Turismo

A irmã menor de Petra: cidade arqueológica que é um espetáculo

Menos famosa que antiga capital do Império Nabateu, a cidade é tão deslumbrante quanto. Além de ser um frescor no deserto. Antigamente, servia para acampamento de caravanas. Hoje, encanta turistas

Bertha Maakaroun - Especial para o Correio
postado em 13/01/2018 09:00

Menos famosa que antiga capital do Império Nabateu, a cidade é tão deslumbrante quanto. Além de ser um frescor no deserto. Antigamente, servia para acampamento de caravanas. Hoje, encanta turistasA cidade arqueológica e histórica de Petra, no sul da Jordânia, é muito famosa, mas visitantes e turistas sairão ganhando se buscarem conhecer também sua irmã menor: Pequena Petra. Não tão visitada, mas tão gloriosa quanto, surgiu há cerca de 2 mil anos no Império Natabeu. O local é conhecido também como Siq al-Barid, que significa ;cânion frio;, já que o lugar está protegido do calor do deserto e dos assaltantes de caravanas por rochedos em arenito, verdadeiros paredões de um desfiladeiro natural. Situa-se a poucos metros do maior reservatório de água conhecido na região, entalhado nas próprias rochas, marca indelével da civilização nabateia, que desenvolveu eficientes métodos de coleta de água em desertos áridos.

Talvez pela magnificência da grande Petra, a irmã menor seja menos procurada, mas não menos importante. A Pequena Petra era lugar de trânsito, uma espécie de acampamento de caravanas para alimentação dos camelos e mercadores, antes de seguirem o curso até a capital, a quase nove quilômetros dali. Esconde-se por detrás de um estreito desfiladeiro, que se alonga por cerca de 10 metros. Após a entrada, uma apertada garganta com passagem suficiente para que apenas dromedários perfilados e observados do alto dos rochedos seguissem em frente, adiante, o cânion se abre. Ali, no coração da Pequena Petra, a vida pulsava.

Casa Pintada

[SAIBAMAIS]Nos paredões laterais, edifícios com diferentes finalidades foram minuciosamente escavados nas rochas. Ali, o que foi um monumental templo dedicado às divindades nabateias Dushara e Al Uzza se apresenta, ao lado de refeitórios, com numerosas canalizações para armazenar a água das chuvas e a célebre Casa Pintada, a mais importante das salas que conserva afrescos clássicos de inspiração helênica, com imagens relacionadas a Dionísio, deus do vinho. Pequena Petra foi possivelmente fundada alguns séculos depois da monumental irmã, Petra (século 4 a.C.), na encosta de Jebel al-Madhbah ; identificada por alguns como o bíblico Monte Hor, ao sul da Jordânia.

Flanco oriental de Wadi Araba (deserto da Arábia), trata-se do extenso vale que se alonga entre Mar Morto e Mar Vermelho, esticando-se até o Golfo de Aqaba. Os nabateus suplantaram edomitas, povos que ali viveram a partir de 1200 a.C. e estabeleceram-se na região, consolidando, no fim do século 4 a.C., um império fundado em um amplo sistema de relações políticas e econômicas. Intermediavam, em aramaico, língua comercial que se falava em todo o Oriente, o trânsito das caravanas de mercadores entre a Arábia e o Mediterrâneo, além da faixa entre Síria e Egito.

Construções de 2 mil anos atrás ainda majestosas

Era penosa a travessia pelo deserto da Arábia até o Mediterrâneo levando incenso, mirra e especiarias, adquiridas a baixos preços ao Sul da Península Arábica, atual território do Iêmen. A preciosa carga era revendida em Gaza, Alexandria e outros portos do Mediterrâneo, cujo destino final era o exigente mercado de Grécia e Itália, onde esses materiais eram utilizados em cerimônias religiosas e para a produção de misturas medicinais. Eram igualmente transportadas mercadorias da Índia e da China, como ouro, prata, cristais e sedas.


Assim floresceu o império nabateu, a sua capital Petra e o seu subúrbio, a Pequena Petra, parada obrigatória das caravanas. Viveram, as duas irmãs, o apogeu e o seu declínio, a partir do ano 106, quando os romanos assumiram o controle da capital rosa e, aos poucos, empurraram as tradicionais rotas comerciais para o norte. Por volta de 663, Petra e Pequena Petra mergulharam sob as areias por mais de um milênio, para serem ;redescobertas;, em 1812, pelo explorador suíço Johann
Ludwig Burckhardt, o primeiro europeu a visitar esses locais.

Símbolo da glória de outrora

Menos famosa que antiga capital do Império Nabateu, a cidade é tão deslumbrante quanto. Além de ser um frescor no deserto. Antigamente, servia para acampamento de caravanas. Hoje, encanta turistas

Trata-se da atração turística mais visitada da Jordânia. O local ganhou fama por sua arquitetura esculpida em rocha (que o fez ser chamado de ;cidade rosa; por causa da cor das pedras) e por ter sido a capital do Império Nabateu (que, por 500 anos, dominou a Rota da Seda, que ligava Oriente e Europa). A cidade também tinha canais de abastecimento muito avançados para o período. Petra foi estabelecida em 312 a.C. e foi considerada Patrimônio Mundial pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em 1985.

Perfil da Jordânia

O país, cuja capital e cidade mais populosa é Amã, fica na Ásia Ocidental (no cruzamento entre Ásia, África e Europa), na margem leste do Rio Jordão. Tem fronteiras com Arábia Saudita, Iraque, Síria, Israel, Palestina e com o Mar Vermelho. A Jordânia é banhada também pelo Mar Morto (que a separa de Israel e Palestina). O idioma oficial da nação é o árabe e a população é de cerca de 9 milhões de pessoas. A religião dominante e oficial é o islã.

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