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Endereços obrigatórios e tour virtual

Não é difícil encontrar um museu de moda na sua rota de viagem. As principais cidades do mundo oferecem opções interessantes em qualquer época do ano. Uma dica bacana é pesquisar a programação nos sites de revistas de moda. Para facilitar a sua vida, a Revista preparou um roteiro com o que há de melhor nessa área

postado em 23/07/2011 00:28
Vestido de gala assinado por Charles James
The Costume Institute, Nova York
O museu, ligado ao Metropolitan Museum of Art (MET), tem o acervo de moda mais importante do mundo, com mais de 35 mil peças, entre indumentária e acessórios, de diferentes lugares e épocas. Esse verdadeiro colosso nasceu da junção de três institutos. A primeira fusão foi entre o Museum of Costume Art e o The Metropolitan Museum of Art, em 1947. Em 2009, agregou-se a coleção do Brooklyn Museum Costume Collection, que tinha um vasto catálogo de peças do lendário Charles James, considerado o primeiro estilista norte-americano (embora fosse inglês de nascença) (FOTO).
O Costume Institute já teve vários consultores importantes, como Diana Vreeland (saudosa editora da Vogue e da Harper;s Bazaar) e Jacqueline Kennedy Onassis. Hoje, a honra cabe a Anna Wintour, a atual chefona da Vogue. É ela quem ajuda a organizar a exposição de primavera do museu, assim como o baile de inauguração da exposição, o famoso MET ball. O evento, criado para arrecadar recursos, agrega poderosos de várias searas e movimenta o universo moda.
Não deixe de visitar o ótimo site do instituto:

Musée Galliera ; Musée de la Mode, Paris
Inaugurado em 1977, está instalado em um palacete em estilo renascentista construído no fim do século 19 para a Duquesa de Galliera. O museu tem em seu acervo cerca de 90 mil itens, do século 18 até os dias de hoje. Estão lá roupas de Maria Antonieta e peças dos mais importantes criadores dos séculos 19 e 20, incluindo Balenciaga, Pierre Balmain, Anne-Marie Beretta, Sonia Delaunay, Christian Dior, Jacques Fath, Mariano Fortuny, Jean-Paul Gaultier, Givenchy, Paco Rabanne, Yves Saint Laurent, Elsa Schiaparelli, e Elisabeth de Senneville. O museu está fechado para reformas desde 2009 e só deve ser reinaugurado na primavera de 2012. Enquanto isso, o site (com uma retrospectiva sobre Madame Gr;s, estilista famosa pelos drapeados) funciona como um aperitivo:

Victoria and Albert, Londres
O museu inglês abriga indumentária com mais de 2 mil anos. A ênfase é na produção europeia de caráter sacro, desde 2001 organizada em um setor específico, aberto ao público em geral. A parte não exposta do acervo pode ser vista somente em visitas agendadas.


Fashion Institute ; FIT, Nova York
O museu da universidade Fashion Institute de Nova York é um dos mais conhecidos do planeta, tendo abrigado diversas exposições premiadas. Ao todo, são 50 mil peças, a maior parte delas do século 18, embora não faltem trabalhos de Adrian, Balenciaga, Chanel e Dior. O instituto foi fundado em 1969 e ocupa o atual endereço desde 1974. A próxima mostra programada é uma homenagem à socialite Daphne Guinness, conhecida colecionadora de moda.


Kyoto Costume Institute ; KCI, Kyoto
Apesar ser baseado no Japão, o Kyoto Costume Institute (KCI) tem uma das maiores coleções de indumentária ocidental. A curadoria do instituto desenvolve um trabalho constante de pesquisa, explorando a moda como fator cultural e social que ajuda a definir e interpretar períodos históricos. Recentemente, o foco de trabalho se deslocou para a produção japonesa contemporânea, com a organização de várias coletivas de artistas.


O apartamento da Rue Cambon era o verdadeiro espaço de criação de Chanel
O apartamento da Chanel, Paris
Quando Coco Chanel se mudou para Paris, instalou-se no número 31 da Rue Cambon. Foi lá que ela montou um apartamento, o salão de alta-costura e uma loja no andar debaixo. Apesar de dormir no Hotel Ritz, era na Rue Cambone que ela passava a maior parte dos seus dias. O endereço até hoje é de propriedade da marca. Lá ainda funciona a pricipal loja Chanel e o ateliê de alta-costura de Karl Lagerfeld. Já o aparatamento é usado para recepcionar as principais cliente da marca. A decoração e os móveis ainda são os originais escolhidos por Coco. O espaço também é eventualmente usado para desfiles, como a estilista fazia até os anos 1960. De vez em quando, o local é aberto a visitas. Elas são agendadas, feita somente para convidados e cobram uma salgada entrada.


Outros museus ao redor do globo
- Antuérpia, Mode Museum ()
- Barcelona, Disseny Hub Barcelona ()
- Chile, Museo de la Moda ()
- Lisboa, Museu do Design e da Moda ()
- Madrid, Museo del Traje ()

No Brasil
Ainda não temos um museu especializado em moda, mas há aqueles com numerosas peças de vestuário em seu catálogo. Três dos mais interessantes são:
- Museu Henriqueta Catarina, em Salvador
- Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro
- Memorial JK, em Brasília


Onde está;

Não é difícil encontrar um museu de moda na sua rota de viagem. As principais cidades do mundo oferecem opções interessantes em qualquer época do ano. Uma dica bacana é pesquisar a programação nos sites de revistas de moda. Para facilitar a sua vida, a Revista preparou um roteiro com o que há de melhor nessa área
;o pretinho básico da Bonequinha de luxo?
No Musée Galliera, em Paris
Audrey Hepbrun escreveu um novo capítulo na história ao aparecer com o vestido preto e simples da Givenchy no filme Bonequinha de luxo (Breakfast at Tiffany;s, 1961). O pretinho básico já havia sido introduzido no guarda-roupa feminino por Coco Chanel. Mas foi Hubert de Givenchy e Audrey Hepburn que tornaram o modelo imortal. A peça foi desenhada especialmente para Holly Golightly, a personagem Hepburn. Mais tarde, Givenchy escreveu que o vestido conseguiu sintetizar a mistura de poder contido e sensualidade delicada da personagem.

; o terninho rosa de Jackie Kennedy?
Não é difícil encontrar um museu de moda na sua rota de viagem. As principais cidades do mundo oferecem opções interessantes em qualquer época do ano. Uma dica bacana é pesquisar a programação nos sites de revistas de moda. Para facilitar a sua vida, a Revista preparou um roteiro com o que há de melhor nessa áreaNo National Archives and Records Administration dos EUA
Jacqueline Kennedy usou um terninho Chanel rosa com gola azul marinho no dia 22 de Novembro de 1963, o dia em que seu marido, o então presidente John Kennedy foi assassinado em Dallas, no Texas. Ela estava ao lado de JFK dentro de um carro conversível quando ele recebeu um tiro fatal na cabeça. Jackie ficou com o terno sujo do sangue do marido. Foi o suficiente para a roupa entrar na história. Após a morte do presidente, Jacqueline insistiu em usar o terninho durante a posse do vice-presidente Lyndon Johnson ; o que ocorreu dentro do avião que levava o corpo de JFK de volta a Washington. Ela só tirou a roupa quando voltou à Casa Branca, às 5h. A peça foi guardada em uma caixa pela mãe de Jackie e entregue ao Arquivo Nacional Americano. A única coisa que se perdeu foi o chapéu. Ninguém sabe com quem ficou. A roupa só deverá ser exposta em 2063, quando termina todos os arquivos relacionados ao caso deixam de ser confidenciais.

; o pijama de seda de Getúlio Vargas?
Não é difícil encontrar um museu de moda na sua rota de viagem. As principais cidades do mundo oferecem opções interessantes em qualquer época do ano. Uma dica bacana é pesquisar a programação nos sites de revistas de moda. Para facilitar a sua vida, a Revista preparou um roteiro com o que há de melhor nessa áreaNo Palácio do Catete, no Rio de Janeiro
Em agosto de 1954, chegava ao ápice a crise política que abalava o segundo mandato de Vargas. Na madrugada do dia 24, após uma reunião ministerial na qual discutiu uma possível renúncia, o presidente vestiu o habitual pijama e se recolheu em seus aposentos. Em vez de dormir, escreveu uma carta de suicídio e deu um tiro no peito. A peça de seda com o furo de bala, restos de pólvora e manchas de sangue ficou ali mesmo, no Palácio do Catete. Quando o prédio deixou de ser a sede do Executivo e virou museu, ela passou a ser exibida em uma caixa de vidro, modernizada recentemente, em ocasião dos 55 anos da morte do líder político.


Os museus virtuais
Montar um museu é caro. Precisa-se de um local apropriado para conservar as peças. Manter a luz e a temperatura adequadas custa muito dinheiro. Fazer um museu especializado em moda é ainda pior. Os tecidos são mais sensíveis que as telas e a tinta dos quadrados. Além da tecnologia para criar um ambiente apropriado, é preciso tomar cuidado com a maneira como o objeto é exposto. Um tecido não pode ficar dobrado da mesma maneira por muito tempo. Por conta dessa sensibilidade, a maioria dos museus tem um acervo enorme que fica escondido. Só são expostos em mostras temporárias e logo depois voltam a ser guardados. Por tudo isso, os colecionadores viram na internet uma solução para divulgar o acervo.
Museus consagrados como o Costume Institute e o Victoria and Albert disponibilizam o catálogo quase inteiro na web. Basta procurar o estilista, o século ou o estilo que você quer achar. As fotos das roupas e dos acessórios estão lá em diversos ângulos diferentes. ;Além de ser mais barato, o museu on-line torna a informação democrática, já que qualquer pessoa com uma conexão na internet pode acessar;, explica Eloize Navalon, coordenadora do curso de Design de Moda da Universidade Anhembi Morumbi.

É por essas razões que dois museus virtuais estão sendo desenvolvidos no Brasil. O primeiro projeto é a segunda parte do livro História da moda no Brasil: Das influências às autorreferências, de autoria de João Braga e Luis André do Prado. A dupla entrevistou mais de 126 pessoas e coletou um banco enorme de imagens. Parte do material já foi transformado em um documentário que vem com o livro. Mas ainda sobrou pesquisa para montar o museu. Por isso, está programado para o ano que vem o lançamento do site. Estarão lá peças que contam a história da moda no Brasil.
A Universidade Anhembi Morumbi também vai criar um museu virtual. O projeto está sendo coordenado por Eloize Navalon, mas o museu ainda está em fase de concepção. Precisa-se definir se o museu vai ter um tema, que décadas e estilos serão abordados e como o site será organizado. A partir daí, começa a coleta de acervo. A ideia não é ter uma coleção física, mas apenas de imagens. Assim, custo do projeto fica mais baixo. Serão procuradas coleções particulares e de museus para compor o banco de fotografias. Uma primeira seleção de imagens da moda brasileira.

Outros museus virtuais
Balenciaga ()
Das grandes grifes de moda, a Balenciaga era uma das poucas que resistiam a entrar na internet. Recentemente, a marca lançou um site todo reformulado. Além de uma loja on-line, foi lançado um museu virtual. São mais de 3 mil fotos e 200 vídeos, que contam a história da marca desde o surgimento, em 1918, com Cristóbal Balenciaga, até os últimas coleções desfiladas pelo diretor criativo Nicolas Ghesqui;re. Pode-se, por exemplo, encontrar um vestido de noiva desenhado por Cristóbal em 1967 e fotos de atrizes como Marlene Dietrich e Ingrid Bergman usando roupas do espanhol.

Ferragamo ()
A lendária marca de sapatos montou um museu em Florença para expor os principais sapatos criados pelo seu fundador. São ao todo 255 trabalhos e 99 desses são do próprio Salvatore Ferragamo. São peças criadas desde os anos 1920 até 1950. Em meio aos sapatos, foram colocados 156 trabalhos de arte. A exposição apresenta também as parcerias de Ferragamo com artistas como Lucio Venna ; e os modelos favoritos de estrelas como Audrey Hepburn e Marilyn Monroe. Parte desse acervo está no site do museu, com detalhes históricos. Por lá, é possível agendar uma visita presencial ao museu.


Exposições que marcaram época

Palácio Versalhes, Paris, 1973
Os franceses são muito protetores de sua cultura. Principalmente quando o assunto é moda. Em 1973, quando cinco americanos foram convidados para expor suas criações em uma exposição no Palácio de Versalhes, com cinco estilistas de alta-costura francesa, o mundo da moda ficou chocado. Era a primeira vez que a moda americana era reconhecida pelos franceses. Participaram da exposição Anne Klein, Stephen Burrows, Bill Blass, Oscar de la Renta e Halston. Entre os franceses estavam Yves Saint Laurent, Christian Dior, Hubert de Givenchy, Emanuel Ungaro e Pierre Cardin. A ideia do evento era arrecadar dinheiro para a Fundação de Restauração de Versalhes. Em 1993, foi organizada em Nova York uma exposição que mostrava a importância que o evento teve para a moda.

Modos da moda, São Paulo, 1992
O Sesc Pompéia foi a casa de uma das exposições de moda mais significativas do Brasil. A mostra Modos da moda teve curadoria de Gláucia Amaral e fez uma comemoração dos 100 anos da moda no Brasil. Foi a primeira vez que a moda no Brasil foi colocada em perspectiva e as pessoas entenderam a evolução da indumentária brasileira. Estavam lá desde o vestido de noiva da Tarsila do Amaral, feito por Paul Poiret, até as roupas desenvolvidas na tradicional loja Rodia. A exposição foi organizada em um casarão e cada ambiente representava uma década da moda ; que foi desde a Belle Époque até a era dos desfiles.

Alexander McQueen: Savage Beauty , MET, Nova York (em cartaz até 31 deste mês)

O mundo foi pego de surpresa quando um dos maiores gênios da moda Alexander McQueen se matou em fevereiro de 2010. Quando a morte do estilista completou um ano, várias homagens começaram a pipocar. A principal foi a exposição Alexander McQueen: Savage Beauty, organizada pelo Costume Institute do Metropolitan Museum of Art. Foram escolhidos 100 looks do estilista criados nos seus 19 anos de carreira. Em uma sala, foram projetados os desfiles históricos de McQueen. A exposição trouxe ainda acessórios criados por Philip Treacy e o joalheiro Shaun Leane.

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