Shirley Pacelli
postado em 23/05/2012 08:52
Sorte. É o que se precisa para ter o privilégio de desembarcar na ilha do mítico Cabo de Hornos, ponto mais austral do continente americano. Só é possível chegar lá se o clima permitir. Situado entre o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico, a intensidade dos fenômenos climáticos torna a travessia uma experiência única. Na madrugada, as batidas das portas dos cofres, nos armários das dezenas de cabines, anunciavam a localização do navio. É o leve balançar, avisado pelo guia na noite anterior. Chega-se, de fato, ao fim das Américas, onde os ventos atingem até 100 quilômetros por hora.Uma escada de 160 degraus é a penitência necessária antes de conhecer o monumento ao Cabo de Hornos, inaugurado em 5 de dezembro de 1992. A estrutura, de sete metros de altura, foi criada em homenagem a todos os homens que morreram nos mares austrais. A obra do escultor chileno José Balcells Eyquem faz referência ao albatroz, símbolo do lugar. Os marinheiros capturavam esses pássaros para brincar. Eles amarravam uma isca no anzol para atraí-los e o gancho se prendia na curvatura do bico, prendendo-os. Depois, eles soltavam os bichinhos. Mesmo porque, reza a lenda, essas criaturas encarnavam a alma dos que morreram no mar.
