Turismo

Conheça alguns dos tesouros tapajônicos: cuia, jambu e muiraquitã

Quem visita o oeste do Pará precisa conhecer a história dos símbolos que escolheram Santarém como palco

Rafaella Panceri - Especial para o Correio
postado em 30/06/2016 12:00

Quem visita o oeste do Pará precisa conhecer a história dos símbolos que escolheram Santarém como palco
É do leito do Rio Tapajós que brotam lendas, elementos que compõem a cultura local e um dos fenômenos naturais mais aplaudidos do planeta. Eternizados em fotografias, os ícones permanecem na memória de quem se dispõe a desvendar as peculiaridades da região. Apesar de incrustada na Amazônia, Santarém exibe costumes similares aos do litoral brasileiro ; a começar pela piracaia, costume de assar peixe na praia.

Os índios tupaiu ou tapajó, antigos habitantes da região do Tapajós, impressionaram os colonizadores com a prática. Não só pelo ato da pesca com arco e flecha em noites de luar, mas pelo significado das reuniões: eram feitas em volta de fogueiras e transmitiam a alegria de estar em grupo. O evento é parecido com um luau ; tem um quê de romântico.

Hoje em dia, a estrutura é mais sofisticada. Novos componentes entraram na festa: violão, temperos com sal e pimenta e a caipirinha, drinque de limão e cachaça. A farinha de mandioca e o peixe permaneceram no cardápio e, ainda hoje, protagonizam a refeição e deliciam os visitantes.

Cuia

Quem visita o oeste do Pará precisa conhecer a história dos símbolos que escolheram Santarém como palco

Símbolo de Santarém e do estado do Pará, foi registrada como Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As cuias são feitas por mulheres ribeirinhas da região do baixo Amazonas há mais de dois séculos. O recipiente é resultado do fruto da cuieira e é utilizado para consumir o tacacá ; prato típico feito com goma de mandioca e tucupi (líquido extraído da mesma raiz), camarão e folhas de jambu. Na piracaia, as cuias também servem para comer peixe e farinha da maneira tradicional: com as mãos.

Jambu

Quem visita o oeste do Pará precisa conhecer a história dos símbolos que escolheram Santarém como palco
As folhas e as flores da planta têm efeito anestésico, descrito por muitos como um ;treme-treme; na língua. Usado como condimento, na forma de molhos, ou in natura, na preparação de diversos pratos como tacacá (foto), pato no tucupi, arroz, pizzas e sanduíches, a erva também é conhecida como agrião-do-Pará. No restaurante Piracema, as folhas integram o ;tacacachaça;, drinque que mescla suco de maracujá a folhas e cachaça de jambu. Há quem diga que é afrodisíaco.

Muiraquitã

Quem visita o oeste do Pará precisa conhecer a história dos símbolos que escolheram Santarém como palco
[SAIBAMAIS]Herança dos índios tapajó e outras etnias da região do baixo Amazonas, os amuletos inspiram fertilidade e poder. São elementos de uma lenda que diz que as índias icamiabas, guerreiras, habitavam a região e realizavam uma festa em homenagem à Lua. Após dormirem com os Guacaris, índios convidados, elas mergulhavam em um lago para pegar barro esverdeado. Confeccionavam os muiraquitãs e davam de presente. Em Santarém, o artesanato reproduz a figura do sapo em colares com pingente de pedra e látex.

(Viagem a convite do Ministério do Turismo)

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