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Ficar longe do iPhone pode causar ansiedade e afetar a cognição, diz estudo

Experimento da Universidade de Missouri tomou os smartphones de participantes enquanto eles resolviam caça-palavras para medir diferenças de performance e de estado emocional

postado em 12/01/2015 20:34
Experimento da Universidade de Missouri tomou os smartphones de participantes enquanto eles resolviam caça-palavras para medir diferenças de performance e de estado emocional

Para muita gente, o smartphone se tornou um item inseparável no cotidiano: o celular está presente em todos os momentos para que se possa manter contato com o resto do mundo de diversas formas. Mas a relação pessoa-aparelho pode ter um efeito sobre a mente e o corpo humano maior do muitos podem imaginar. Essa é a opinião de pesquisadores da Universidade do Missouri, no Estados Unidos, que divulgaram uma pesquisa que relaciona a separação do iPhone a ansiedade e a problemas de perfomance cognitiva.

[SAIBAMAIS]O estudo, liderado por Russel Clayton, um candidato a doutorado em jornalismo na instituição, fez um experimento com diferentes pessoas que tinham modelos de iPhone. Elas foram alocadas em um cubículo com um monitor e foram informadas de que o propósito da pesquisa era testar a qualidade de um novo medidor de pressão sanguínea sem fio. Em seguida, foram entregues aos participantes um jogo de caça-palavras que eles deveriam completar.

Enquanto eles cumpriam a tarefa, os pesquisadores mediam os níveis de pressão sanguínea e a frequência cardíaca de cada um. Além disso, era pedido que os participantes relatassem se tiveram sentimentos de ansiedade ou de desconforto mental. Cada pessoa teve de resolver dois caça-palavras, com uma pequena diferença: em uma das vezes, o iPhone deles era tomado.

A desculpa utilizada para separar as pessoas dos telefones era a de que os aparelhos estavam interferindo com o Bluetooth do medidor de pressão e, por isso, atrapalhando a pesquisa. Por isso, era necessário deixá-lo em uma parte mais afastada da sala. Assim que os participantes começavam a resolver o caça-palavras, sem posse do smartphone, os pesquisadores ligavam para o número da pessoa, sem deixar que o iPhone fosse atendido. Novamente, então, eram medidos a pressão e a frequência cardíaca e era perguntado como o indivíduo se sentiu.

Após a comparação dos dados, foi observado que os níveis de coração, de ansiedade e de pressão sanguínea eram maiores no teste com o iPhone distanciado do dono. Além disso, foi demonstrado também que a média de termos encontrados pelos participantes no caça-palavras enquanto não tinham posse do telefone era menor.

;Nossas descobertas sugerem que a separação do iPhone pode impactar negativamente a performance em tarefas mentais;, aponta Clayton. ;Além disso, os resultados do nosso estudo sugerem que iPhones são capazes de se tornarem uma extensão de nós mesmos, de forma que, quando separados, sentimos uma perda de ;si; e um estado psicológico negativo;, complementa o pesquisador.

Batizado de The Extended iSelf: The Impact of iPhone Separation on Cognition, Emotion, and Physiology, o estudo está disponível para consulta online na Wiley Online Library.

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