Turismo

O Grande Bazar e o Bazar de Especiarias, onde a pechincha se fez tradição

O Grande Bazar e o Bazar de Especiarias reúnem o que é típico no país: tecidos, azulejos, lustres e temperos. Os vendedores, famosos pela lábia, estão sempre presentes, e quem os leva na esportiva aumenta as chances de comprar mais barato

postado em 20/04/2011 08:00
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Só bater perna no Grande Bazar já é um baita programa em Istambul. Mas ir ao local sem deixar por lá algumas liras turcas não tem tanta graça assim. Esqueça todos os seus traumas de pechincha e se entregue ao jogo praticado naqueles corredores milenares. Tente (é possível) não se incomodar com a abordagem feita pelo batalhão de vendedores espalhados pelo imenso galpão. Ao contrário, divirta-se com eles.

Não há comprovação científica, mas é fato: no Grande Bazar, as mulheres têm mais chance de se dar bem na pechincha. Isso porque as cerca de 4 mil lojas são comandadas por homens. ;Para tí, cinco liras y un besito;, respondeu um vendedor, em legítimo portunhol, perguntado sobre o preço de um pingente de olho turco, famoso amuleto usado contra mau olhado e quaisquer outras energias negativas. A interessada levou o produto por duas liras, sem precisar beijar ninguém.

Até pedidos de casamento são lançados pelos vendedores mais assanhados. Quem leva as cantadas na esportiva pode acabar se aproveitando da situação e pagar ainda mais barato. Para mulheres e homens, porém, a dica mais importante é uma só: não aceite a primeira oferta. A negociação faz parte das compras no Grande Bazar. O primeiro preço anunciado estará sempre acima da média, justamente para o turista fazer a contraproposta e dar início a um lenga-lenga que pode durar longos minutos.

Também evite comprar na primeira banca em que parar, ainda que decida voltar nela depois. Os preços tendem a cair quanto mais distante você estiver das entradas principais. Fique atento à ;periferia; do Grande Bazar, às lojas com aparência menos chiques. Para caminhar sem pressa, reserve, no mínimo, uma manhã ou uma tarde para o passeio. Os produtos se repetem bastante nas bancas, mas o ziguezague pelos corredores vale a pena.

;Ching-ling;
Nos últimos anos, os produtos chineses encontraram espaço no Grande Bazar. Por isso, muita atenção aos produtos de qualidade duvidosa e às falsificações escancaradas. Prefira levar para casa produtos típicos ou artesanais. Por exemplo: azulejos, porcelanas, lustres, pasheminas (espécie de xales), tapetes e joias, todos a preços finais bem convidativos. Estima-se que 100 toneladas de ouro sejam vendidas todos os anos no Grande Bazar.

Mesmo que se tente escapar, vendedores ; engravatados ou de calça jeans, adolescentes ou senhores de cabelos brancos ; abordam os passantes. Alguns tocam, pegam pelo braço. Outros oferecem chá e café turcos na tentativa de seduzir o freguês e trazê-lo para dentro das pequenas lojas. Diante do assédio, há a opção de simplesmente ignorar e continuar caminhando, o que é mais fácil quando não se está sozinho. Mas vale agradecer, em inglês mesmo, a cada oferta.

Os guias propagam a informação de que os vendedores falam um pouco de qualquer língua do planeta, o que, em parte, é verdade. Diante do vaivém de tantos turistas, os turcos do mercadão construído por volta de 1460 aprenderam o básico do básico dos principais idiomas. Se perceberem que você é do Brasil, soltarão expressões aleatórias: ;Brasileiro? Bom-dia, boa-tarde, desculpa, por favor, peraí, gastar dinheiro, São Paulo, Rio de Janeiro, samba, samba...;. Quando não conquistam clientes, ao menos arrancam boas risadas. (DA)

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Apesar de a pechincha ser obrigação no Grande Bazar, não é de bom tom pedir desconto para produtos com preços muito irrisórios, salvo se decidir levar em grande quantidade. Também não é legal ficar tentando mudar o valor na hora de pagar, caso o preço final já tenha sido combinado.

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