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Presidente da Petrobras explica a ministros sobre acordo fechado com NY

O escritório Wolf Popper LLP acusou a estatal de enganar investidores com informações falsas e ocultação do esquema da Lava Jato

postado em 16/01/2018 19:29

Parente disse que a estatal não está disposta a fechar novos acordos, a não ser que seja forçada pelas legislações de outros países.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, explicou nesta terça-feira (16/1) aos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) as condições do acordo que a estatal negociou com investidores nos Estados Unidos para encerrar uma ação na qual é acusada de prestar informações falsas durante o esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Parente disse que a estatal não está disposta a fechar novos acordos, a não ser que seja forçada pelas legislações de outros países.

O objetivo da Petrobras nesse encontro com ministros do TCU, é impedir que o acordo seja anulado pelo tribunal, cuja área técnica está analisando as condições do pagamento de US$ 2,95 bilhões aos acionistas norte-americanos.

;Acreditamos que, naquilo que é possível, numa conversa de cerca de uma hora, esclarecer, esclarecemos. Prestamos as informações preliminares. Não houve nem contrariedade nem aprovação por parte dos ministros, que nos escutaram com muita atenção;, informou, acrescentando que a estatal permanece à disposição do TCU para novas explicações.

A ação coletiva contra a Petrobras foi proposta em 2014 na Corte Federal de Nova York por um escritório de advocacia americano em nome de investidores que compraram bônus da estatal entre 2010 e 2014. O escritório Wolf Popper LLP acusou a estatal de enganar investidores com informações falsas e ocultação do esquema da Lava Jato.

Durante a conversa, foram prestadas informações relativas ao histórico do acordo. ;Como se iniciou, questões relacionadas à legislação americana e porque a Petrobras se viu em uma situação em que era melhor fazer o acordo do que prosseguir na linha de uma confrontação que poderia levar a um julgamento onde os riscos para a empresa seriam muito maiores;, detalhou Parente.

Segundo ele, porém, acordos com outros países só serão sugeridos pela empresa caso ela seja ;forçada; pelas legislações respectivas, e mesmo assim ;depois de um longo processo;. ;A Petrobras não considera fechar acordos em outros lugares. Fomos forçados a isso pelas contingências da legislação americana, deixamos registrado no nosso acordo que fomos vítimas. A Petrobras é vítima da Lava Jato, diferentemente de tudo que aconteceu com outras empresas que se beneficiaram dos processos de corrupção;, afirmou.

Quanto à reparação de danos aos investidores brasileiros, Parente avaliou que o marco legal interno é diferente e que o próprio fato de o acordo com os Estados Unidos ter sido bem recebido pelo mercado, com aumento no preço das ações, é uma prova de que o conjunto dos acionistas gostou do acordo e tem se beneficiado com o desempenho.

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