desafios da educação

Formação para garantir a competitividade

» MARIANA NIEDERAUER
» PEDRO GRIGORI*

O estudante Gabriel de Jesus, 17 anos, embarcou, há um ano e meio, numa rotina pesada para não se deixar prejudicar pelas lacunas da educação básica brasileira. Morador do Gama, saía de casa cedo para chegar antes das 7h à escola. Cursando o segundo ano do ensino médio, passava cinco horas estudando as matérias tradicionais da educação básica, deixava o local ao meio-dia e, a partir das 14h, participava de um curso técnico em eletrotécnica, onde cursava disciplinas focadas na área em que pretende atuar no futuro.

Gabriel faz parte de um grupo seleto de jovens que caminham para concluir o ensino médio. De acordo com dados do Censo da Educação Básica de 2015, apenas pouco mais de 54% dos alunos que iniciam o ensino fundamental terminam os três anos do médio. "No começo, era pesado conciliar as matérias, sem contar o cansaço de estudar nove horas por dia, de segunda a sexta, mas eu sabia que era um investimento importante para o meu futuro", relata o estudante. O modelo Educação Básica com Educação Profissionalizante (Ebep), formato de estudo escolhido por ele, é cursado no Sesi e no Senai do Gama.

"Percebemos que há uma forte lacuna no ensino médio, que começa nos anos inicias da educação básica e que está se refletindo na trajetória educacional dos jovens como um todo", observa a diretora de Operações do Sesi e do Senai-DF, Gricélia de Melo. Enquanto a formação deixa a desejar, as exigências do mercado aumentam. Além de ser um profissional com formação básica adequada - em disciplinas como português, matemática e nas ciências humanas -, deve ser capaz de trabalhar com elementos do mundo contemporâneo, conforme ressalta Griselda, e ter capacidade de interpretação e de integrar conhecimentos, por exemplo (leia mais na página 10).

Para ela, a solução passa por uma reformulação do ensino médio e pelo fortalecimento da educação básica como um todo. Também ressalta a importância de incentivar a formação técnica. "Mesmo para os que estão cursando o ensino médio nós não temos políticas públicas voltadas para a educação profissionalizante. Ela se torna pouco atrativa, é escolha de poucos", afirma Gricelda. "É preciso sair do modelo onde o professor transmite um conhecimento e o jovem recebe. É necessário ensinar a pensar e a interpretar a informação, transformá-la em conhecimento, em negócio", acrescenta.

Profissionalização
Para os empresários brasileiros, a educação é fator que mais influencia a competitividade das empresas, antes até da tributação e da infraestrutura, segundo o Mapa Estratégico da Indústria Brasileira de 2012, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o que mostra a importância de trajetórias formativas como a escolhida por Gabriel. O estudante começou a cursar a modalidade no ano passado, quando entrou no segundo ano do ensino médio, e concluiu o curso de eletrotécnica em julho deste ano. "Na educação básica, nós realmente só aprendemos o básico de cada conteúdo, com o que aprendia normalmente na escola, não teria base para entrar no mercado de trabalho, agora sinto mais confiança no meu conhecimento", relata.

Na educação básica, nós realmente só aprendemos o básico de cada conteúdo, com o que aprendia normalmente na escola, não teria base para entrar no mercado de trabalho, agora sinto mais confiança no meu conhecimento"
Gabriel de Jesus, estudante do curso técnico de eletrotécnica



Nas aulas de educação profissionalizante, Gabriel aprendeu cálculos referentes à parte elétrica das áreas exatas e, com a educação básica, manteve uma base nas disciplinas regulares, como português e biologia, para se sentir seguro caso decida mudar de profissão no futuro. "Estou terminando o ensino médio agora e pretendo entrar na universidade para estudar engenharia mecatrônica ou de software. Com o que aprendi no Ebep, quero conseguir um emprego na área durante o curso, para assim conseguir dinheiro e me manter durante os estudos", relata.

A especialista Eliane Ferreira de Sousa, analista em Ciência e Tecnologia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), reafirma que o atual modelo do ensino médio não é eficaz, pois, na avaliação dela, preconiza o ensino tradicionalista, que cobra dos estudantes que decorarem conteúdos em vez de oferecer formação crítica. "Além disso, como os problemas vêm do ensino fundamental, é preciso cuidar primeiramente dessa etapa do ensino para se pensar na reformulação do ensino médio. Caso contrário, os problemas só persistirão", afirma.

A evasão e a distorção idade-série são índices que preocupam nessa etapa do ensino. "Os conteúdos estudados são muito limitantes e sem atrativos para os alunos. É preciso adequar o processo de ensino-aprendizagem ao universo dos jovens, inclusive com o uso dos recursos tecnológicos. E, ainda, questões interseccionais devem ser consideradas, quando se constata o índice alarmante de desinteresse, tais como: localização, classe social, gênero, raça, entre outros", elenca Eliane.

*Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer

Reflexos no mercado

Diante do quadro de baixa qualificação, as empresas têm diminuído exigências e, ainda assim, enfrentam dificuldades em contratar. Pesquisa divulgada este ano pela Fundação Dom Cabral (FDC) mostrou que, mesmo com o aumento do desemprego, 49% das organizações brasileiras têm vagas, mas não encontram profissionais qualificados. As duas causas mais graves para a não contratação mensuradas pelo levantamento foram a falta de capacitação adequada e expectativas de salários desalinhadas.

"Isso tudo é resultado de uma histórica falta de planejamento estratégico para a formação de profissionais no nosso país. É um país desatualizado, cuja inovação tecnológica transferida para o currículo escolar é quase inexistente", afirma Paulo Resende, um dos responsáveis pelo estudo e coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da FDC.

A escassez é maior no nível gerencial, na qual 40,4% das empresas dizem não encontrar profissionais preparados. Em seguida está a área de supervisão e coordenação, com 38,3%. Com relação às carreiras que mais precisam de trabalhadores qualificados, foram apontadas engenharia de segurança de trabalho, engenharia mecatrônica, engenharia de controle e automação, especialistas em meio ambiente e trabalhadores de ofícios manuais.

A saída encontrada, muitas vezes, é chamar profissionais de fora. Os Estados Unidos figuram como o país de origem de profissionais estrangeiros mais cobiçados pelas empresas brasileiras, seguidos por Argentina, Portugal, Alemanha e Chile. O estudo contou com a participação de mais de 200 empresas de quatro ramos %u2014 serviço (25%), indústria de construção (10%), bens de consumo e autoindústria (9% cada). Quase 42% delas têm faturamento superior a R$ 1 bilhão (veja o quadro).

Resende chama a atenção para a situação paradoxal que o mercado nacional enfrenta. Há quatro anos, quando o Brasil vivia o pleno emprego, a falta de mão de obra qualificada era uma consequência esperada. "Como a oferta é maior do que a demanda, as empresas assumem parte da qualificação para suprir a lacuna natural. Elas abrem mão de alguns quesitos de qualificação e tomam a decisão de gastar recursos com qualificação", explica. No entanto, os dados do levantamento deste ano mostram que a mão de obra é escassa mesmo no quadro de desemprego, o que preocupa ainda mais. E, na avaliação do especialista, os problemas na educação básica, que levam os jovens a desistirem de completar o ensino médio, são os principais culpados por essa situação.

O nível de qualificação mais difícil de encontrar é o técnico, especialmente no setor industrial de bens de consumo duráveis e de alta complexidade, como o de tecnologia da informação (TI), de acordo com o estudo da FDC. "Criou-se uma cultura de que quem não tem diploma universitário não é nada", ressalta o especialista. Isso afasta os jovens dos cursos técnicos, mas também não significa um percentual adequado de concluintes do ensino superior. Apenas 14% dos brasileiros têm diploma de graduação, contra uma média de 33% nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os dados são da pesquisa Education at a Glance 2015, do mesmo organismo internacional. "É um país formado de paradoxos", lamenta Resende. (MN)

Os desafios das empresas

51,2%

afirmaram enfrentar problemas para encontrar profissionais qualificados na região geográfica

40,4%

têm mais dificuldade para encontrar profissionais no nível gerencial

16%

dos profissionais estrangeiros mais cobiçados para atuar no Brasil são dos Estados Unidos

40%

têm mais dificuldades para encontrar candidatos de nível técnico

78%

garantem oferecer algum tipo de capacitação para os funcionários

Fonte: FDC

Ensino técnico na pauta da reforma

A mudança no ensino médio proposta por meio da MP 746 abrange a formação profissional. Especialistas veem benefícios na inclusão, mas alertam que é preciso tempo para discutir o assunto

» MARIANA NIEDERAUER
» RENATO SOUZA
ESPECIAL PARA O CORREIO

A reforma do ensino médio proposta pelo governo por meio da Medida Provisória (MP) 746 trata, entre outros pontos, do ensino técnico. O texto prevê que essa etapa educacional oferte também cursos de qualificação, estágio e ensino técnico profissional. A forma como isso deve ocorrer ainda não está definida, uma vez que a proposta passa por análise no Congresso Nacional. Especialistas acreditam que essa pode ser uma mudança positiva, mas precisa ser bem pensada para não resultar em erros já cometidos no passado. Também alertam para a necessidade de uma discussão mais aprofundada acerca do tema.

O professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE/UnB) Remi Castioni, especialista em educação profissional, acredita que a divisão do ensino médio proposta na MP não tenha ficado clara. A preocupação é como as disciplinas do currículo comum vão interagir com as aulas do ensino técnico. "O ensino médio, hoje, tem 2,4 mil horas, sendo 13 componentes curriculares em 200 dias letivos. A lei reduz para 1,2 mil a carga horária obrigatória, que inclui disciplinas de português, inglês e matemática. As demais horas devem ser divididas entre as outras matérias e o ensino técnico. É preciso saber como essa divisão será feita", afirma.

Ele vê com preocupação o fato de que o estudante que concluir o ensino médio voltado para a educação profissional não deverá receber um certificado de curso técnico. "O estudante que concluir o ensino médio integrado ao ensino técnico não poderá obter certificado de técnico da área que cursou, pois a nomenclatura que o governo deu não é a mesma definida pela legislação", destaca. A norma entregue ao Congresso prevê a concessão de certificados intermediários de qualificação para o trabalho.

Por outro lado, as mudanças propostas abrem mais espaço para uma flexibilização das disciplinas do ensino médio. "Nós já temos a previsão da educação profissional desde a Constituição Federal de 1988, mas a medida provisória permite que 1,2 mil horas sejam utilizadas para aprendizagem profissional, experimentação, entre outras possibilidades, no ensino médio."

Castioni alerta que as mudanças no currículo devem ser acompanhadas de investimentos em materiais e laboratórios. "Nós temos um padrão de escola profissional, que são escolas do Sistema S e dos institutos federais, que podem ser comparadas às dos países desenvolvidos. Embora os institutos federais sejam muito acadêmicos, têm a estrutura adequada e um ambiente diferente e melhor que o das escolas estaduais e até das particulares", observa. "Não basta mudar o currículo da escola para incluir o currículo técnico. É preciso que essas instituições de ensino tenham equipamentos de ponta, dos mesmos usados nas indústrias, para que o estudante aprenda realmente. Uma máquina pode ser usada para explicar conceitos matemáticos. Isso torna o ensino até mais interessante e atraente para o estudante", ressalta.

Mudança necessária
O presidente do Instituto Alfa e Beto (IAB), João Batista Araujo e Oliveira, é otimista com relação à proposta de mudança de um modelo de ensino médio técnico que, na visão dele, está muito atrelado ao ensino médio acadêmico, em que o aluno precisa fazer os dois cursos ao mesmo tempo ou posteriormente. "A nova lei traz três vantagens. Reduz o tempo para o aluno interessado no ensino técnico. Permite tornar os cursos técnicos mais interessantes, pois eles poderão ensinar a parte de 'educação geral' de forma contextualizada. E, assim, aumenta chance de sucesso dos alunos", afirma.

Para ele, a proposta é diferente de outras apresentadas e praticadas no país, por reconhecer a identidade da formação profissional como uma trajetória válida dentro do sistema educacional - e não como um complemento. "É um avanço para o Brasil, que passa a praticar aquilo que sempre existiu no resto do mundo."

O especialista em educação Claudio de Moura Castro concorda com a avaliação de João Batista. Na visão dele, é por isso que o interesse no ensino técnico permanece baixo: a carga horária excessiva sobrecarrega o estudante. Ele acredita que a MP tenha dado uma contribuição importante no sentido de melhorar a estrutura do ensino médio no Brasil. "Nenhum país sério tem um sistema em que todos têm de fazer uma escola única e, dentro dela, não há senão um mesmo currículo obrigatório para todos", expõe. "Criar uma variedade de caminhos atende a dois objetivos. O primeiro é reduzir a enxurrada curricular, com matérias demais e assuntos demais dentro de cada uma. O segundo é permitir que cada um se dedique com mais profundidade ao que melhor corresponde às suas preferências e planos futuros", completa.

Não se pode cometer o equívoco, no entanto, de ter na formação profissional a única medida para a redução do desemprego, conforme destaca Castro. "É uma solução fácil, barata e elegante. Só que sabemos, pela experiência do passado, que não funciona. Portanto, não é o técnico brasileiro que vai ser a exceção. Não obstante, há alguns interstícios em que pode ajudar, mas sempre de forma modesta", afirma o especialista. "Educação e formação profissional são para aumentar a produtividade do país e a empregabilidade individual. Não afetam o nível global de desemprego", reforça.

O crescimento dos institutos

Entre 2008, ano em que ocorria a expansão da Rede Federal de Educação Profissional (veja Linha do tempo), e 2015, o número de matrículas na educação profissional, nas modalidades integrado, concomitante e subsequente mais que dobrou. Passaram de quase 928 mil para 1,9 milhão, segundo dados do Censo Escolar da Educação Básica elaborados pelo Senai. "Isso é um grande avanço, o fato de você preparar as pessoas para servir a sociedade com um serviço técnico de qualidade, benfeito e com valores morais e éticos", avalia o reitor do Instituto Federal de Brasília (IFB), Wilson Conciani.

A estudante Rayssa Queiroz, 16 anos, cursa o 3º ano do ensino médio no instituto, integrado ao curso técnico em alimentos. "Nos preparamos para atuar na área de produção de empresas, atender a necessidades de higiene, controle de qualidade e análise físico-química", explica. Ela conta que conheceu a instituição quando ainda estudava na rede pública de ensino, durante o ensino fundamental. "Foi muito bom, eu percebo que a nossa mente é muito mais aberta, estamos preparados para o mercado de trabalho, temos uma visão mais ampla", relata. Depois que concluir a formação, no fim do ano, pretende concorrer a uma vaga em universidades e, enquanto continua os estudos, quer prestar consultoria para empresas. "É um emprego muito flexível, dá para fazer faculdade ao mesmo tempo."

Qualidade mantida Sobre a reforma do ensino médio, Wilson Conciani acredita que não deve afetar a qualidade do ensino nos institutos, a menos que a carga horária %u2014 de 1,2 mil horas para o ensino técnico e 2,4 mil horas para o médio %u2014 seja reduzida. A preocupação maior, na avaliação de Conciani, é com a oferta dessa modalidade na rede pública de ensino como um todo. Segundo ele, o texto proposto permite a interpretação de que a profissionalização se tornaria compulsória. "Se for isso, existem muitos riscos, porque a educação profissional não é simples e barata, ela integra um conjunto de saberes muito grande", observa.

Conciani teme, como especialista da área, que o modelo da década de 1970, que não deu certo, seja reproduzido. "Precisamos de mais tempo para discutir, para que possamos entender a proposta como um todo", avalia. Para ele, pequenas alterações poderiam aprimorar o texto proposto.

A doutora em educação Eliane Ferreira de Sousa, analista em Ciência e Tecnologia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), discorda da forma como a reforma foi proposta. Para ela, a MP não é o meio adequado de se propor uma mudança desse tipo. "Começa com o instrumento errado e sem discussão com segmentos da educação e da sociedade, que são os diretamente afetados pelas mudanças", afirma. Ela não tem esperanças de que a proposta melhore as condições do ensino no país. "A precarização do ensino sempre existiu, pois entra governo e sai governo e as medidas adotadas são apenas paliativas. É preciso pensar a educação como projeto de Estado, e não de governos. A retirada de disciplinas importantes, como educação física e artes, é outro fator agravante, pois há indefinição sobre os conteúdos, até mesmo por parte de quem criou as mudanças", afirma. (MN)

Linha do tempo

Veja como evoluiu o sistema de educação profissional brasileiro nos últimos anos

1909



Escola de aprendizes artífices

Elas foram criadas em 19 estados com o objetivo de educar e ensinar um ofício a meninos de 10 a 13 anos em situação de vulnerabilidade social, inclusive índios. As instituições eram subordinadas ao Ministério da Agricultura, Indútria e Comércio



1937



Liceus profissionais

Algumas instituições são transformadas em liceus. Com a reestruturação do Ministério da Educação e Saúde, é criada a Divisão do Ensino Industrial e o Departamento Nacional de Educação. O ensino técnico passa a ser elemento estratégico para o desenvolvimento da economia do Brasil



1942



Escolas industriais e técnicas

As instituições passam a ser subordinadas ao Ministério da Educação e Saúde. Com a criação de leis orgâncias, ocorre profunda reforma no sistema educacional brasileiro e, nesse contexto, o ensino profissional e técnico é equiparado ao nível médio.



1959



Escolas técnicas

Instituições recebem autonomia didática, técnica, financeira e administrativa. São criados diversos cursos técnicos. Também é autorizado o início da formação técnica de nível superior, posteriormente estabelecida como Engenharias Operacionais.



1978



Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets)

Os centros tinham como objetivo realizar pesquisas na área técnica industrial e oferta de cursos industriais, de graduação e de pós-graduação. Formavam profissionais de engenharia industrial, tecnólogos e com licenciatura plena. Havia ainda cursos de extensão, de aperfeiçoamento e de especialização e foram criados cursos para formação de professores.



2008



Insitutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia

Foi iniciado o processo de expansão, interiorização e consolidação da Rede Federal de Educação Profissional, com o objetivo de democratizaçaõ e ampliação do acesso a conquistas científicas e tecnológicas e formação de profissionais qualificados. A partir dessa data, 31 Cefets, 75 unidades descentralizadas de ensino, 39 escolas agrotécnicas, 7 escolas técnicas federais e 8 escolas vinculadas às universidades federais passam a ter o status de institutos federais.

Fonte: Conif

Histórico em Brasília

» RENATO SOUZA
ESPECIAL PARA O CORREIO

A primeira escola técnica do Distrito Federal foi criada em Ceilândia, em 1982. De lá pra cá, outras regiões administrativas do DF receberam instituições voltadas para o ensino técnico e profissional. A Secretaria de Educação (SEDF) oferece duas modalidades de ensino técnico: integrado ao ensino médio e subseqüentes à educação básica.

Em 2006, foi criada a primeira escola que reúne ensino médio e técnico. O Centro de Ensino Médio Integrado do Gama permitiu que os estudantes que ainda estão no ensino médio se capacitassem na área de tecnologia da informação. Os alunos da unidade de ensino saem com certificado de técnico de informática. No ano passado, a pasta lançou o primeiro curso técnico integrado à Educação de Jovens e Adultos (EJA). O lançamento ocorreu com o curso técnico em controle ambiental integrado, no Centro Educacional Irmã Regina Velanis, na área rural de Brazlândia.

Atualmente, as maiores escolas técnicas do DF são a Escola Técnica de Brasília (ETB) %u2014 que oferece cursos de técnico em eletrônica, técnico em informática, eletrotécnica e telecomunicações %u2014 e a Escola Técnica de Saúde de Planaltina (ETSP). A ETSP oferece cursos como técnico de enfermagem e técnico em nutrição, que podem ser realizados tanto por estudantes que ainda estão no ensino médio quanto por pessoas que concluíram a educação básica.

Expansão
O governo planeja a construção de mais quatro escolas técnicas no Distrito Federal. As instituições estão previstas para ser construídas nas regiões de Santa Maria, Paranoá, Brazlândia e Guará. Dessas, o Centro de Educação Profissional do Guará (Cepag) está com 80% da obra terminada e tem previsão de conclusão para o primeiro semestre de 2017. Na unidade, serão ofertados os cursos de técnico em computação gráfica, técnico em enfermagem e técnico em finanças integrado à EJA. Após o término da construção, a expectativa é que a escola possa atender cerca de 2 mil estudantes.

Segundo a SEDF, outras duas escolas devem passar a oferecer o ensino integrado, em Planaltina e em Taguatinga. Nessas cidades, os cursos serão voltados a estudantes que ainda estão cursando o ensino médio na própria instituição.

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