Tecnologia

Ano de 2015 terá um segundo a mais; situação pode causar problemas na web

Por causa das variações da medição na hora mundial Observatório Internacional de Paris (OIP) acrescenta um segundo ao horário mundial, no Brasil o fenômeno ocorrerá às 20h59min59

postado em 10/01/2015 10:00
Por causa das variações da medição na hora mundial Observatório Internacional de Paris (OIP) acrescenta um segundo ao horário mundial, no Brasil o fenômeno ocorrerá às 20h59min59

Ao longo da história o homem calculava os dias por meio da rotação da Terra, marcando com o nascer e por do sol e da lua. Com o tempo, identificaram que a duração de um dia era de 24 horas. O avanço da tecnologia permitiu verificar que essa marcação não era perfeita, variando em décimos de segundos. Assim, o Observatório Internacional de Paris (OIP) verificou a necessidade - dentro de um período - de acrescentar um segundo às horas. O próximo acréscimo ocorre no dia 30 de junho, apresentando a hora 20h59min60.

Vários fatores geram as alterações do tempo, o próprio movimento de rotação do planeta, os deslocamentos da massa terrestre e de oceanos, os terremotos e/ou tsunamis afetam a área gravitacional da Terra. Assim, por meio de aplicações, transições e frequências atômicas, utilizando o elemento Césio133, foi possível precisar o tempo exato dos dias, meses e anos.

Os cálculos são feitos por institutos em diversos países - no Brasil o responsável é o Observatório Nacional (ON), por meio da Divisão de Serviço da Hora (DSHO) - e encaminhados para o OIP, que verifica a necessidade de acrescentar, ou não, o segundo. Por convenção, os dias escolhidos foram 30 de junho ou 31 de dezembro -- desde 1972 já foram acrescentados 35 segundos.

Para Mario Fittipaldi, chefe do Serviço de Geração e Disiminação do DSHO, o maior problema que o Leap Second pode causar é no serviço de tecnologia e comunicação. De acordo com ele, essas empresas ajustam os horários por meio do Global Positioning System (GPS). ;Esse sistema não atualiza automaticamente como o horário atômico e por isso vai acumulando os segundos e pode travar os sistemas de comunicação, principalmente de internet;, afirma Fittipaldi.

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Internet
Nas duas últimas vezes que foi preciso acrescentar um segundo no horário mundial, ocorreram diversos problemas com os provedores de internet. Em 2008, várias plataformas com sistema operacional Linux travaram, gerando quedas de sites e lentidão. Em 2012, os portais que usavam Java ficaram fora do ar. ;Por causa de um segundo, diversos sites saíram do ar por horas. Os problemas foram resolvidos e não devem se repetir nesse ano, no entanto, novos podem surgir;, alerta Antonio Moreiras, coordenador do projeto NTP.br do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI).

Moreiras afirma que cada servidor ou computador na rede faz registros de suas ações - chamados de logs - do que acontece, e quando existe um problema é preciso olhar o relátorio. Uma diferença de menos de um segundo no tempo marcado pode ser suficiente para nada mais fazer sentido.

Como os servidores e sistemas operacionais não estão configurados para ter um segundo 60, eles irão repetir o 59. A hora ficará da seguinte forma: 20h59min59 - 20h59min59 - 21h. Isso pode ocasionar problemas nos servidores, porque ele não entendem o motivo da repetição do tempo.

Para evitar maiores danos causado pelo Leap Second, o CGI em parceria com a Divisão de Serviço da Hora do Observatório Nacional, criou o NTP.br (Network Time Protocol ou Protocolo de Tempo para Redes), que permite a sincronização dos relógios dos dispositivos de uma rede - como servidores, estações de trabalho, roteadores e outros equipamentos - a partir de referências de tempo confiáveis. O NTP lê os relogios de Césio133 da ON e sincroniza via rede.

De acordo com Antonio Moreiras, os usuários comuns devem saber que em 30 de junho, depois das 21h, pode ocorrer alguns erros nos sistemas operacionais e na internet. No entanto, ele aconselha os técnicos de tecnologia da informação (TI) a verificar, no dia, os servidores para diminuir prováveis problemas. ;Os técnicos podem, também, simular uma situação parecida de repetição de tempo para diminuir qualquer impacto causado pelo Leap Second. E manter os sistemas, principalmente servidores, sincronizados com o NTP;, sugere Moreiras.

Com informações de Geison Guedes

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