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Agilidade é tudo

Intenso, o squash tem caráter competitivo e exige preparo físico. Ideal para quem deseja queimar calorias

postado em 01/03/2015 08:00

Menos divulgado que o tênis, seu primo distante, o squash conquista os praticantes por ser intenso e divertido. Raquete, bola e disposição são os requisitos mínimos para começar a atividade, que promete queimar 500 calorias em cerca de 30 minutos de treino. Sem dúvida, é uma ótima opção para quem quer diminuir as medidas.

A principal diferença da modalidade ; se comparada a outras de arremesso de bola ; é que ela é necessariamente indoor. As quatro paredes são usadas pelos jogadores para subjugar o oponente. Em geral, uma delas é de vidro e as demais, em concreto. Contudo, em competições profissionais, é comum a quadra ser toda em vidro, para que a plateia acompanhe os lances em todos os ângulos, como se fosse um ringue de boxe.
Bruno dá aulas de squash em clube da cidade e tem alunos de todas as idades
É um esporte simples de aprender. Os dois participantes devem jogar de frente para a parede, um ao lado do outro, não de frente para o outro, como é comum. Quando a partida começa, a bola deve atingir a parede da frente e só pode quicar uma vez no chão até o outro jogador rebater de novo. Se a bola não atingir a parede, ou quicar mais de uma vez no chão, o ponto vai para o adversário. Como a bola pode encostar em todas as paredes, inclusive no vidro, é um jogo que flui muito facilmente. Existem linhas de demarcação nas quadras ; elas indicam onde a bola pode bater. A linha que fica no meio da parede frontal e as linhas do chão servem somente para a hora do saque.

O squash surgiu na Inglaterra, mas não se sabe ao certo sua origem. Uma das teorias é que era um passatempo de prisioneiro. No Brasil, chegou em 1930 e, em Brasília, a primeira quadra foi construída em 1989. Desde então, vem ganhando adeptos. "No fim da partida, você se sente feliz, com a sensação de que fez algo prazeroso", defende o professor de squash Bruno Crepory, 23 anos. Ele dá aulas em clube da cidade e tem alunos de todas as idades. "Com as crianças, a aula é lúdica, elas brincam mais do que fazem um esporte. Já com as pessoas maduras, diminuímos a intensidade", conta.

Potência, agilidade, coordenação e explosão são algumas das capacidades físicas que o esporte demanda. Todos esses aspectos são trabalhados em apenas 30 minutos de aula. E, acredite, é mais do que o suficiente para ativar os músculos e melhorar o condicionamento físico. De acordo com a revista americana Forbes, o squash é o esporte mais saudável do mundo, pois trabalha muitas partes do corpo e exige também agilidade mental. É preciso pensar rápido para acompanhar os movimentos da bola, que podem chegar a 100km/h.

O estudante Yuri Tenenblat, 16 anos, começou a praticar a modalidade há 3 anos, apenas com a intenção de evitar o sedentarismo. O hobby evoluiu rapidamente e, hoje, ele treina com o objetivo de competir profissionalmente. "É preciso continuar jogando até o último minuto, até o último suspiro, para pegar a bolinha e fazer o ponto", justifica.

A paixão também foi fulminante para o professor universitário Luiz Eduardo Abreu, 49 anos. Ele jogou squash pela primeira vez em 2005, a convite de um amigo, e continua firme e forte. "O que eu mais gosto no squash é que ele queima muita energia, mas de maneira envolvente, dentro de um jogo, então você nem percebe que está malhando", conta. O professor ressalta ainda a importância de se concentrar no jogo: "Não é como em outras atividades, em que eu fico pensando em um monte de coisas enquanto faço". Aliás, o filho dele, de 5 anos, é um squashista-mirím.

Apesar dos muitos benefícios, o esporte pesa no bolso. Praticá-lo em Brasília é caro, pois as aulas costumam ser particulares ; uma hora de orientação pode variar entre R$ 70 e R$ 90. Outra despesa é o aluguel da quadra, que gira em torno de R$ 40, a hora. Vale lembrar ainda que, embora existam campeonatos mundiais, o squash não é um esporte olímpico. Está em vias de se tornar um ; o que deve se concretizar nos Jogos de 2020.

Algumas regras

Para a jogada ser válida, a bola precisa tocar obrigatoriamente na parede frontal.

A bola pode quicar apenas uma vez no chão antes de ser rebatida de novo.

Na hora do saque, o jogador precisa estar com o pé dentro de um quadrado demarcado na quadra.

No saque, a bola deve atingir a parede acima da segunda demarcação e abaixo da terceira linha superior.

É obrigatório o uso de óculos de proteção para jogadores menores de 19 anos.

Quando a bola bate na linha, é fora, diferentemente do tênis

O professor de squash Bruno Crepory faz uma demonstração: a bolinha pode chegar a 100km/h

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