Natália Lambert
postado em 21/02/2018 21:47
Desde segunda-feira, tucanos no Congresso espalham rumores de que o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, teria desistido da disputa interna para ser o candidato à Presidência da República, em outubro. ;Eles estão tentando me cozinhar em banho-maria e estão conseguindo. É lamentável. No fundo, quem decide é o Alckmin. Ele que controla todas as vertentes do partido e está demonstrando um enorme despreparo para disputar uma eleição;, afirma Virgílio, garantindo que não desistirá facilmente.
A briga se estende desde o segundo semestre do ano passado, quando, em meio a crise interna no partido sobre deixar ou não o governo e as divergências entre cabeças brancas e pretas, o ex-senador decidiu enfrentar o governador de São Paulo e atual presidente da legenda, Geraldo Alckmin. Há mais de quatro meses, Virgílio pede que sejam feitos debates para que a militância possa conhecer as propostas dos dois e escolher o melhor candidato. Uma comissão interna foi montada para organizar o processo eleitoral da sigla, mas, a pouco mais de um mês da data de desincompatibilização dos cargos, 7 de abril, nem a data das prévias foi marcada ; em princípio, estão entre 11 ou 18 de março.
Deputados tucanos não escondem que o objetivo é fazer Virgílio desistir, já que o processo de prévias é desgastante e oneroso, as chances do prefeito amazonense seriam ;praticamente zero; e Alckmin conta com o apoio da maioria do partido. ;Não posso sair dessa história sem debater com ele. O debate fará bem a ele. É isso que eu quero, discutir ideias. Não dá para aceitar, por exemplo, que o partido tenha ficado feliz com a intervenção federal no Rio só porque não terá mais que votar a reforma da Previdência;, comenta Virgílio.