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Veja repercussão entre políticos sobre condenação de Lula em 2ª instância

Ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo sobre o triplex localizado no Guarujá (SP)

postado em 24/01/2018 21:50
Ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo sobre o triplex localizado no Guarujá (SP)
A condenação, por unanimidade, em segunda instância pela 8; Turma do Tribunal Regional Federal da 4; Região (TRF4), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta tarde (24/1), em Porto Alegre, dividiu a opinião de lideranças políticas. Lula foi condenado a 12 anos e um mês, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo sobre o triplex localizado no Guarujá (SP).

Rodrigo Maia - presidente da Câmara dos Deputados e presidente da República em exercício

Para o presidente da Câmara e presidente da República em exercício, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o resultado do julgamento ;deixa claro que o Brasil é uma democracia madura onde as instituições funcionam plenamente;. Segundo ele, ;toda e qualquer manifestação em relação à sentença proferida hoje, em Porto Alegre, deve respeitar a ordem institucional. Tenho certeza que o Brasil seguirá pacificamente rumo à superação;.

Por meio de nota, Maia disse que combateu, no campo político, as teses defendidas por Lula. No entanto, evitou comemorar o julgamento e afirmou que ;quem tem responsabilidade pública, em qualquer Nação, não pode estar celebrando o dia de hoje;. Maia está como presidente em exercício do país, enquanto Michel Temer participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Durante o julgamento mais cedo, o presidente Michel Temer disse, na Suíça, que é preciso aguardar a decisão final. "Não sei se tem recurso, não tem recurso. Esta é uma questão que cabe à Justiça e, no particular, ao Tribunal Regional Federal de Porto Alegre;, disse ao deixar o hotel em que está hospedado.

Gleisi Hoffman - presidente do PT

Já a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), criticou a decisão dos três desembargadores do TRF4, que não só mantiveram a decisão do juiz Sérgio Moro, como aumentaram a pena imposta ao ex-presidente. ;O resultado do julgamento do recurso da defesa de Lula, no TRF-4, com votos claramente combinados dos três desembargadores, configura uma farsa judicial;, lamentou.

Para a senadora, a decisão marca o início de uma luta judicial para assegurar a candidatura à presidência de Lula. ;Não vamos aceitar passivamente que a democracia e a vontade da maioria sejam mais uma vez desrespeitadas. Vamos lutar em defesa da democracia em todas as instâncias, na Justiça e principalmente nas ruas. Vamos confirmar a candidatura de Lula na convenção partidária e registrá-la em 15 de agosto, seguindo rigorosamente o que assegura a Legislação eleitoral;, afirmou, por meio de nota.

Júlio Delgado - líder do PSB na Câmara

O líder do PSB na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG), elogiou o aspecto jurídico da decisão dos três desembargadores. Segundo ele, mesmo o partido tendo condenado a ;atipicidade e celeridade do julgamento;, concorda com o resultado.

;O parecer deles foi muito técnico e jurídico em cima dos fatos. Não se pode contestar que uma pessoa como ele [ex-presidente Lula] não sabia de nada ou delegou os fatos meramente a uma especulação ou ao desejo da dona Marisa [ex-primeira-dama Marisa Letícia];, disse. Para Delgado, a Lei da Ficha Limpa, que impede candidaturas de pessoas condenadas em segunda instância, for atropelada estará sendo ;jogada fora; uma lei que deve valer para todos os cidadãos.

;Se existir qualquer tipo de lebre em que deixe o Lula, julgado por uma instância colegiada, condenado, ser candidato, a gente estará jogando fora a Lei da Ficha Limpa, que nós aprimoramos e lutamos tanto para vigorar;, disse à reportagem. ;A lei e o seu artigo primeiro falam que condenado em instância colegiada, independente de grau de recurso, então, o ex-presidente está inelegível;, completou.

Efraim Filho - líder do DEM na Câmara

Para o líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), o resultado final do julgamento revela uma condenação ;baseada na lei, nos fatos e nas provas de uma justiça que agiu com isenção e imparcialidade;. De acordo com parlamentar, a decisão mostra que ;ninguém está acima da lei ao julgar um ex-presidente e deixa claro que acabou o tempo no Brasil em que ricos e poderosos ficavam à margem da lei;.

Juliano Medeiros - presidente do PSOL

Já o presidente do Nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse que a confirmação da condenação do ex-presidente Lula ;é mais um capítulo dos ataques recentes à democracia brasileira;. Para ele, apesar do partido ter feito oposição ao governo petista, repudia a condenação ;sem provas; e defende o direito de Lula de concorrer nas próximas eleições. ;A luta pela democracia não começou e nem acaba aqui. Estaremos juntos nessa batalha, construindo uma alternativa política de direitos para o Brasil;, disse.

Lindbergh Farias - líder do PT no Senado

Ao rebater a decisão do TRF4, o líder do PT no senado, Lindbergh Farias (RJ), disse no Twitter que ;mais de 70 testemunhas inocentam Lula em apenas seis parágrafos da sentença de Moro;. Para o parlamentar, ;defender Lula não é só defender a pessoa de Lula, é principalmente defender a democracia e o Estado Democrático de Direito;, disse.

Dilma Rousseff - ex-presidente da República

A ex-presidente Dilma Rousseff também criticou a decisão do tribunal e afirmou que a inocência de Lula e a ;perseguição política; estão expressaadas em sua condenação e ;impedem o restabelecimento da normalidade democrática e a pacificação do país. Uma eleição que vier a impedir o ex-presidente Lula de concorrer não terá legitimidade;, afirmou, por meio de nota.

Nilson Leitão - líder do PSDB na Câmara

Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), o julgamento do ex-presidente foi ;uma grande vitória da justiça brasileira;. O parlamentar declarou ainda que ;resultado de hoje demonstra que as nossas instituições estão fortalecidas e que teremos um cenário mais coeso para as eleições presidenciais deste ano.;

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