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Doutor dos animais

Os veterinários têm muito mais funções do que você imagina. Para desempenhar qualquer uma delas, uma condição é essencial: amor os bichos

postado em 09/09/2012 08:00

Fundamentais na vida de quem tem animais de estimação, os veterinários se tornaram verdadeiros médicos familiares. Eles cuidam de um ou vários mascotes criados pelo mesmo dono. Tratar bem deles, não deixa de ser um cuidado também com os humanos, já que estarão mais seguros nesse convívio com os bichinhos saudáveis. Além disso, o profissional tem grande atuação na área de saúde pública, diretamente ligada ao bem-estar humano. Um trabalho que exige dedicação e, acima de tudo, amor aos animais. Tem alguns que estão à tanto tempo nessa lida, que deixaram de ser veterinários, apenas. São cuidadores de toda a família. Hoje é o dia deles. Em homenagem a esses profissionais, a Revista conta a história de três deles. Todos seguiram um caminho de amor incondicional aos animais.

Paizão dos animais

Os veterinários têm muito mais funções do que você imagina. Para desempenhar qualquer uma delas, uma condição é essencial: amor os bichos
Nascido na cidade de Cachoeira do Sul (RS), a vivência no meio rural permitiu que Ênio Gomes da Silva criasse intimidade com os animais desde criança. Foi o primeiro passo para sua carreira de veterinário. Figura muito conhecido pelos moradores do Lago Norte, ele atende na capital há mais de 30 anos e se orgulha de ter sido pioneiro na cidade, ainda nos anos 1980. ;Foi a primeira clínica daqui a ser classificada de acordo com as normas do Conselho Federal;, orgulha-se.

Em 1968, Silva passou em dois vestibulares: veterinária e odontologia, mas optou pelo primeiro. ;Com todo esse universo de animais, como eu ia trabalhar com um universo ;pequeninho; assim da boca?;, justifica. Depois de formado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, seguiu com sua esposa para Amazônia. Viveram por cinco anos na cidade de Tabatinga, fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Lá, o médico trabalhou no posto de vigilância animal, com bovinos e suínos. Hoje, aos 76 anos e com quase 40 de carreira, Ênio continua apaixonado. ;Não troco a veterinária por nada. Não tem nem conversa;, declara.

A convivência com os animais vai além do consultório. Em casa, ele cuida de três bichos estimação. A gata Gigi; a fila Lara e Mango, da raça rhodesian ridgeback. Esse último, é chamado pelo veterinário de ;minha relíquia;. ;Ele vale mais que um pote de ouro. É raríssimo aqui em Brasília. Um animal que caça leões;, explica. O cão de 3 anos pesa quase 40 quilos. A gata também tem seu lugar de destaque. Fica dentro do consultório do médico e convive harmoniosamente com os pacientes. ;Ela tem o público dela. Vem muita criança aqui visitá-la;. O veterinário é um defensor do gênero e diz que a presença de Gigi é uma forma de mostrar às pessoas que é possível socializar o felino. ;Na minha formação foi dada muita ênfase à parte de gatos, então hoje eu me envolvo muito com eles;.

Ao longo dos mais de 40 anos de profissão, Silva se lembra de casos marcantes, mas afirma que um valeu mais que todos os outros. Foi o episódio que envolveu o rottweiler Simba. ;Ele me deu entendimento, me ensinou com, a história dele, a tratar a leishmania. Foi uma aula para anos;. O cão frequentou o consultório por diversos anos, devido a problemas de pele. Só após a sua morte, porém, a doença foi diagnosticada. Aliás, investigação é a parte preferida do médico no trabalho de cuidar do animais.

Moradora do Lago Norte há 34 anos, Leila Lacroix é prova que Dr. Ênio virou mesmo um médico de família. A aposentada leva os mascotes ao veterinário desde que a clínica abriu. Pela suas contas, foram cerca de 20 cães tratados por ele. Hoje, as três filhas dela também levam as cadelas no mesmo endereço. Leila já teve sete cachorros ao mesmo tempo e atualmente cria quatro. Apesar do grande número, ela se lembra com carinho do tratamento dado pelo veterinário à cocker spaniel Surprise. A cadela nasceu com uma deficiência nas patas, que eram viradas para fora. Dr. Ênio colocou os membros no lugar e fez um curativo para que ela permanecesse imobilizada durante um mês. ;Ela ficou perfeita;, comemora a dona, agradecida.

Leia as histórias de outros veterinários na edição impressa da Revista n; 382

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