Tecnologia

Versões especiais de apps evitam conteúdos impróprios para crianças

Netflix, Youtube e Google estão entre as que contam com serviços destinados aos jovens usuários

postado em 30/11/2015 06:00


Quem se rendeu aos apelos e emprestou um smartphone ou um tablet a uma criança sabe que os pequenos conseguem se virar muito bem e não precisam de praticamente nenhuma ajuda para acessar aplicativos e jogos. Um estudo feito pela AVG Technologies mostra que a tecnologia entra na vida de meninos e meninas cada vez mais cedo. Intitulada Digital Diaries, a pesquisa analisou a atividade digital de usuários de 3 a 5 anos e revelou que eles aprendem a mexer nos dispositivos móveis antes mesmo de conseguirem se calçar.

De acordo com a pesquisa feita pela empresa de segurança on-line, enquanto apenas 14% das crianças aprenderam a amarrar cadarços e só 25% sabem o que fazer em situações de emergência, 57% já conseguem operar pelo menos um dos aplicativos do celular dos pais; 66% são capazes de jogar games de computador sem precisar de ajuda, e 70% sabem para que funciona e como usar um mouse.

A independência da nova geração fez com que companhias de tecnologia investissem no desenvolvimento de programas especiais para a criançada. A fim de oferecer ainda mais segurança, empresas como Netflix, Vine, Google e YouTube oferecem versões infantis de seus produtos principais.

A engenheira elétrica Maitê Durães, 33 anos, conta que a filha Giulia, 3, adora o Netflix Kids e sempre pede para a mãe colocar alguns episódios de Casa do Mickey ou de Princesinha Sofia para ela assistir. ;Aqui em casa, quando a televisão está ligada, é com algum desenho para ela. Além do Netflix Kids, ela assiste a algumas animações que passam na Disney e no Boomerang;, diz.

Apesar da pouca idade, Giulia consegue navegar pela internet e faz uso de aplicativos infantis no celular dos pais. ;Ela passa horas brincando com o Pou e conversando com o Tom, do My Talking Tom. A gente também coloca alguns programas infantis para ela assistir no YoutTube. Como o computador não tem nenhum bloqueio e ela já sabe mexer no mouse, fico de olho para que não acabe acessando um vídeo que seja inapropriado;, afirma Maitê.

Com relação às redes sociais, a engenheira diz que não permite que Giulia acesse e prefere privar a filha, por enquanto. ;Apesar de eu gostar e de usar bastante, ela nem sabe da existência. Quanto mais eu puder adiar, melhor. Não quero que ela seja muito precoce nesse mundo das redes sociais;, justifica a mãe.

Monitoramento real

A empresária Vanessa Struckl, 34 anos, monitora praticamente tudo o que o filho Luiz Henrique, 12, faz durante o tempo que passa no computador e no tablet. ;Tanto eu quanto o pai dele controlamos o que ele assiste e acessa. Antes de ele começar a assistir alguma coisa nova, a gente dá uma olhada no conteúdo para ver se aquilo é adequado ou não;, diz.

Luiz usa a conta no Netflix Kids para assistir a animes como Naruto e Hunter x Hunter. Ao ser questionada sobre a reação do filho quando não o deixa ver algo que julgue inapropriado, Vanessa diz que o garoto reclama um pouco, mas acaba entendendo. ;A gente já corta logo. Não quero que ele tenha acesso a um conteúdo muito violento. Quando for maior, vai poder escolher o que quer ou não assistir;, ressalta.

A mãe também fica bastante atenta ao conteúdo das redes sociais acessado pelo filho. ;De vez em quando, entro pra ver o que ele curtiu, dou uma olhada em com quem ele está conversando. Quando vejo que está batendo papo com um amiguinho de escola, é claro que eu não vou me intrometer e ler tudo; dou só uma olhada rápida. Teve uma vez que ele estava conversando com amiguinho da escola e falando muito palavrão. Daí eu cheguei para ele e pedi para dar uma reduzida nisso;, relembra.

Como qualquer outra mãe precavida, Vanessa tem medo que o filho acabe se relacionando com pessoas mal-intencionadas.
;Eu controlo com quem ele faz amizade, com quem ele não faz. É mais medo mesmo de estar conversando com um adulto que esteja se passando por uma criança;, diz Vanessa. Luiz garante que está acostumado com o controle feito pela mãe. ;Acho tranquilo. Não costumo ficar bravo quando ela não deixa eu assistir alguma coisa ou quando pede para dar uma olhada nas minhas redes sociais. Sei que é algo necessário;, garante.

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