao parlamento e estudar a criação de leis para evitar que esse problema coloque em risco a democracia;, afirmou o senador.
O assunto já é debatido em diversos países, como no Reino Unido, onde analistas apontam que houve grande influência das notícias falsas no processo que resultou na separação do país do grupo que integra a União Europeia, e nos Estados Unidos, onde o FBI aponta que a Rússia teria influenciado nas últimas eleições.
O professor Marcelo Vitorino, da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM), afirma que existem mecanismos a serem implementados desde já para identificar os autores de boatos. ;O criador de fake news compra celulares e computadores que não são identificáveis. A notícia falsa é hospedada numa plataforma. Tem o disseminador, que é aquele responsável por compartilhar. Então, para interromper esse processo, é importante que empresas, como o Facebook, garantam que quem cria perfil em sua plataforma está identificado, com número de CPF, por exemplo;, explicou.