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Não fuja da responsabilidade

Se você gosta de verdade de seu mascote, cuide para que ele não se reproduza aleatoriamente, castrando-o se for necessário

postado em 12/08/2011 17:10

Se você gosta de verdade de seu mascote, cuide para que ele não se reproduza aleatoriamente, castrando-o se for necessárioPara cada criança que nasce, cerca de 15 cães e 45 gatos vêm ao mundo. Não há como cuidar de todos esses animais, que acabam nas ruas ou no Centro de Controle de Zoonoses. Para evitar o crescimento desordenado dessa população ; e o sofrimento dos bichinhos ;, os donos devem adotar uma postura consciente. ;É preciso assumir a responsabilidade, para que não tenhamos cada vez mais animais soltos nas ruas, causando acidentes e transmitindo doenças;, defende a veterinária Janice Maluf. Segundo ela, o abandono de filhotes ainda é uma triste realidade.

O senso comum diz que todo cão precisa cruzar para ser feliz, mas o veterinário Thiago Massunaga garante que isso não passa de mito. ;Acho que a castração deveria ser obrigatória, pois, além de impedir a reprodução indesejada, evita doenças;, ressalta. No caso das fêmeas, afirma o veterinário, o procedimento diminui em até 95% a possibilidade de tumor de mama. Entre os machos castrados, a incidência de câncer de próstata é consideravelmente menor.

Para quem não tem tempo ou paciência para lidar com a gestação dos pets, a cirurgia também é a opção mais sensata. Segundo Massunaga, a intervenção é simples e machos podem voltar para casa no mesmo dia. ;Neles, são retirados os testículos; nelas, o sistema uterino. As fêmeas precisam de mais repouso mas, mesmo assim, continua sendo uma cirurgia segura;, explica.

Quanto mais cedo for a castração, melhor. ;Os machos, até os seis meses de idade. Nas fêmeas, o procedimento pode ser feito antes ou depois do primeiro cio;, conta o veterinário. Animais idosos também podem ser operados, mas o risco aumenta por se tratar de uma cirurgia com anestesia geral, com potenciais complicações. O único efeito colateral é que alguns cães com predisposição à obesidade podem engordar após a operação. Mas nada que exercícios e uma dieta balanceada não resolvam.

Já o dono que, pelo contrário, sonha com uma ninhada de filhotinhos deve zelar pela saúde da cadela. Ela tem de estar em dia com vacinas e vermífugos. O macho, por sua vez, deve ser escolhido a dedo. ;É importante observar a procedência dos animais, além das boas condições físicas. O casal não pode ter consanguinidade, ou seja, ser mesma família, para que os filhotes não nasçam com problemas;, aconselha Janice. A idade dos pets também é relevante: fêmeas e machos muito jovens ou muito senis costumam ter dificuldades para acasalar. O momento ideal para as fêmeas é a partir do terceiro cio, e, para machos, um ano de idade.

O dono deve proporcionar alimentação adequada e visitas frequentes ao veterinário, além de um local aconchegante, calmo e limpo. Depois do nascimento, a cadelinha toma toda a responsabilidade pelos seus filhotes. ;Ela cuida de praticamente tudo para os recém nascidos: ela os limpa, aquece e alimenta. O proprietário deve apenas observar se os filhotes estão mamando e, caso não estejam, colocá-los nas tetas;, alerta a veterinária. Se os recém-nascidos forem rejeitados pela mãe, o ideal é alimentá-los com leite para filhotes e mantê-los aquecidos e limpos. À medida que crescem, é normal que a mãe vá abandonando as crias. Nesse ponto, o dono deve prover ração específica, água e vacinas.

A administradora de empresas Sílvia Mesquita, 38, e o marido Cláudio Leite, 39, acreditam na reprodução responsável. Quando a cadela sem raça definida Belinha, 4, estava com 3 anos, os donos resolveram proporcioná-la a experiência de ser mãe. ;É uma coisa de instinto, é importante que ela crie seus filhotes e os amamente. Achamos que ela deveria viver esse momento;, lembra Sílvia. A partir dessa decisão, os donos tomaram todos os cuidados necessários e partiram em busca do parceiro ideal, que fosse parecido com Belinha. ;Checamos também o histórico dele para saber se não tinha nenhuma doença degenerativa na família. É importante pesquisar bem para não colocar no mundo uma ninhada de cães doentes;, conta a administradora.

Quando a cadelinha estava grávida de dois meses, Sílvia a levou para fazer uma ecografia e descobrir quantos cães estavam sendo gerados. Com o número em mãos, partiu para a análise dos interessados em adotá-los. ;Não podíamos deixar com qualquer pessoa ; tinha que ser alguém preparado e com condições de dar amor e carinho ao filhote;, conta. Escolhidos, os novos donos acompanharam a fase final da gestação, buscaram os filhotes depois do período de adaptação e ainda hoje mantém contato com Sílvia e Cláudio. ;Eles ligam para contar como os filhotes estão crescendo, é ótimo acompanhar.;

Para Sílvia, a sensação foi de dever cumprido. Ela afirma que, depois da gestação, Belinha se tornou muito mais calma. Mesmo assim, o casal tomou a decisão de não permitir outras gestações. ;Decidimos também castrar o filhote que adotamos. Como temos duas cadelas em casa, era perigoso que ele engravidasse uma das duas. É preciso ter responsabilidade;, complementa.

Sem controle
- Um casal de gatos e seus descendentes podem ser responsáveis por:
12 gatinhos em 1 ano
2.107 em 4 anos
370.000 em 7 anos

- Um casal de cães e seus descendentes podem ser responsáveis por:
16 cãezinhos em 1 ano
2.048 em 4 anos
67.000 em 6 anos

Fonte: ProAnima

Agradecimento: Clínica Veterinária Bon Animal

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