Brasil

Alunos do ensino médio desenvolvem larvicida natural contra mosquito da dengue

Produto natuaral é feito a partir do miolo de Sucupira Preta e tem eficácia de 80%

postado em 21/04/2008 18:27
Um larvicida natural, capaz de exterminar as larvas do mosquito da dengue, foi desenvolvido por dois alunos do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Damas, do Recife. O produto pôde ser descoberto a partir do cerne, ou miolo, da Sucupira Preta, um vegetal. Os estudantes fizeram a pesquisa para a disciplina de Biologia Experimental, sob orientação da professora da unidade de ensino e biomédica, Elizabeth de Azevedo, e do professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFPE), Jefferson Santos, autor da tese que inspirou a pesquisa. Elizabeth explicou que a equipe, formada pelos alunos Abner Porto e Dayse Ferreira, retirou do cerne do vegetal uma substância alcalóide. "Através dos estudos, chegamos à conclusão que a substância produzia um larvicida natural. Testamos em larvas e percebemos uma mortalidade grande, em cerca de 80% delas", comentou a professora. O trabalho durou um ano e ganhou primeiro lugar num concurso interno da escola, o Damarte. A pesquisa também foi apresentada em março, na 6ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada pelo Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). "Recebemos muitos elogios de doutores da universidade. Eles se disseram surpresos com a nossa descoberta", destacou a orientadora. De acordo com a professora, que também coordena o Laboratório de Química Fundamental do colégio, a pesquisa precisa ser aperfeiçoada ao longo de mais um ano. "Ainda não sabemos se o produto é tóxico para o ser humano", esclareceu. Os pesquisadores afirmam que o produto tem eficácia igual ao larvicida usado atualmente, mas o dano causado ao meio ambiente é quase nulo, enquanto o larvicida em uso tem um índice elevado de prejuízos ao ecossistema. O professor Jefferson Santos disse que, além das plantas, também estão sendo testadas vias sintéticas para produzir o mesmo composto. "Dessa forma, ele poderá ser comercializado". Elizabeth ficou surpresa com a repercussão do trabalho e comemora: "A experiência vai possibilitar novas alternativas de combate ao crescimento e propagação da larva do mosquito e, conseqüentemente, uma redução do número de casos da doença", afirmou.

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