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Régua e compasso para 2015

No campo das finanças, nos assuntos domésticos, nas metas profissionais e nos estudos, a palavrinha-chave é organização

postado em 11/01/2015 08:00
No campo das finanças, nos assuntos domésticos, nas metas profissionais e nos estudos, a palavrinha-chave é organização

Um ano novo pode significar nada caso não haja esforço para sair da zona de conforto. As promessas feitas nessa época esbarram em muito desejo e pouca ação: queremos emagrecer, queremos cuidar mais da saúde, queremos arrumar a casa, queremos (insira aqui sua escolha). Sobram boas intenções.

Na maioria dos casos, em meio a tanta vontade, falta um aspecto básico: organização. Afinal, sonhos precisam de metas. Metas precisam de atitude. A partir do momento em que a vida está organizada é que essas atitudes vão gerar resultados. "É primordial que começar o ano com metas que possam ser cumpridas. Porque, quando fazemos o descarte daquilo que não usamos, abrimos espaço para a renovação", afirma a personal organizer Renata Muniz.


Por onde começar
O ideal é que você comece sua organização a partir do local que traz mais dificuldades ao desapego. Revire prateleiras, gavetas, armários, guarda-roupas: tudo deve ser passado a limpo.

Closet: é um dos lugares em que mais acumulamos itens sem necessidade. Renata Muniz indica que todas as roupas devem passar por um crivo para liberar mais espaço: se você não usa há pelo menos seis meses, não usará mais. "É preciso otimizar o espaço e parar de pensar como os nossos avós: perca esse apego à roupas que, às vezes, passam de geração para geração. Isso não é mais necessário." Ou seja: aquela sua calça jeans que você não usa há 10 anos não será usada novamente, pode ter certeza. Renata também indica que você calce todos os seus sapatos e analise quais deles você ainda usa.
Cozinha: O primeiro passo é óbvio: só mantenha itens funcionais. "Assim, xícaras sem asa, pratos quebrados e potes furados devem ir para o lixo", diz Renata. Outro ponto é comprar sempre objetos de mesmo tamanho e modelo. De que adianta ter dezenas de vasilhas diferentes se elas vão ficar bagunçadas no armário? Melhor comprar idênticas e guardar o que for necessário em vários recipientes.
Banheiro. Reveja todos os produtos e descarte os de validade vencida. "Não adianta comprar vários sabonetes se eles vão se perder com o tempo." Nesse ponto, Renata Muniz faz um alerta: sempre veja se os medicamentos que guarda em casa não estão vencidos. "Isso traz um risco gravíssimo à saúde."


O que jogar fora e o que doar?
Roupas rasgadas, furadas e manchadas devem ir para o lixo, bem como as roupas íntimas. "Roupas também apodrecem e a doação não tem nada a ver com dar produtos estragados", explica a personal organizer. Itens de cozinha quebrados também vão para o lixo.

Fonte: Renata Muniz



Entrevista


Luciano Larrossa é autor da Escola Freelancer, espaço criado para os profissionais atualizarem vários aspectos da sua carreira, produtividade, trabalho, organização pessoal e profissional relacionados com a vida profissional de freelancer. Nessa entrevista, ele fala sobre de que forma podemos organizar nosso tempo para nos tornamos mais produtivos.

1. Não ter tempo é algo relativo? Por que?

O tempo é aquilo que nós fazemos dele. Se conseguimos aproveitá-lo para objetivos maiores, vamos sentir que o tempo passa, mas que concretizamos aquilo que queremos. Se, por outro lado, não temos metas ou passamos a vida ocupados com coisas pouco relevantes, vamos sentir que o tempo passa muito rápido. Na verdade, para estes 2 tipos de pessoas, a quantidade de segundos foi igual. Porém, eles foram aproveitados de forma diferente. Daí o tempo ser tão relativo.

2. Quais são, na sua opinião, os pontos que nos fazem mais perder tempo na nossa vida, seja pessoal ou profissional?

Não dá para indicar de forma específica o que nos faz perder mais tempo. Para uns pode ser a televisão ou as mídias sociais. Para outro, pode ser o email ou a leitura de sites pouco relevantes. O perder tempo vai estar sempre relacionado com as grandes metas de uma pessoa. Vamos supor o seguinte: uma pessoa está a ler um romance. À primeira vista, podemos pensar que ela está a ser produtiva, pois afinal de contas está a ler. No entanto, se um dos grandes objetivos dessa pessoa for conseguir entrar em medicina, a leitura do romance não terá grandes benefícios para as metas dela. Logo, ela não estará a ser produtiva. Se por outro lado, essa pessoa quiser tornar-se escritora de romances, já estará a ser produtiva. Obviamente, ela também poderia estar a ler por puro entretenimento, mas o que quis dizer é que não dá para definir que perder tempo ;é isto ou aquilo;. Existe sempre um contexto. Tudo vai depender do seu momento e das suas grandes metas.

3. Em que momento o sinal de alerta se acende? Há como sabermos disso ou leva tempo?

Normalmente, as pessoas só sabem disso quando é tarde demais. Quando têm 50 ou 60 anos e vêem que a vida já passou. Hoje em dia, com as mídias sociais, acho que esse alerta acontece mais cedo, lá para pouco depois dos 30 anos, quando algumas pessoas vêem os seus amigos a terem filhos e a construírem família, enquanto elas continuam a viver como se tivessem 18 anos. As pessoas de sucesso são aquelas que tem plena consciência que o seu tempo é limitado. Steve Jobs falava muito nisso, por exemplo. Se alguém quiser saber se está a desperdiçar muito tempo na sua vida, tem que fazer duas coisas. A primeira, é olhar para trás e ver aquilo que construiu. A segunda coisa que deve fazer, é olhar para o futuro. Olhar para o futuro e pensar nos seus objetivos de vida. E ao pensar neles, é importante perceber se atualmente está a fazer algo para atingir esses objetivos.

4. Há como ser organizado em casa e desorganizado no trabalho? Ou os dois são dependentes?

Pode acontecer. O meu pai, por exemplo, é super organizado no trabalho e desorganizado em casa. São coisas bastante compatíveis.

5. Na sua opinião, por onde devemos começar a nos organizar para termos um 2015 mais produtivo?

Acho que o primeiro passo - e já é um passo muito grande - é definir 3 grandes objetivos para 2015. Apenas 3. Normalmente aconselho 3 por uma simples razão. Um dos grandes erros é a definição exagerada de objetivos. Começa o ano e as pessoas definem 15 objetivos! Está errado. Primeiro é necessário criar o hábito de cumprir objetivos, só depois é que esse número pode ser aumentado. Depois de definir os 3 objetivos, coloque eles num papel ou num aplicativo do computador para não se esquecer. De seguida, terá que pensar no próximo passo que deve fazer para ficar mais próximo da conclusão desse objetivo. Se um dos seus objetivos for construir um website, por exemplo, o seu primeiro passo pode ser o registo do domínio. Ou se a sua meta for correr uma maratona, o seu primeiro objetivo pode ser fazer a primeira corrida de 5 KM, por exemplo. E por aí adiante. O importante é transformar algo muito grande, em pedaços mais pequenos.

6. Estamos sempre conectados atualmente. Como podemos usar essa conectividade constante a nosso favor?

Tal como tudo na vida, a conectividade pode ser usada a nosso favor ou contra nós. Para usarmos ela a nosso favor, podemos começar por digitalizar o máximo de coisas que conseguirmos. Podemos utilizar o mundo online para gerenciarmos o nosso calendário, por exemplo. Há 4 anos que a minha agenda está completamente online e tem sido extremamente útil. Posso aceder a ela em qualquer lugar e ainda receber notificações de quando alguma data importante está próxima. Outro pormenor importante que podemos usar online são os blocos de notas. O Evernote é uma excelente ferramenta para fazer isso. Além disso, podemos também criar listas de tarefas com aplicações muito interessantes como o Todoist ou o Wunderlist.

7. O quanto dizer não é importante para que nos organizemos? Por que?


Uma das coisas que qualquer pessoa organizada deve conhecer são os seus limites. É necessário perceber que, por melhor que seja a nossa organização, o nosso tempo continua a ser limitado. Então é importante dizer que ;não; às coisas que não vão de encontro ao nosso objetivo e aprender a dizer sim àquilo que vai realmente mudar a nossa vida.


Leia a reportagem completa na edição n; 504 da Revista do Correio.

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