Tecnologia

Animações em 3D digital com projeção conquistam telas dos cinemas de Brasília

postado em 31/07/2009 08:00

Clique na imagem para ampliarAs férias de julho apresentaram uma novidade nos cinemas para muita gente: a tecnologia de projeção 3D digital. A sessão com os óculos especiais é mais cara, mas o custo não evita filas de crianças e adultos ávidos para assistir ao desenho animado exibido em terceira dimensão A Era do Gelo 3. Na telinha, o engraçado bicho-preguiça Sid e seus amigos ficam "tão perto"do público que surpreendem ao parecer reais.

Os irmãos Matheus e Cleverty, de 4 e 6 anos, e as irmãs Agnes Caroline e Ágata Cristine, de 7 e 12 anos, chegaram animados para a sessão. Era a primeira vez que assistiriam a um desenho animado em 3D. Saíram do cinema encantados. "Foi muito legal, porque parece que eles são de verdade. Teve uma hora em que fiquei até com medo, porque parecia que o hambúrguer ia bater na nossa cara", disse Ágata, referindo-se ao trailer da próxima animação em 3D, que estreia em agosto nos cinemas - Força G, da Disney.

Ágata, Agnes, Matheus e Cleverty saíram do cinema encantados: efeitos da tridimensionalidade fascinaram as criançasCom essa tecnologia, duas imagens são projetadas na tela e, com uso de óculos especiais, o espectador tem a sensação de profundidade do que é exibido. Como a projeção digital em três dimensões é a grande aposta de Hollywood para o futuro do cinema, as salas do Brasil e de Brasília estão se adaptando aos novos tempos. A Blue Sky, a Disney e a DreamWorks já exibem suas novas animações. Em Brasília, há uma sala no Parkplex, no ParkShopping, e duas no Cinemark, no Pier 21, com tecnologia de projeção digital.

Jeffrey Katzenberg, principal executivo da Dream Works Animation, diz que os filmes feitos com essa tecnologia são "uma experiência de imersão" e não de "observação". Todos os filmes de longa metragem da Dream Works, a partir de 2009, vão utilizar a novidade tecnológica. O artista Felipe Benévolo, 25 anos, que trabalha com 3D, assistiu à Era do Gelo produzido com a nova tecnologia e acredita que não vai demorar muito para o Brasil também produzir animações como essas. "Garante mais diversão. Não é só a projeção na frente, o fundo também descola, há maior visão de profundidade", explica. Por enquanto, no Brasil, apenas o mercado publicitário já aderiu à novidade.

Desapontamento
Porém, para quem já assistiu às animações em 3D nos parques da Disney (1), as exibições nos cinemas significaram um quê de desapontamento. "É que lá a projeção vem bem para perto do seu rosto", observa Felipe. Isso é verdade. Na aventura de Sid e seus amigos, ninguém precisa afastar a cabeça com receio de ser atingido por uma noz, por exemplo, do esquilo pré-histórico Scrat - criação do brasileiro Carlos Saldanha (2). É um 3D, verdade, mas bem mais comedido. A sensação de tridimensionalidade é potencializada de acordo com a tecnologia e o tamanho da tela. Nos parques de Orlando, as exibições são feitas em supertelas. No Brasil, apenas São Paulo e Curitiba inauguraram este ano cinemas com essas telas gigantescas, que têm quase três vezes o tamanho das de um cinema comum.

[SAIBAMAIS]Enquanto os cinemas daqui passam por uma reforma para se adequar aos novos tempos, vale entender como se produz uma animação em três dimensões, que sai até 10% mais cara e leva mais tempo para ficar pronta. Como todas as novidades tecnológicas, porém, promete ser uma realidade daqui pra frente. Ah, detalhe, sem óculos o desenho no cinema em 3D que permite projeção vai ficar todo embaçado e sem profundidade alguma em certas cenas.


; Veja trailer de A Era do Gelo 3


1 - CINEMA EM 4D
Nos parques de Orlando, nos Estados Unidos, o cinema 3D já existe faz tempo e está ultrapassado pelo 4D, que traz cheiros e movimentos nas poltronas - o que estimula as sensações, fazendo todos acreditarem que aranhas passam pelos seus pés e que algo soprou no seu pescoço.

2 - ARARA-AZUL
O animador brasileiro vai fazer uma animação para propagar o Brasil mundo afora. Ainda sem previsão de estreia, o filme se chama Rio e conta a história de uma arara-azul que vive em um cativeiro nos EUA e resolve viver uma aventura no Rio de Janeiro, no carnaval. Se antes a gente só tinha o papagaio Zé Carioca


; A evolução

A Era do Gelo 3 não é o primeiro desenho a exibir novidades tecnológicas na telona. Confira a história da animação:

1906 - James Stuart Blackton faz o primeiro desenho da história - Humorous phases of funny faces. Era feito a giz em um quadro negro.

1911 - O americano Winsor McCay é o primeiro a transpor para as telas do cinema os personagens de seus cartuns: Little Nemo in Slumberland e Gertie, the Trained Dinossaur.

1928 - Steamboat Willie (da série Mickey Mouse) é o primeiro desenho animado com som sincronizado

1931 - Betty Boop, dos irmãos Fleischer, é o primeiro a ser feito pela rotoscopia, que facilita a animação de personagens. Eram projetadas imagens filmadas em película de pessoas caminhando, pulando, correndo por trás do papel onde se desenhava.

1932 - Flowers and Trees, da série Silly Simphonies, da Walt Disney, é o primeiro desenho animado a usar o recurso Technicolor two strips, que permite a criação de desenhos coloridos a partir de três cores (azul, vermelho e verde)

1937 - Branca de Neve e os Sete Anões, da Walt Disney, vira o primeiro longa-metragem de animação. Até aquela época, as animações não ultrapassavam oito minutos. Utiliza-se, pela primeira vez, câmera de múltiplos planos, o que resulta em sensação de perspectiva realista.

1982 - Tron, da Disney, é o primeiro longa a usar a computação gráfica para gerar sequências inteiras do filme

1988 - Tin Toy, da Pixar, é o primeiro filme animado por computador a ganhar um Oscar - como melhor curta animado de 1989. Inspirou Toy Story.

1991 - A Bela e a Fera marca a primeira utilização de computação gráfica em um filme da Disney - na criação dos cenários de fundo.

1995 - Toy Story, da Pixar e da Disney, é o primeiro longa-metragem de animação inteiramente produzido em computador (3D).

2001 - Final Fantasy é o primeiro longa-metragem a usar personagens animados no lugar dos atores

2002 - Lilo e Stitch traz de volta a velha técnica da aquarela, aplicada nas primeiras produções da Disney e que não era usada desde os anos 1940

2004 - O Expresso Polar, da Warner Bros, traz os atores recriados em computador. Utilizou-se a técnica chamada performance caption, que captura movimento pelas câmeras e computadores.

2009 - Monstros e Alienígenas é o primeiro a utilizar a tecnologia InTru-3D, que permite a projeção digital de imagens.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação