Tecnologia

Pesquisadores criam produto para preencher fissuras na estrutura do crânio

Esponja pode ser moldada facilmente quando aquecido e, depois, volta a ficar rígida

Vilhena Soares
postado em 29/08/2014 08:56
Cientistas americanos criaram um material esponjoso que promete revolucionar as cirurgias que buscam corrigir falhas ósseas, especialmente no crânio, na face ou no maxilar, como a fenda palatina ou ocasionadas por traumas. O novo polímero foi apresentado durante o 248; Encontro da Sociedade Americana de Química, realizado este mês em San Francisco, e, ao ser testado com sucesso em tecidos ósseos no laboratório, mostrou-se com potencial para facilitar a vida de cirurgiões e pacientes.

Atualmente, segundo os autores do trabalho, as técnicas para preenchimento de ossos na região craniomaxilofacial apresentam uma série de limitações. O método mais comum, o autoenxerto, por exemplo, consiste na retirada de um pedaço do osso de outra área do corpo, normalmente o quadril, para preencher a falha. ;O problema é que o autoenxerto lida com material rígido, muito difícil de moldar-se a esses defeitos irregulares, além de poder gerar complicações no local de onde o osso foi tirado;, explica ao Correio Melissa Grunlan, líder do estudo e professora do Departamento de Engenharia Biomédica da Texas A & M University.

Esponja pode ser moldada facilmente quando aquecido e, depois, volta a ficar rígida

Outra possibilidade é utilizar materiais sintéticos parecidos com argamassa. Porém, além de quebradiços, esses produtos não são porosos e não permitem que novas células ósseas os penetrem e recuperem a área prejudicada. O novo polímero, por sua vez, não apresenta nenhum desses problemas.



O material foi fabricado a partir da junção de moléculas de policaprolactona, uma substância elástica e biodegradável já utilizada em alguns implantes médicos. O resultado do processo foi um produto da classe dos materiais com memória de forma, ou seja, que mudam sua estrutura quando sofrem variações de temperatura. Quando a esponja é aquecida a 60;C, ela se torna macia e maleável. Mas ao resfriar, torna-se rígida. ;Polímeros com memória de forma são bastante conhecidos. No entanto, utilizar uma espuma com essa característica e com capacidade de autoajuste em um defeito ósseo é algo novo;, destaca a autora do trabalho.

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