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Ex-secretário de Cabral e delegado são presos pela Lava-Jato no Rio

Eles são investigados no superfaturamento de compra de produtos para a produção de pães

postado em 13/03/2018 08:00

Detalhes de blusa de agente da PF

Servidores do sistema penitenciário do Rio de Janeiro são alvo de mais um desdobramento da Operação Lava-Jato, na manhã desta terça-feira (13/3), no Rio de Janeiro. A investigação da Operação Pão Nosso, que apura um esquema de superfaturamento e fraude no fornecimento de pães para presos, estima um rombo de aproximadamente R$ 73 milhões, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

Entre os presos estão o ex-secretário estadual de Administração Penitenciária (Seap) e coronel da Polícia Militar Cesar Rubens Monteiro de Carvalho; o ex-secretário adjunto de tratamento penitenciário Marcos Vinicius Lips; e o atual Diretor Geral de Polícia Especializada, o delegado Marcelo Martins. O coronel Cesar Rubens liderou a Seap na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.

Devem ser cumpridos 14 mandados de prisão, sendo 9 temporárias e 5 preventivas, assinados pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7; Vara Federal Criminal. Segundo as investigações, o contrato fraudulento envolvia o funcionamento de padarias dentro do complexo de Bangu.

A organização sem fins lucrativos contratada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, Iniciativa Primus, não precisava pagar pelo espaço dentro do presídio, pelos ingredientes, pela energia, pela água e usava a mão-de-obra dos detentos. No entanto, cobrava duas vezes pelo pão, na compra da farinha e pelos pães prontos. Além do superfaturamento, há indícios de pagamento de propinas com o esquema.

Organização criminosa de Cabral

As investigações partiram de delação premiada do operador do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), Carlos Miranda. O colaborador afirmou ao Ministério Público Federal que havia um acordo entre Carvalho, quando ainda secretário, e Cabral para o repasse de propina nos contratos da secretaria.

Os pagamentos, segundo a delação, começaram a ser feitos no final de 2007 e duraram até 2014, abastecendo a organização criminosa do ex-governador, segundo o MPF.

Com informações da Agência Estado

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