Politica

Maia admite possibilidade de concorrer ao Planalto caso suba nas pesquisas

Presidente da Câmara avalia que, se chegar aos 7% nas pesquisas de intenção de voto, poderá entrar na disputa pela sucessão de Michel Temer. Convenção do DEM será em março

Paulo de Tarso Lyra, Rodolfo Costa
postado em 18/01/2018 06:00
Maia:

A viagem aos Estados Unidos está fazendo muito bem às pretensões eleitorais do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Após evento ontem no Brazil Institute do Wilson Center, em Washington, o deputado admitiu que, se chegar aos 7% de intenção de voto ; atualmente aparece com apenas 1% nas pesquisas de opinião ;, poderá começar a pensar a concorrer ao Planalto em outubro. É uma régua bem mais generosa do que a imposta ao tucano Geraldo Alckmin, por exemplo, que deveria ter entre 10% a 15% para ser considerado viável pelos correligionários. ;Hoje, não (sou candidato), eu tenho 1% nas pesquisas. No dia em que eu tiver 7%, as coisas melhoram muito;, afirmou ele.

Maia está bastante à vontade no figurino de pré-candidato. Internamente, o DEM mudou várias vezes a data da convenção para dar tempo de maturação do nome do parlamentar fluminense. Seria em dezembro, passou para janeiro, fevereiro e agora está marcada para o começo de março. ;Esse prazo dá para consolidar a unidade interna da legenda e ajudar na construção de um nome próprio para sermos protagonistas nas eleições deste ano;, confirmou o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).



[SAIBAMAIS]A justificativa para a diferença de projeção entre DEM e PSDB é política. ;Em primeiro lugar, o governador Alckmin tem um recall maior. Logo, é natural que eles desejem uma largada mais alta. Mas, em nossa análise, em um cenário fragmentado que aumentará ainda caso o ex-presidente Lula seja condenado, qualquer resultado acima de 5% é um ótimo ponto de partida;, completou Efraim.

Maia está desde sábado em um giro pelos Estados Unidos e pelo México. Ontem, voltou a defender a votação de reformas que permitam a reestruturação e o equilíbrio fiscal do Estado brasileiro. E que, a partir daí, seria possível pensar na criação de programas sociais sustentáveis.

O presidente da Câmara causou polêmica ao criticar o Bolsa Família, principal programa social federal. Para ele, acaba por criar dependência nos beneficiários. ;Criar um programa para escravizar as pessoas não é um bom programa social. O programa bom é o que você inclui a pessoa e dá condições para que ela volte à sociedade e possa, com suas próprias pernas, conseguir um emprego;, completou.

Para Efraim, Maia tem mais uma vantagem ; o fato de não precisar se desincompatibilizar do posto em abril para concorrer. ;Ele terá tempo para analisar os cenários e contará, ao seu redor, com uma agenda política e legislativa que o fortalece;, completou o líder do DEM. Para outro cacique do partido, os polos (Lula e Bolsonaro) vão acabar se eliminando e o caminho, naturalmente, será pelo centro.

;Para mim, Rodrigo Maia é um nome que está sabendo aproveitar a oportunidade. Tem sido um presidente muito competente e se tornou avalista dessa recuperação econômica;, afirmou o dirigente partidário. Ainda assim, a aposta é pela espera. ;Querer, o sujeito quer muita coisa. Mas é preciso saber se tenho condições e apoio. Pior coisa é ser um general sem tropa;, definiu o correligionário de Maia.

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