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Por um ano sem tropeços

Nada de esperar o fim do ano letivo para resolver possíveis problemas escolares. A Revista preparou um guia para ajudar os pais a monitorarem, desde já, os estudos dos filhos

Juliana Contaifer
postado em 20/01/2013 08:00
Juliana Contaifer ; Especial para o Correio

Nada de esperar o fim do ano letivo para resolver possíveis problemas escolares. A Revista preparou um guia para ajudar os pais a monitorarem, desde já, os estudos dos filhosPara quem tem filhos, sempre consta na lista de resoluções de ano-novo uma atenção extra à vida escolar. Eles precisam da ajuda dos pais e, sem acompanhamento, passam o ano sofrendo com as provas, a falta de vontade de estudar e todas as distrações possíveis. Um período tranquilo só é conseguido com planejamento, não importa a idade do estudante. Se 2012 foi complicado, é possível dar a volta por cima e passar por 2013 sem dificuldades.

A escola não serve apenas como fonte de conteúdo para passar no vestibular. Além de aprender como funciona o mundo, os estudantes aprendem a ser responsáveis, independentes, a trabalhar em grupo, bem como sozinhos. As dificuldades fazem parte desse processo, e os pais têm que prestar atenção para ajudar os filhos a trilhar um caminho sem muitos percalços.

As filhas de Mary Vendramini, 41 anos, e Eurípedes Alves, 46, tiveram dificuldades ao mudar de escola. Júlia, 9, teve que refazer o primeiro ano, pois não conseguia acompanhar o ritmo novo. "A escola nos chamou para traçar um plano de estudos e ajudá-la. Montamos uma rotina de estudos diária, em um local arejado e sem distrações, e nos comprometemos a acompanhar as tarefas e incentivá-la a ler um pouco a cada dia", conta a mãe. Os pais foram à escola para entender como são dadas as aulas, receberam bastante orientação por parte da coordenação e aplicaram as dicas também com a filha mais nova, Sarah, 7 anos, que apresentava dificuldade para acompanhar o que aprendia em sala. "Agora, as duas são ótimas alunas, motivadas e que adoram estudar. No ano passado, a menor nota de Júlia foi 9,75, e a professora de matemática é só elogios. Passamos por dificuldades, mas, com a ajuda da coordenação da escola, conseguimos reverter os danos", explica Eurípedes.

Este ano, a rotina de Júlia e Sarah vai mudar um pouco. Na escola, as aulas passarão a ser integrais e só terão dever de casa nas sextas-feiras. Mas, mesmo assim, Mary acredita que será importante montar um cronograma de estudos para as noites. "Acho bom para reforçar o que foi aprendido em sala. De qualquer forma, a escola aconselha que os alunos leiam jornais e revistas para se informarem do que acontece e faremos essa leitura juntos, à noite", afirma. As meninas estão superanimadas com a perspectiva da nova fase. Para dar uma ajudinha aos alunos que estão passando pelo mesmo que Júlia e Sarah passaram, a Revista montou um plano de guerra contra as notas baixas, que você lê nas páginas 10 e 11.

Planejar é preciso

Envolva-se na vida dos filhos
A escola se torna muito mais interessante para as crianças quando os pais se envolvem. Trocar histórias sobre a época da escola e perguntar sobre o que foi aprendido no dia faz com que os alunos prestem mais atenção ao que acontece para contar em casa depois. "Essa troca não só deixa a escola mais legal como estreita os laços entre pais e filhos. É preciso ter paciência e ajudá-los no que precisarem", explica a pedagoga Fernanda Neder. Vivenciar a vida escolar também é importante. "Os responsáveis precisam participar dos eventos ao longo do ano. Os alunos acabam ficando frustrados pelo pouco interesse dos pais. Crianças costumam ficar mais tranquilas se podem contar tudo em casa", acrescenta a pedagoga Andréa Bichara.

Ensine a estudar
"Depois da alfabetização, as crianças sabem ler, mas é uma leitura sistematizada, elas não absorvem nada. Até o quinto ano, só há uma professora para todas as matérias, que cria um laço afetivo com os alunos e entrega o conteúdo digerido. A partir do sexto ano, são vários professores, que muitas vezes nem sabem os nomes dos alunos", explica Fernanda. Para não se perderem nessa nova fase, os pais devem orientar os filhos sobre como estudar corretamente e de forma eficiente. Nas séries iniciais, vale ler os textos juntos e perguntar o que a criança entendeu da leitura. Para os mais velhos, resumos, questionários e pesquisas podem ajudar a fixar a matéria.
Nas disciplinas da área de exatas, os estudantes precisam entender que a resposta correta só é alcançada errando, e que encontrar o problema faz parte do aprendizado. "Isso eles levam para a vida, depois, têm que aprender com os erros. São noções que formam um adulto saudável e responsável", alerta a pedagoga Fernanda.

Escolha a escola certa
Matricular os filhos em um centro de ensino forte, com provas semanais e carga horária pesada pode não ser o ideal para todas as crianças. "Alguns alunos têm um perfil diferente, mais ligados às artes, e pedem por escolas com conceitos mais humanistas. Só com o atendimento correto eles vão apresentar melhores rendimentos", explica Fernanda.

Rotina é a palavra de ordem
Crianças menores precisam entender que é possível dar atenção aos estudos e encaixar momentos de diversão no mesmo dia. Um calendário benfeito, agradável e com tempo para tudo se torna rotina rapidamente, e fica mais fácil seguir no futuro. "Eles têm que se envolver no processo e, por isso, escrever a rotina em um papel bem grande, que vá ficar em um lugar onde pode enxergar, é o ideal. Se estuda pela manhã, deve descansar um pouco depois do almoço e estudar em seguida. Deixar para fazer os deveres à noite é ruim, pois eles ficam cansados e sem vontade de estudar", explica Fernanda. O estudo deve ser sempre no mesmo horário, mas vale um pouco de flexibilidade com compromissos ; se a criança não tiver tempo em um dia, é preciso compensar nos outros.
Para que o aprendizado seja otimizado, não dá para estudar todo o conteúdo do dia em uma tarde. A dica é escolher duas matérias por dia, uma de exatas e outra de leitura, e se dedicar a cada uma por cerca de 40 minutos. Comece mont0ando o horário pelas matérias que têm aulas menos vezes por semana ; se a frequência for de duas vezes, 40 minutos por semana é suficiente para revisar o conteúdo. Matemática e português devem ter prioridade e serem estudadas mais vezes por semana. "Ler os capítulos e fazer um resumo, questionário ou pesquisa para aprofundar a matéria é suficiente. Depois do estudo é que devem vir as tarefas de casa", ensina a pedagoga.
Os pais que acreditam que devem matricular os filhos em muitas atividades extracurriculares devem tomar cuidado para não pular etapas do desenvolvimento da criança. Guardar um tempo para descansar e brincar é fundamental. "O que aconselhamos é, no máximo, duas atividades. Um esporte e uma língua são suficientes e não atrapalham o rendimento escolar", conta Andréa.

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