Turismo

Gastronomia surpreende pela criatividade e pelo cuidado dos pratos

postado em 25/05/2011 19:36
Da barraca da praia ao restaurante sofisticado, Arraial d;Ajuda esbanja opções em boa comida. O dia pode começar com um almoço na Barraca do Faria, na Praia da Pitinga, a 3km do centro, que tem à frente da cozinha a meiga Coração Faria, de 73 anos, mais conhecida como Cora. Há 20 anos morando em Arraial, a mineira de olhos claros, natural de Capelinha, chegou aos 53 acompanhando o marido, Epaminondas, hoje falecido. Eles foram passear e ela achou que não aguentaria ficar nem 15 dias naquele lugar. ;No quarto dia, já comecei a pensar em morar aqui;, conta ela, divertida.

A ideia vingou e eles voltaram para se estabelecer. ;Era bem difícil naquela época. Não sabia fritar nem pastel; a sorte é que tinha uma ajudante, a Ana, que está comigo há 40 anos;, lembra. Cora não só aprendeu a cozinhar como hoje é conhecida por adaptar as receitas baianas usando temperos suavizados. ;O azeite de dendê e o leite de coco uso bem dosados;, ensina. E, para quem não sabia fritar pastel, o quitute com recheio de frango e camarão (R$ 4,50) ; cuja crocância é obtida por meio do queijo ralado na massa antes de ir para o óleo fervente ; é de deixar todo mundo de água na boca.

O yba-pirá (R$ 34), que em tupi-guarani significa fruto e peixe, é um filé de badejo grelhado com molho de banana d;água e cuscuz nordestino. E o ybá-piti, camarão grelhado com molho de abacaxi e arroz de coco (R$ 37). Eles são os carros-chefes do cardápio da Barraca do Faria. O ybá-piti foi campeão do Festival Gastronômico da Costa do Descobrimento em 2009 (o festival sempre ocorre em junho). Cora também se orgulha de ter a única barraca de praia que serve o mineiríssimo frango ao molho pardo.

Mas não são só mineiros que passam por lá: cariocas, brasilienses, paulistas e muitos estrangeiros são frequentadores. Muitos deixam ou mandam retratos, mantidos em painéis que Cora vai mostrando aos curiosos, antes de oferecer como sobremesa o bolo de mel com sorvete (R$ 7,50). Não dá para sair sem comer.

Boa pedida também é desfrutar dos pratos do Rosa dos Ventos, um restaurante com apenas 14 mesas que esbanja aconchego e é a cara dos donos, o casal formado por Nicola e Adelson Fernandes. A casa é cheia de objetos que contam histórias. Da época em que ela era apenas uma menina na Áustria vieram a casa de bonecas e utensílios de porcelana pintada. A janela imitando a de uma casa de taipa e o berrante são contribuições dele, bem como o lustre em forma de roda de carroça.

Vaqueiro até os 20 anos, Adilson tem 45 e é o chef responsável pelas delícias que saem da cozinha, como o peixe na folha de bananeira (a partir de R$ 46), o frango à caipira, o cabrito assado à toscana e o leitão caipira assado.

Ocupado com as panelas, Adilson deixa para a mulher fazer as honras para os convidados. Filha de diplomata, ela morou em vários países e chegou a Arraial d;Ajuda em 1989. ;Não tinha asfalto nem telefone;, recorda-se. Foi trabalhar numa pousada de patrícios e lá conheceu Adelson. Casaram-se no ano seguinte. ;Eu gostava de fazer doces (ela faz um apfelstrudel delicioso) e ele já era cozinheiro. Resolvemos transformar nossa casa em restaurante;, conta ela, que tem a ajuda dos dois filhos, Romeu e João Pedro, no negócio.

Onde comer

Aipim
Beco do Jegue, 131, Centro;
(73) 3575-3222

Barraca do Faria
Praia da Pitinga
(73) 3575-3840

Ponta do Apaga Fogo
Arraial d;Ajuda Eco Resort;
(73) 3575-8000

Rosa dos Ventos
Alameda dos Flamboyants,
24, Centro;
(73) 3575-1271

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação