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Quem quer um zoológico?

Às vezes, o amor das crianças pelos animais é tanto que elas querem ter todos. Nessa hora, os pais devem orientar os pequenos para não haver exageros

postado em 09/12/2012 08:00

Às vezes, o amor das crianças pelos animais é tanto que elas querem ter todos. Nessa hora, os pais devem orientar os pequenos para não haver exageros

Quem nunca sonhou em ter vários animais, sobretudo após um passeio ao zoológico? Para muitas crianças, a época de Natal é uma chance de aumentar a ;coleção;. Aí caberá ao Papai Noel avaliar se a nova mascote é uma aquisição saudável ; para todos os envolvidos.

Yasmin Rabelo, 8 anos, é uma dessas exageradas: mantém 12 bichinhos na casa da avó: três cachorros, um hamster, dois pintinhos, quatro peixes, um preá e um coelho. E quer mais. ;Ela nunca pede brinquedos de aniversário, sempre animais. É assim desde pequena;, conta a mãe e apoiadora, a farmacêutica Wanessa Silva, 32 anos. Vale enfatizar: são todos muito bem cuidados pela menina.

Os pets habitam a casa da vovó porque Yasmin mora em apartamento. As visitas têm de ser diárias, pois é a veterinária-mirim quem dá comida, organiza as gaiolas e confere as necessidades de todos. ;Ela até olha se tem carrapato nos cachorros e quer tirar. Eu tenho que explicar que vou levar ao veterinário, mas ela observa tudo;, comenta Wanessa, que vê na experiência da filha uma forma de cultivar responsabilidade. Ela atribui o jeito carinhoso de Yasmin ao contato com os animais e acredita que valores, como o respeito, se estendem para os amiguinhos da escola.

A psicóloga e pedagoga Penélope Ximenes concorda e vê como positiva a presença de animais no desenvolvimento das crianças. Só faz duas ressalvas: ;Não necessariamente vai trazer responsabilidade;. A outra é que o afeto pelos bichos não pode virar uma fuga da realidade que impeça a socialização. ;Deve-se observar para que o animal não seja a única referência;, alerta. Por isso, os pais devem sempre conversar e servir de modelo, ajudando em um primeiro momento. Depois, os filhos ganham mais autonomia.

Entre os cuidados o veterinário Luciano Cardoso lembra que, além da limpeza de gaiolas, é necessário orientar as crianças em relação a sua própria higiene. A primeira regra é lavar sempre as mãos. Os pequenos também não devem se deixar lamber ; por mais fofo que o pet seja. ;Tem que observar ainda se os animais estão vermifugados, estar atento a pulgas, a carrapatos e checar as datas de vacinação;, completa.

Assim como Yasmin é carinhosa com os animais, a mãe observa se eles fazem o mesmo e não demonstram agressividade. ;Quando eu vejo algo diferente, fico atenta. A chinchila, por exemplo, ficou arisca depois de ter filhotes e descobri que não estava vacinada. Tive que doá-la;, relata. Em outra ocasião, quem também teve de se mudar foram os pintinhos, que ficaram grandes demais para o espaço disponível. Ela conversou com a filha e explicou o que era melhor para o animal.
Um dos bichos preferidos da menina era o galo Alex. Ela começou a criá-lo quando era pintinho e fez questão de ficar com ele porque a galinha o estava machucando e causou uma deficiência na pata. ;Tinham vários pintinhos, mas eu preferi o Alex. Eu peguei e sarei ele;, conta Yasmin, orgulhosa. Nesse caso, foi autorizada pela mãe, mas, volta e meia, ela tentava pegar animais na rua. Uma vez, foi um pombo. ;Se a gente não explicar que tem doença, ela traz pra casa;, confessa Wanessa. Yasmim aproveita a deixa e conta uma novidade: ;Eu tenho um gato, ele vem aqui sempre e o nome dele é Pretinho, mas eu nunca peguei ele;, tenta se explicar a garota. Supreendida, a mãe emenda: ;Pois continue não pegando, é gato de rua;.

Leia a matéria na íntegra, na edição impressa da Revista do Correio

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