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Missão de resgate

Conheça o trabalho generoso de três servidoras públicas que recolhem gatos de rua e ajudam a evitar a procriação desordenada

postado em 16/12/2012 08:00
Conheça o trabalho generoso de três servidoras públicas que recolhem gatos de rua e ajudam a evitar a procriação desordenadaHá pessoas que querem mudar o mundo, proteger a natureza e sentir a experiência de ter feito algo pelos animais. Muitas, porém, se sentem desencorajadas diante dos desafios ; admiram o engajamento, mas têm medo de se arriscar. Para essas, são sempre inspiradores exemplos como o do Projeto Linda, conduzido por algumas voluntárias. Elas constataram que havia, nos arredores do órgão onde trabalham, uma quantidade grande de gatos em situação de risco. E resolveram arregaçar as mangas.

Em 2010, as servidores públicas Kátia Marsicano, 48 anos, Jurema Campos, 50, e Cirlene Elias, 42, recolheram uma gatinha muito doente perto da sede da empresa. Linda, como foi batizada, não resistiu, morrendo em seguida. O episódio serviu de alerta sobre a situação de outros felinos que viviam nas redondezas. Os funcionários há muito reclamavam que os gatos estavam entrando no prédio pelas tubulações e se escondiam no forro de gesso. Certa vez, o teto chegou a ceder, revelando a dimensão do problema.

Nascia, assim, o Projeto Linda, com o intuito de controlar a população felina da região e oferecer dignidade aos exemplares resgatados. Nesse período, elas assistiram 64 animais, 50 deles foram encaminhados para adoção com sucesso. As estratégias são simples: são mantidos cinco pontos de alimentação nos jardins de modo a evitar que os bichanos revirem o lixo ou entrem no edifício em busca de comida. Kátia e Jurema se dividem na missão de repor a ração, inclusive nos fins de semana, sempre às 17h. "Eles ficam esperando. Temos uma relação próxima, só não se deixam pegar no colo. Mas já sabemos a comida que eles gostam. Tem ração que não adianta colocar que eles não comem, já estão seletivos", comenta Kátia.

Nesses pontos, são colocadas armadilhas para capturar os gatos e, assim, poder encaminhá-los ao veterinário. "Não tem como pegar sem a gatoeira porque os adultos são muito ariscos, selvagens", explica Jurema. Além da avaliação, é feita a castração e a vernifugação dos bichinhos. Filhotes são mantidos até o desmame. No caso de gatas prenhas, o processo é mais difícil: há um acompanhamento e se observa onde ela terá os filhotes, para que sejam resgatados após o nascimento. Os filhotes são encaminhados para adoção e a mãe, já adaptada ao ambiente natural, volta a ser solta na área. Assim, o projeto alcança seu objetivo de controle e tratamento.

O apoio da empresa é fundamental para a continuidade das ações. Há um contato próximo com o administrador do local e qualquer novidade é avisada. Entre os colegas de trabalho, 20 já adotaram gatinhos. Os veterinários também viraram parceiros, oferecendo descontos nos procedimentos. O gasto mensal fica em torno de R$ 500. O valor vem de doações, bazares e também do bolso das voluntárias. "Resolvemos levar pra frente o projeto. Com ou sem ajuda, nos comprometemos com a causa", reforça Jurema.

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