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Fina estampa décor

A arte da estampa desabrochou para a estilista paranaense, que agora brilha como designer de interiores

postado em 11/11/2012 08:00

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A paranaense de estampas florais psicodélicas, que arrebatou as fashionistas há uma década, mostra a mesma explosão de cores na decoração. Depois de anos dedicados à moda, Adriana Barra deu vez a um sonho: vestir a casa com estamparias criativas. Com o nome de Tea, See;Do! ; uma forma divertida de se referir à palavra tecido ;, a marca já aportou em 11 cidades. Em Brasília, a grife ocupa as vitrines da loja Dcore, no Casa Park, a partir deste mês. De passagem pela cidade para participar do lançamento oficial da marca, a estilista conversou com a Revista e confirmou: moda e decoração têm muitas figurinhas para trocar.

O que a levou a se dedicar ao design de interiores depois de já ter uma carreira consolidada na moda?

Meu sonho era trabalhar um dia com decoração, mas não imaginei que seria criando tecidos para casa, estampando paredes e móveis. No meio do curso de moda, estudei design de interiores em Florença, na Itália. Pouco depois de voltar, me formei em moda, em 2001. Era mais fácil seguir por esse caminho. Comecei a importar tecidos estampados de todos os lugares do mundo, a garimpar tecidos vintage, mas não tinha me ligado que meu trabalho seria com estamparia. Até que, quando minha marca saiu na mídia, me deram essa cara de: "rainha das estampas", "menina das flores" e "a pessoa mais colorida que existe no Brasil". Pensei: "Bem, vou investir na moda e, depois, fazer décor". Esse processo demorou 10 anos para amadurecer. A moda foi a madrinha do meu sonho.

São tantos os holofotes voltados para o seu trabalho no design; Você não sente falta de maior destaque para a grife?

Pelo contrário. Só que a marca Adriana Barra não aparece nos editoriais de moda das revistas e, sim, como personagem. Querendo ou não, o que aparece é a personagem Adriana Barra. Outra coisa que pode provocar essa reação no público é o fato de não fazermos desfiles. Não é preconceito, mas são tantas as providências a tomar ; modelos, maquiagem, prova de roupa ; para 10 minutos de passarela que isso me deixa tensa. Admiro muito quem faz. Sou uma pessoa que faz moda, que tem um universo consolidado, e que, agora, faz design de interiores e superfícies.

As pessoas estão colorindo mais a casa com tecidos e estamparias?

Acho que houve a reafirmação de um nicho de pessoas que gostam de estampas e de cores. Quando fazia minhas roupas, há 10 anos, as pessoas não tinham o contato com vestidos fluidos, coloridos e estampados. Todo mundo achava que eu era louca de fazer o que estava fazendo. Mas esse nicho se revelou. A partir daí, outras pessoas aderiram ao estilo, ou por gosto ou porque a mídia fala que está na moda. Têm aqueles que não largam mão do caqui e do bege, mas tudo bem. A diversidade é ótima. Desde que comecei a trabalhar com tecidos, a vontade que eu tinha era que a pessoa enxergasse em casa o lugar onde aplicar a estampa que faria uma diferença no ambiente. Essa liberdade que o tecido dá é imensa.

Leia essa entrevista na íntegra, na edição impressa da Revista n; 391.

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