Revista

Festa na academia

No meio do caminho entre a malhação e a dança, a zumba é pura diversão

postado em 25/03/2011 17:08

Gláucia Chaves // Especial para o Correio

Fitness party, ou, em tradução livre do inglês, uma festa na academia. Com movimentos da salsa, merengue, rock, samba, zouk, mambo, flamenco, chá-chá-chá, tango, hip-hop, cumbia e reggaeton, o apelido parece perfeito para definir a zumba. Além de incorporar passos de dança, a modalidade é também uma aula de ginástica convencional. ;A zumba trabalha com movimentos do corpo inteiro;, destaca o educador físico Bruno Mendes de Oliveira. Durante uma hora, é possível perder até 500 calorias ; dependendo, claro, da intensidade da maratona e da motivação dos alunos.

Em uma aula de zumba, é possível gastar até 500 caloriasEmbora tenha sido criada no fim da década de 1990, a zumba só agora chegou às academias brasileiras. E, por enquanto, com turmas tímidas, com cerca de 20 alunos. No primeiro encontro, Bruno explica que a coreografia é passada aos poucos, até que todos os participantes tenham aprendido os passos. Embora tenham a leveza dos ritmos, os movimentos precisam ser executados com a precisão de uma aula de ginástica. Com exercícios disfarçados de passos de dança, os alunos trabalham glúteos, pernas e braços. ;Eles fazem agachamento, afundo, flexão, abdução e adução da escápula (para os ombros);, enumera o professor.

Os passos são repetidos muitas vezes a fim de tonificar e enrijecer a musculatura. ;Isso gera uma definição muscular maior do que uma aula só de ginástica aeróbica;, compara o personal trainer Henrique Silva Castilho, também instrutor de zumba. Outro diferencial da prática, garante ele, é a condução lúdica do treino. ;Os exercícios não são robóticos como na aeróbica. Você sente que está em uma aula de dança, mas treina como se estivesse em uma de aeróbica;, resume. Como em qualquer outra atividade física, a única exigência é fazer um check-up antes de começar. ;Esses exames são importantes em todas as aulas coletivas, especialmente as que envolvem posicionamento cardiorrespiratório;, completa Henrique.

Elvia Hembree, 36 anos, entrou em contato com a zumba quando a modalidade ainda era desconhecida no Brasil. Em 2008, a dona de casa estudou durante um ano com o próprio Alberto Perez, idealizador da zumba (veja box), em Miami. De lá, Elvia levou a aula para o estado de Mary Land, também nos Estados Unidos. ;Ensinei zumba durante dois anos, mas agora quero só praticar;, explica Elvia, que, antes de chegar ao Brasil, também ensinou os passos na Birmânia, país localizado no sul da Ásia.

Para ela, as vantagens da atividade são irresistíveis. ;Muita gente quer aprender a dançar e a malhar, então é perfeito, porque a sensação é de estar se divertindo;, defende. Além disso, a coordenação motora também melhora com a prática. ;Os passos são simples, qualquer pessoa consegue aprender. Para quem gosta de música, é fácil;, encoraja Elvia. Em maio, ela pretende voltar à Miami para ter aulas com Perez, já que o certificado para ensinar zumba expira a cada dois anos.

A trilha certa
A zumba nasceu de um engano. Momentos antes de sua aula de aeróbica, o colombiano Alberto Perez esqueceu a fita cassete com as músicas que usaria. O professor decidiu, então, usar uma fita com salsa e merengue que estava em sua mochila e inventar os passos na hora. Em 2001, a zumba chegou a Miami, foi patenteada e transformou-se em DVD, comercializado no mundo todo. Atualmente, estima-se que haja 100 mil academias com professores credenciados espalhadas por mais de 110 países. Além da aula convencional, a zumba ganhou outras versões, como a zumba gold (voltada para idosos), a toning (para tonificar o corpo), a aqua zumba (feita na água), a zumbatomic (para crianças de quatro a 12 anos) e a zumba in the circuit (no qual os treinos são divididos em circuitos de 30 minutos).

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