Turismo

Bolívia: cultura andina merece um olhar mais apurado dos brasileiros

A melhor época para quem pretende visitar o país, de olho nas atividades ao ar livre, é o inverno

postado em 13/08/2014 09:44
; Frederico Teixeira

O lugar possui uma beleza natural excêntrica, mas ainda pouco explorada, apesar dos investimentos recentes do governo na área do turismo

No Brasil, quando o assunto é a Bolívia, o senso comum remete a uma associação direta com o tráfico de drogas, especialmente a cocaína, a pobreza e a instabilidade política. Mas é melhor deixar de lado essa visão simplista ; e até mesmo preconceituosa. A realidade do país andino é muito mais ampla. Conhecida mundialmente como o Tibete das Américas, em função da presença da Cordilheira dos Andes, o lugar possui uma beleza natural excêntrica, mas ainda pouco explorada, apesar dos investimentos recentes do governo na área do turismo. Viajando pelo inusitado Trem da Morte até Santa Cruz de la Sierra e, de lá, até La Paz e Copacabana, de onde se chega ao Lago Titicaca, um fator que chama a atenção é a preservação da cultura andina.

Nas ruas, percebem-se as nítidas influências das civilizações que se estabeleceram no altiplano boliviano desde 1.500 a.C.: a tiahuanaca (que entrou em colapso por volta do ano 1000 d.C.), a aimará e a inca, as duas últimas subjugadas quando da invasão espanhola na primeira metade do século 16. Apesar do massacre imposto pelos conquistadores europeus, a riqueza e as tradições dessas culturas se mantiveram praticamente intactas. É fácil notar isso pelos hábitos locais ; entre eles, o milenar consumo da folha de coca, para atenuar os efeitos da altitude ; e a presença das indefectíveis cholitas, mulheres de traços indígenas, com cabelos negros adornados com compridas tranças, vestidas com longas saias de pano, chapéus-coco e xales coloridos. Não raro, carregam os filhos pequenos às costas. De tão icônicas, elas viraram até uma espécie de ;cartão-postal; da Bolívia.

Pode até parecer estranho, mas, entre os turistas brasileiros, é mais comum encontrar quem conheça os Alpes do que os Andes. O motivo para esta ;incoerência; talvez seja o fato de que o histórico de exploração desses lugares é semelhante ao do Brasil. Mas a cultura andina é de uma riqueza gigantesca e merece um olhar mais apurado. A Bolívia tem tudo para agradar. Em função das variações de altitude, é possível encontrar do calor tropical (quente e úmido) até o frio polar (seco). Em poucos quilômetros de distância, é possível ver picos constantemente nevados e planícies com clima tropical.

A melhor época para quem pretende visitar o país, de olho nas atividades ao ar livre, é o inverno. Nesse período seco, é maior a possibilidade de dias ensolarados, mas a temperatura cai bastante à noite. Esteja preparado! Já no verão, as temperaturas são mais elevadas, mas o período é castigado pelas chuvas, o que pode causar alagamentos ou deslizamento de terra, deixando algumas estradas intransitáveis.

Cerca de 30% do território situa-se no altiplano, com altitudes acima de 3 mil metros. Em cidades como La Paz, Potosí, Copacabana e nas Ilhas do Sol e da Lua, os brasileiros podem ter certa dificuldade para se adaptar ao ar mais rarefeito ; é o mal de altitude ou soroche. Entre os sintomas, estão dor de cabeça e falta de ar. O mais indicado é tomar chá ou mascar a folha da coca. Há também o soroche pill, comprimido encontrado em farmácias.



A maior parte do país (57%), entretanto, situa-se na planície ; Santa Cruz de La Sierra é a cidade de maior destaque. Os 13% restantes do território estão na região subandina, onde fica Sucre, capital constitucional do país.

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