Revista

Além de ajudar a emagrecer, futevôlei deixa corpo torneado e bronzeado

Mesmo longe do litoral, Brasília é uma das capitais em que há mais adeptos do esporte

postado em 03/12/2017 07:00
Qualquer descrição não será suficientemente capaz de reproduzir os benefícios que o futevôlei traz para o corpo. O fato é que o esporte emagrece, tonifica os músculos do glúteo, das pernas, das panturrilhas e do abdome. Por ser praticado ao ar livre, deixa a pele bronzeada, acelera a produção de vitamina D e ajuda a combater o estresse.

Na turma, é possível conhecer gente nova e ampliar o círculo de amizades. As constantes corridas, saltos e movimentações na areia melhoram a resistência física e aceleram o metabolismo ; uma boa oportunidade de dar uma turbinada no corpo, começar ou manter uma rotina fitness e, de quebra, melhorar a qualidade de vida.

O esporte, praticado nas praias do Rio de Janeiro desde a década de 1960, até pouco tempo era procurado muito mais pelos amantes do tradicional futebol ou por quem já fazia algum tipo de atividade com a bola. Hoje, o futevôlei virou também um forte aliado no controle do peso corporal. O motivo é simples: queima cerca de 600 calorias em uma hora de aula.

Nas escolinhas espalhadas por Brasília, o treino não dura menos de 1h30 e costuma se estender por mais tempo, porque, depois das aulas, há as partidas promovidas pelos alunos. O tempo de duração de cada partida depende do desempenho dos jogadores e vence a dupla que primeiro atingir 18 pontos.
Três vezes por semana, Gabriela Pontual acorda às 6h para praticar futevôlei:
Na dinâmica, o cansaço ao fazer uma aula é facilmente explicado, a começar pelo tamanho da quadra, que mede 18m x 9m. O aquecimento, o treino e o jogo são na areia, o que resulta em menos impacto, porém, mais esforço. A exigência física para as passadas na areia é maior do que a dada em uma esteira, por exemplo. Para aumentar um pouco mais o desgaste, a bola com a qual se pratica o esporte é um pouco mais pesada do que a do vôlei.

O professor de educação física e futevôlei Renan Vinícius Motta Aquino, 32 anos, reforça, no entanto, que o gasto calórico é variável. ;Percebemos que, por ser na areia, o aluno precisa fazer muito mais força e, claro, isso aumenta a potência e a intensidade do exercício. O tipo de treino e a exigência feita em cada um deles, aliados ao desempenho do aluno, são o que determinará a resposta corporal de cada um;, explica.

Renan dá aula diariamente para homens, mulheres, adolescentes e idosos. O foco das aulas é o aprimoramento do esporte, mas não tem jeito: com o aumento da dedicação, o corpo logo responde. ;A gente puxa no aquecimento, nos fundamentos, com bastante movimentação e deslocamento, o que exige muito cárdio e condicionamento físico. Os alunos, até para conseguirem executar com qualidade, mudam hábitos, aumentam a frequência nas aulas, treinam mais na semana, ou seja, acaba que o corpo muda;, detalha Renan.

Entre o social e o físico

Há um ano, três vezes por semana, a funcionária pública Gabriela Pontual, 26 anos, acorda às 6h para treinar futevôlei. São praticamente duas horas ali, correndo, abaixando, pulando, em contato com a bola. Adepta fiel da academia, Gabriela achou no futevôlei o jeito mais gostoso de aumentar os exercícios aeróbicos. ;Eu já tive mais peso do que tenho hoje e fui para a academia. Não saí mais, mas me falta paciência para correr, por exemplo. Quando fui para o futevôlei, na beira do lago, naquele sol, mudou minha vida;, conta Gabriela.

E a mudança não é só estética. ;Eu fico muito sozinha. No trabalho, na academia e no futevôlei, tem os amigos. E, apesar de malhar, puxar peso, notei mudanças nas pernas, estão mais torneadas. Fora a questão da mobilidade, do reflexo.; Assim como Gabriela, são, segundo a Federação Metropolitana de Futevôlei do Distrito Federal, mais de mil pessoas colocando a bola para o alto em Brasília. Na capital federal, o futevôlei só perde para a corrida de rua e coloca a cidade entre as que mais praticam o esporte no país.

Odilon Miranda, presidente da federação, explica o fenômeno. De acordo com ele, o que antes era visto apenas como uma prática de algo ligado ao futebol, hoje se tornou uma febre entre homens e mulheres, principalmente, pela resposta física. ;Expandiu no mundo inteiro. Aqui em Brasília, os clubes estão cheios de escolinhas, com várias quadras de areia. E, claro, tem ganhado muito as mulheres porque deixa o corpo desenhado;, afirma Odilon.

Perda de peso

João Batista deixou 28kg na quadra de futevôlei: associando prazer e emagrecimento Atleta de futevôlei há 21 anos, completados este ano, Lana Miranda, 35, conhece bem as mudanças que o corpo sofre com o esporte. Só no último ano, depois de intensificar os treinos na areia, aliados à musculação e uma boa alimentação, foram menos 5% de gordura no corpo. ;Estou priorizando o ganho de massa magra. Junto ao futevôlei, tenho feito um trabalho diferenciado na areia, com bastante explosão, peso, salto, elástico, o que ajudou muito nesse processo de emagrecimento;, explica.

Lana acumula 10 títulos mundiais, 18 brasileiros, e é a atual campeã brasiliense de futevôlei. Com todo o know-how e conhecimento na área, a atleta afirma que os ares do esporte têm mudado. ;Era mais masculino, mas elas têm procurado porque ganhamos condicionamento, preparação boa de coxa, quadril. Tem o bronze e ainda podemos chegar à praia, fazer uma altinha, tirar uma onda com quem acha que só homem consegue controlar a bola;, brinca Lana.

Os homens também encontram no esporte um incentivo para melhorar o físico e a qualidade de vida. João Batista dos Santos Junior, 37, pratica há três anos e, nesse tempo, mandou embora 28kg. Ficou tudo na quadra de futevôlei. ;Sou do litoral, de Fortaleza, mas conheci o futevôlei aqui em Brasília, onde estou há 10 anos. Foi o esporte que consegui associar ao prazer e ao emagrecimento;, conta o professor.

João emagreceu quase 30kg, mas outros problemas de saúde o fizeram optar pela cirurgia bariátrica. ;Tenho habilidade, pois sempre joguei futebol, mas, mesmo 28kg mais magro, ainda pesava para jogar. Decidi operar para prolongar minha vida no futevôlei;, resume o jogador.



Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação