Politica

Luislinda Valois deixa o Ministério dos Direitos Humanos

Gestão foi marcada por falas polêmicas. Em novembro do ano passado, por exemplo, ela disse que ganhava menos que os demais ministros

Hamilton Ferrari
postado em 19/02/2018 18:43
Ex-ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois
A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, entregou o cargo na tarde desta segunda-feira (19/2). Agora, a pasta passa a ser comandada interinamente pelo atual subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, que acumulará as duas funções. As informações foram divulgadas em nota pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.

Luislinda assumiu a pasta em fevereiro de 2017, quando o ministério foi criado. Antes, ela era secretária nacional de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Justiça.

A gestão dela foi conhecida por suas falas polêmicas. Em novembro do ano passado, ela disse que ganhava menos que os demais ministros. Luislinda defendia que deveria receber R$ 61,4 mil por mês, resultado da soma dos salários de ministra e desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA).

Como o teto da remuneração do funcionalismo público era de R$ 33,7 mil por mês, ela não podia receber todo o valor. Luislinda afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha, que não ganhar a remuneração à altura do valor que ela queria seria como ;trabalho escravo;. Depois da repercussão negativa, ela desistiu de tentar o aumento salarial.
À época, interlocutores de seu então partido, o PSDB, chegaram a pedir que Luislinda não mais fizesse declarações públicas que comprometessem a sua imagem e colocassem sua cabeça a prêmio. Pouco tempo depois, em meio a uma indefinição da sigla sobre um possível desembarque do governo Temer, a ministra pediu sua desfiliação.
Nascida em Salvador, Luislinda, 76 anos, formou-se em Direito na Universidade Católica da capital baiana. Em 2011, assumiu o cargo de Desembargadora do TJBA. Escreveu os livros "O negro no século XXI" e "Negros pensadores do Brasil" e, inclusive, ocupa a cadeira de n; 6 da Academia de Letras José de Alencar, em Curitiba (PR).

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