Politica

Comitê de Ética Pública acata denúncia e abre investigação de Segóvia

O diretor-geral da PF tem prazo de 10 dias para prestar esclarecimentos

Rodolfo Costa
postado em 19/02/2018 19:23
Diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, está na mira da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Por denúncia do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), o comitê abriu processo administrativo disciplinar para apurar se o comandante da PF feriu princípios éticos ao indicar, em entrevista à agência de notícias Reuters, que inquérito contra o presidente Michel Temer que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) seria arquivado.

A denúncia foi prontamente acatada pelo comitê. Agora, Segóvia terá o prazo de 10 dias, contados a partir desta segunda-feira (19/2) para prestar esclarecimentos, explica o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Mauro Menezes. ;A conservação de informações privilegiadas é uma das tarefas que incube a comissão, assim como a observância dos requisitos de integridade, imparcialidade, e impessoalidade no trato da coisa pública pelas autoridades;, afirmou o presidente da comissão, Mauro Menezes.

Por hora, a comissão não irá referendar termos da representação. O comitê aguardará as manifestações de Segóvia para, só então, ser designado um relator. ;Há um procedimento em curso. Só então, a comissão poderá se pronunciar se houve ou não a alegada infração à ética pública. Interessa à comissão saber se as informações privilegiadas foram devidamente conservadas. Se houve ou não algum tipo de transgressão praticada ao prestar tais declarações;, destacou Menezes.

O presidente da comissão ressalta, ainda, que a matéria não é nova. Quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda era ministro da Justiça no governo Temer, ele foi investigado sobre supostas informações privilegiadas da Operação Lava-Jato. O processo contra ele, no entanto, foi arquivado. Menezes evitou ressaltar o que pode acontecer com Segóvia caso as alegações dele não sejam convincentes. ;Ainda estamos em fase bastante preliminar e talvez seja precoce estabelecer qualquer espécie de prognóstico. Preferimos de maneira prudente escutar os esclarecimentos para que projetamos uma continuidade, se é que vai haver;, frisou.

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