postado em 20/04/2008 19:49
Militares do Corpo de Bombeiros resgataram na manhã deste domingo (20) cinco homens e uma mulher que acampavam na Serra do Caraça, localizada entre Catas Altas e Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, a 126 quilômetros de Belo Horizonte. Na noite de sábado, um dos integrantes do grupo escorregou em uma pedra e caiu, batendo a cabeça no chão. Preocupados por causa da quantidade de sangue que saia da cabeça do colega, amigos pediram ajuda, pelo telefone, à administração do parque e ao Corpo de Bombeiros. Durante a madrugada, dois guias foram até o local onde o sexteto estava acampado para realizar os primeiros socorros à vítima.
A noite foi tensa para o grupo, que afirma já ter acampado diversas vezes na região próxima do Santuário do Caraça, reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural. "Eles passaram uma noite de muito frio. Voltamos ao local às 5h30, para tentar buscá-los no helicóptero Arcanjo, mas havia uma camada de nuvens muito baixa e não conseguimos nos aproximar", conta o capitão Anderson Passos, do Batalhão de Operações Aéreas. Com a melhora do tempo, os militares conseguiram descer a aeronave em uma área a 30 minutos do local do acampamento. A operação foi considerada arriscada, porque o terreno era íngreme e com muitas pedras.
O primeiro a ser resgatado foi Ronaldo Aires Lana, de 36 anos, que estava ferido. Os outros integrantes do grupo, a maioria de Belo Horizonte, foram retirados em seguida. Ronaldo foi levado para o Hospital de Santa Bárbara, onde receberia curativo na cabeça. A expectativa era de que recebesse alta ainda ontem. "Quem segurou a onda e ajudou a gente foram os dois guias, que subiram a serra de madrugada e tranqüilizaram todos nós", conta o engenheiro Lucas Santos, de 25, que estava no grupo.
Às 10h de sábado, os amigos saíram da sede do santuário em direção ao Pico do Inficionado, segunda maior altitude da Serra do Caraça, onde se escondem cavernas de quartzito. A caminhada até o local exige bom condicionamento físico, pois são 9,5 quilômetros entre pedregulhos e subidas fortes. Para chegar ao cume, a 2,032 metros de altitude, é preciso andar entre quatro e cinco horas. Por volta das 16h, o grupo chegou ao local de acampamento. O acidente com Ronaldo ocorreu às 20h.
"Ele ficou meio grogue e enrolava a língua na hora de falar. Ficamos preocupados e pedimos ajuda. Os bombeiros falaram que não tinha como resgatá-lo à noite, só no dia seguinte. Mas os guias chegaram com remédios e avaliaram a pressão dele, testaram os reflexos, viram que estava tudo bem", conta Lucas. Os integrantes do grupo pretendiam descer a serra à pé, mas aproveitaram a chance de voltar para o santuário com os bombeiros.