Revista

Da ideia ao livro pronto

No prefácio de Entre sem Bater, Marcelo Rosenbau conta como foi o processo de criação da obra

postado em 25/03/2011 19:39
Quando me convidaram para editar um livro sobre a nossa casa, a primeira sensação foi: "Será?" Várias vezes eu me perguntei qual o sentido desse trabalho. Conforme as reuniões foram acontecendo e o livro foi tomando forma, comecei a entender. Não se tratava se uma espécie de reality show ou exibicionismo. Seria uma forma de compartilhar tudo que envolveu o nosso sonho de ter uma casa. Isso poderia trazer inspiração para quem está começando a construir o próprio morar.

Não foi um momento tão simples. Me fez reviver memórias e pensar até onde gostaria de abrir a nossa intimidade. Foram horas de entrevistas, dias de produção e fotografias, uma intensa aprendizagem. Foi um exercício de ouvir o outro num processo de criação colaborativa, que envolveu uma calorosa equipe. Tudo isso regado a diversão e prazer.

Trata-se de mais uma conquista. Passei por muitos endereços e várias tentativas de compra, sem saber que quando fechasse o negócio, toda a minha estrutura seria abalada. O primeiro sinal veio com as águas. Houve vazamentos, problemas com o aquecedor, contas astronômicas. Percebi também como eram grandes as expectativas de todos nós ; cada um do seu jeito depositava ali sonhos acumulados e desejos conflitantes. A casa rejeitou nossa chegada. Era preciso pedir licença para entrar.

Se quer um conselho: sossegue o coração e deixe a vida acontecer. As boas energias emanam de nós mesmos e se impõem ao ambiente. Ainda me assusta a responsabilidade que a casa representa, seu sustento, seu significado. Mas estou aprendendo com meus gurus como pode ser prazeroso assumir a responsabilidade de provedor. Eles me ensinam ainda que o sucesso, a prosperidade e o amor inspiram medo e enfrentar esse temor faz parte do amadurecimento.

Por isso, estou convidando você a entrar na minha casa. Depois de anos morando de aluguel, tenho meu pedaço. Uma casa expressa o desejo de lançar raízes. Para mim, chega em boa hora ; um lugar meu, para criar os filhos, juntar a família e receber os amigos.

Entre e fique à vontade. Mas não se apegue a nada. Assim como os astros e os orixás em sua rota pelos céus, assim como a nossa própria passagem pela Terra, tudo está em transformação. E isso é o melhor da vida.

Marcelo Rosenbaum

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