Tecnologia

Inovação e criatividade dos produtos da Apple marcam a década de Steve Jobs

postado em 14/12/2010 08:00 / atualizado em 24/09/2020 12:18




Não há como negar que iPods, iPhones, iMacs e iPads provocam desejos consumistas em grande parte da população. No entanto, como esses produtos se sairiam no mercado se o fundador da Apple, Steve Jobs, não estivesse por trás dos lançamentos? Com um carisma nato, Jobs tirou a companhia do buraco no fim dos anos de 1990 e a fez atingir números surpreendentes nesta década. Apenas em 2010, foram vendidos 14,1 milhões de iPhones, 4,19 milhões de iPads, e 3,89 milhões de Macs. Tanta bonança fez com que o cofundador da Apple recebesse o título de CEO da década pelas publicações norte-americanas Fortune e MarketWatch.

Mas não seria exagero dizer que todo o sucesso da Apple deve-se ao visionário presidente da empresa? ;Claro que não. Ele co-fundou a empresa e a levou ao sucesso massivo. Jobs deu a visão, a metodologia e garantiu a execução. Steve Jobs é Apple e a Apple é Steve Jobs;, explica Leander Kahney, autor do livro A cabeça de Steve Jobs, lançado pela editora Agir.

Criatividade e poder de persuasão também são fatores que o levaram ao sucesso. ;Seu maior patrimônio empresarial é o carisma e a capacidade de atrair grandes pessoas para a Apple, além de obter um ótimo trabalho delas. O sucesso de Steve Jobs também tem muito a ver com os seus parceiros criativos;, considera Kahney. É com essas duas características que o CEO consegue manter a fidelidade dos clientes. ;Saber que a empresa sempre vai lançar produtos inovadores atrai os consumidores;, ressalta.

Além do sucesso financeiro e comercial, toda essa história de vida rendeu admiração ao empresário. Um estudo da Junior Achievement Teens and Entrepreneurship, organização dedicada a ensinar a jovens diretrizes empresariais, revelou que Jobs é o empreendedor mais admirado pelos adolescentes norte-americanos. Com 23% dos votos, o CEO da Apple garantiu o primeiro lugar, ganhando da escritora inglesa J.K. Rowling (17%), autora dos livros de Harry Potter. O motivo de tamanha admiração, de acordo com 31% dos entrevistados, é que Jobs consegue ;fazer a diferença na vida das pessoas.;

Saúde frágil
Uma das preocupações entre fãs e funcionários da empresa é quanto a saúde do CEO. Muitos questionam se a Apple continuará a ter produtos inovadores após a morte de Jobs. ;A curto prazo, a empresa estará bem. Muito da personalidade dele está integrada ao funcionamento da Apple, no modo como criam os produtos e como fazem negócios. A longo prazo, pode ser impossível encontrar um sucessor com a mesma visão. O mesmo que ocorreu quando ele deixou a empresa, em 1985, pode voltar à tona: a Apple sobreviveu por uma década, mas perdeu o rumo;, ressalta Kahney.

Quando o assunto é a concorrência entre Apple, Microsoft e Google, o especialista não vê disputa, mas cooperação. ;;Apple contra Google; é o novo ;Apple contra Microsoft;, mas desta vez na área dos smartphones em vez de computadores. Assim como a empresa de Jobs fez negócios com a Microsoft por muitos anos, ela continuará a contar com o Google também;, acredita Kahney.

A Apple conseguiu fechar o ano com números invejáveis. No quarto trimestre, a maçã teve uma receita de US$ 20,3 bilhões, registrando crescimento de 70% nos lucros. ;O iPhone vendeu mais de 91% em relação a 2009, batendo com folga os 12,1 milhões de telefones vendidos pela Rim (fabricante do Blackberry) no mais recente trimestre;, disse Jobs, durante o anúncio do resultado.

Se não bastasse os bons resultados financeiros, a empresa ainda conseguiu o posto de marca mais valiosa do mundo, de acordo com a revista Forbes, ultrapassando a Microsoft. A publicação norte-americana avaliou a Apple em US$ 57,4 bilhões. Todos esses bons números financeiros fazem parte de uma sucessão de lançamentos, aliados a uma campanha de marketing agressiva e conquistadora. Tanto que o iPad, apresentado em janeiro, foi um dos eletrônicos de mais rápida adoção da história, com 3 milhões de equipamentos vendidos em apenas 80 dias.

O ano que vem também promete ser de sucesso para a empresa de Jobs. Entre os anúncios esperados para 2011 está o novo iPad, que, de acordo com informações preliminares, deve chegar em abril, com uma câmera frontal ; para utilizar o Facetime, permitindo chamadas por vídeo ;, uma entrada USB e uma entrada para o dock na horizontal. Além do tablet, em janeiro, o sistema operacional Lion desembarca nos desktops e nos notebooks da empresa, e o tão aguardado iPhone 4 com carcaça branca aparece nas lojas a partir de março. Todos os lançamentos confirmam uma das filosofias de Steve Jobs: ;As pessoas não sabem o que querem até você mostrar a elas;.

FRACASSOS
; Claro que não só de bons frutos vive Steve Jobs. Durante esta década, o CEO enfrentou na empresa produtos que fracassaram e tiveram problemas. O mais conhecido é o caso da antena do iPhone 4. Mídias especializadas diziam que até mesmo um recall do produto não estava descartado. Em 2006, o Apple TV era lançado e o que deveria ser sucesso por levar a internet para a televisão não atraiu o público. Dois problemas afastaram o consumidores, a falta de conteúdo e a péssima qualidade de imagem, apesar de um dos requisitos do equipamento ser uma televisão HDTV. No entanto, Jobs conseguiu contornar os dois problemas. ;Não somos perfeitos;, disse, antes de explicar a questão da antena e distribuir para os consumidores capas para o telefone. No caso do Apple TV, a empresa renovou o aparelho este ano e aumentou as parcerias para distribuição de conteúdo.

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