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Como qualquer mortal, os mestres da cozinha gostam de se reunir com amigos

Por isso, uma turma da gastronomia local organizou um encontro para relaxar, trocar receitas e comer bem. O resultado, você confere na Revista

postado em 15/05/2016 08:00

Por isso, uma turma da gastronomia local organizou um encontro para relaxar, trocar receitas e comer bem. O resultado, você confere na Revista

Uma amiga dos tempos de faculdade dizia sentir muita vergonha de comer sozinha. Para ela, a sensação que tinha ao se sentar à mesa sem mais ninguém, em um lugar público, era de que todos os olhos estavam voltados para a sua "solidão gastronômica". Mesmo sendo daqueles que pensam que não se importar é a melhor tática para evitar esse tipo de acanhamento, entendo o que ela queria dizer: seu costume de casa era sempre relacionar comida com família, amigos e confraternização.

Afinal, comer é necessidade, e ter amigos idem. E os chefs, claro, adoram se juntar para experimentar, trocar dicas e ver novas receitas. "A gente acaba formando uma espécie de confraria, uma família. Os chefs se reúnem até porque precisamos desses momentos", diz Renata Carvalho, do Loca Como Tu Madre e do Ancho Bistrô de Fogo.

O encontro acontece durante o Assadoria Hermanos, evento que tem sua inspiração nas famosas parrilladas de Buenos Aires, na Argentina, e serve menu com carne e acompanhamentos a preços entre R$ 15 e R$ 30. Na sua segunda edição, ele surgiu, justamente, de um encontro entre amigos que adoram cozinhar. "Estávamos em um momento descontraído e, de um acordo em comum, decidimos criar um evento no qual aqueles que gostassem de trabalhar com carne pudessem apresentar receitas novas. Todos que participam são amigos e podem trabalhar em conjunto", garante o chef Rodrigo Almeida. Ele conta que, como cada um tem seu próprio estilo, isso torna a empreitada mais fácil, já que eles conseguem ter mais liberdade na hora de definir o que será servido.

Dessa forma e com o vínculo de amizade garantindo um diálogo aberto, eles servem pratos que, normalmente, não fazem parte do que tradicionalmente é visto nas suas mesas. "E as nossas pesquisas são feitas do jeito que é para ser feita entre amigos: conversando, comendo e tomando uma boa garrafa de vinho", completa. Rodrigo diz que, em Brasília, o ego de alguns chefs ainda impede que essas conexões fraternais possam levar a novos conceitos em cozinha.

"Sinto uma maior união entre os chefs do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo. É preciso aqui que todos possam se ver mais como cozinheiros e menos como chefs. O chef é aquela pessoa que já cuida também da administração, mas todos somos cozinheiros." Renata explica que sua relação é boa com todos, mas que ainda há muita gente que precisa se abrir. "Nós juntamos os mais boêmios e que têm esse maior contato com a carne. A intenção é fazermos edições bimestrais e sempre chamar novas pessoas que possam aumentar o grupo." Se aceitarem quem só come, já ficam sabendo aqui que eu me candidato.

Por isso, uma turma da gastronomia local organizou um encontro para relaxar, trocar receitas e comer bem. O resultado, você confere na RevistaBBQ smoke de peito de boi
chef Rodrigo Almeida


Ingredientes:

4kg a 6kg de peito de boi com uma fina camada de gordura
2 colheres de sopa de sal
1 colher de sopa de páprica
2 colheres de chá de açúcar
1 colher de chá de pimenta-do-reino moída
1 colher de chá de cominho em pó
1 colher de alho desidratado
2 colheres de cebola desidratada
600ml de cerveja

Modo de preparo:
Lave o peito de boi em água fria corrente e seque-o com toalhas de papel. Em uma tigela, misture todos os temperos. Com as mãos, espalhe a mistura em toda a carne. Na sequência, enrole o peito com papel filme e deixe na geladeira por 24 horas, ou de um dia para o outro. Ao preparar a churrasqueira ou o forno para assar a carne, jogue uma xícara e meia de lascas de madeira sobre as brasas. Em seguida, coloque o peito de boi em uma forma de alumínio, com o lado da gordura virado para cima e posicione o recipiente no centro da grelha. Regue com cerveja. Cozinhe o peito por cerca de seis horas, até ficar macio o suficiente para desfiar com os dedos (dependendo do tamanho da carne e do calor da grelha, o tempo pode chegar a oito horas). Durante o cozimento, regue o peito com a gordura e o líquido acumulados na forma. Se necessário, adicione de 10 a 12 carvões e lascas de madeira a cada hora. Depois, retire o peito da grelha e deixe descansar por 15 minutos. Transfira a carne para uma tábua e corte-a em fatias finas. Para finalizar, coloque a carne em uma travessa, despeje o caldo da fôrma em cima e sirva na sequência.

Rendimento: 12 porções

Tempo de preparo: 7h

Leia mais na edição n; 574 da Revista do Correio.

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