Politica

Especialista: morte de Marielle pode abrir caminho para novos partidos

"O que a gente vai ver é o tema da segurança pública sendo abordado como prioridade, algo já esperado, mas que, no Rio, será decisivo", avalia o cientista político Antônio de Pádua

Bernardo Bittar
postado em 16/03/2018 06:00

Cartaz em protesto contra a morte de Marielle Franco

A morte da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) pode abrir caminho para que novos partidos disputem o governo do Rio, acredita cientista político Antônio de Pádua, professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). ;Quando você percebe que o desgaste do (Luiz Fernando) Pezão (MDB) ultrapassa a pessoa física e se torna algo complicado para o partido, é hora dos demais reagirem e tentarem abocanhar essa fatia. O que a gente vai ver é o tema da segurança pública sendo abordado como prioridade, algo já esperado, mas que, no Rio, será decisivo;, explicou.


Pádua acredita que a morte da vereadora foi o triste fim para um debate que se estende há décadas. ;Quando uma pessoa pública, uma vereadora extremamente bem votada, parte de diversas minorias, inclusive a da própria política, que tem baixíssima representação feminina, morre, você para e pensa que não tem mais jeito. Se os candidatos e os governantes, claro, não tomarem pé dessa situação para controlar a violência, teremos grande embate;, disse.

Deputado federal pelo PSol, Chico Alencar (RJ) disse que o partido não quer politizar essa tragédia, e sim cobrar das autoridades a investigação do crime. E demonstrar que a intervenção federal não está dando segurança aos cariocas. ;Está muito recente para falar nisso. Mas é claro que um crime como esse amplia o desgaste sobre aqueles que já estão com a imagem arranhada perante a opinião pública;, completou.

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é impossível que o assassinato não impacte as eleições, justamente por estarem tão próximas. ;O que precisamos, neste momento, é de equilíbrio para consertar as coisas no Rio;, pediu.

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