Revista

Malhação para a mente

Aprimorar a memória, aumentar a concentração, potencializar o foco nos estudos. Muitos são os ganhos de quem exercita o cérebro

Gláucia Chaves
postado em 08/03/2015 08:00

Quantas vezes você ouviu que é preciso praticar atividades físicas? Seja na tevê, seja em revistas ou em jornais, quantas reportagens já trataram sobre a importância de manter o corpo em movimento? Quantas academias existem próximas à sua casa? Cuidar do corpo por meio dos exercícios físicos é um consenso entre a comunidade médica, os cientistas e a sociedade. Agora, pare para pensar: quantas vezes alguém te aconselhou a procurar uma ginástica para o cérebro? Manter a massa cinzenta sarada é importantíssimo para atenuar ou mesmo evitar algumas doenças causadas pela falta de atividade cerebral, mas também tem resultados significativos a curto prazo. Aprendizagem, memória, coordenação motora e foco são apenas alguns dos benefícios de investir em um programa para a mente.

Assim como nos treinos voltados ao corpo, observar com cuidado a alimentação é o ponto de partida para garantir o efeito dos exercícios. A ligação entre dieta de qualidade, deficiências nutricionais e saúde mental, inclusive, foi tema de um estudo publicado no fim de fevereiro na revista científica Lancet. Feito pela Universidade de Melbourne e pela Universidade Deakin, o trabalho frisa que, além de remédios, alguns nutrientes são essenciais para manter o cérebro em forma e até evitar o aparecimento de algumas doenças.

Além de melhorar a alimentação, o estudo sugere que a prescrição baseada em nutrientes pode ser uma ajuda em potencial no gerenciamento de transtornos mentais. "Ainda que as determinantes da saúde mental sejam complexas, a evidência emergente e convincente para a nutrição como um fator chave para a alta prevalência e incidência de transtornos mentais sugere que a nutrição é tão importante para a psiquiatria quanto para a cardiologia, a endocrinologia e a gastroenterologia," reforça Jerome Sarris, um dos psiquiatras responsáveis pelo estudo.

Personal para o cérebro

A neuróbica foi popularizada em 1999 por Lawrence Katz, professor de neurobiologia da Universidade Duke, e pelo publicitário Manning Rubin no livro Mantenha seu cérebro vivo (Editora Sextante). Embora careça de respaldo científico, o conceito tem conquistado cada vez mais adeptos. De acordo com Rubin, ao contrário de outros tipos de exercícios mentais, que "apenas ensinam a realizar uma tarefa em particular", a neuróbica realmente exercita os neurônios.
Rubin conta que tudo começou quando, durante uma pesquisa sobre o cérebro, ele descobriu que adultos podem desenvolver novos neurônios. "Encontrei o doutor Larrwrence Katz, que estava trabalhando em um conceito em seu laboratório na Universidade Duke", detalha. Os dois juntaram as pesquisas e criaram o conceito da ginástica cerebral, para ajudar interessados em ter alguns neurônios a mais.
Arthur e Vera Luce são adeptos da neuróbica: memória afiada e novas amizades
Não há idade para começar ou muito menos para parar de exercitar o cérebro. Na verdade, segundo a especialista, quanto antes os estímulos começarem, melhor. "Um adolescente que não estuda ou passa muito tempo assistindo a tevê, com certeza, está perdendo uma enorme oportunidade de manter sua máquina cerebral ativada", reforça Tieppo. A aposentada Vera Luce Peres, 70 anos, descobriu a neuróbica por acaso. Uma sobrinha mandou, pelos Correios, um folder com informações sobre um curso para exercitar o cérebro. Vera pesquisou e descobriu que as aulas eram ministradas em Brasília. Pensou que seria uma boa ideia apresentar o programa ao marido, Arthur Peres, 74, que andava "meio esquecido", segundo ela. "Fizemos uma aula experimental e achei interessante. Entrei com ele."

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