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Caso Isabella: Cronologia

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postado em 23/04/2008 10:11
29 de março Em algum momento entre 23h35 ; hora em que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá chegam à garagem do Edifício London ; e 23h49 ; hora em que o resgate é acionado por um morador do primeiro andar ;, a menina Isabella Nardoni, 5 anos, cai do sexto andar sobre o gramado em frente ao prédio. O resgate chega às 23h54 e chega a socorrer a criança, que morre em seguida. Nas primeiras declarações, o pai da menina e a mulher sustentam que o apartamento foi arrombado e que um desconhecido teria matado Isabella 30 de março Os depoimentos do casal duram o dia todo. O delegado Calixto Calil Filho afirma que foi homicídio, afastando, devido à tela de proteção cortada, a possibilidade de queda acidental 31 de março Isabella Nardoni é enterrada pela manhã. No apartamento, os peritos descobrem que a tela rompida é a da janela do quarto dos irmãos, não a do quarto da Isabella. Recolhem a tela e alguns utensílios de cozinha que possam ter sido usados para fazer o corte. Também levam amostras de sangue encontradas em vários pontos do apartamento e as roupas da vítima, entre elas uma camiseta rasgada nas costas. Um operário que trabalhou no prédio presta depoimento, confirma que teve um desentendimento com o pai de Isabella, mas nega envolvimento na morte 1º de abril A polícia ouve seis pessoas: o primeiro policial a chegar ao prédio, logo depois da morte, dois ex-vizinhos e três vizinhos da família. Eles contam que ouviram gritos. O advogado da família Nardoni e o delegado Calixto Calil Filho têm interpretações diferentes sobre os depoimentos prestados. 2 de abril A mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira, presta depoimento. Com base no depoimento da mãe, a polícia pede a prisão temporária do pai e da madrasta de Isabella, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. A Justiça aceita e determina a prisão. Os peritos voltam ao apartamento e examinam também a garagem e o carro da família. Os investigadores vão à casa dos pais de Alexandre pedir que eles convençam o filho a se entregar 3 de abril Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá divulgam cartas, manuscritas, em que afirmam não serem culpados pela morte da criança e declaram amor por Isabella. Os advogados negociam a apresentação do casal, que ocorre no fim da tarde. Eles se apresentam no Fórum de Santana, na Zona Norte, passam pelo 9° Distrito Policial, fazem exames de corpo delito no Instituto Médico-Legal (IML) e são levados para delegacias distintas 4 de abril Dados preliminares do exame toxicológico feito no casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá constatam que nenhum dos dois havia ingerido álcool ou qualquer tipo de droga na noite da morte de Isabella. O promotor Francisco Cembranelli afirma que há trechos "fantasiosos" nos depoimentos dados à polícia por Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Ele visita o prédio do pai de Isabella. Depois de passar 45 minutos no local, diz que "qualquer conclusão (sobre o caso) é precipitada". 7 de abril A defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá entra com pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Peritos da Polícia Civil concluem que Isabella Nardoni foi espancada e asfixiada antes de ser jogada pela janela do 6º andar 8 de abril Imagens do circuito interno de um supermercado em Guarulhos, na Grande São Paulo, são divulgadas. O vídeo mostra o casal, Isabella e os dois outros filhos em harmonia. Alexandre estaria usando roupas parecidas antes e depois da morte da menina 9 de abril A delegada-assistente do 9º Distrito Policial, no Carandiru, Renata Pontes, diz ; sem informar as razões para tal conclusão ; que a polícia já apurou 70% do que aconteceu na noite em que Isabella Nardoni morreu. O avô de Isabella, Antônio Nardoni, diz que "qualquer um" poderia ter entrado no prédio e cometido o crime, uma vez que os portões do local ficavam completamente abertos 10 de abril Ainda sem dar qualquer razão sólida, a delegada Renata Pontes diz que "falta apenas 1%" para a solução do crime 11 de abril O desembargador Caio Eduardo Canguçu concede habeas corpus para Alexandre e Anna Carolina. Os dois são soltos à tarde 12 de abril No 9º Distrito Policial, vizinhos do casal são ouvidos pela polícia. Eles relatam que Alexandre e Anna Carolina costumavam brigar e que, nessas ocasiões, a mulher usava palavras de baixo calão. O delegado Aldo Galeano, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital, diz que será pedida a prisão preventiva a qualquer momento 13 de abril O desembagador Caio Cangaçu de Almeida afirma, em entrevista, que o habeas corpus se justificou porque Alexandre e Anna Carolina não atrapalharam as investigações. O casal reencontra os filhos, que estavam com os avós maternos 14 de abril O teor dos depoimentos de Anna Carolina e Alexandre vazam para a imprensa. Na delegacia, eles contam a mesma versão apresentada no dia da morte de Isabella. A mulher afirma que a convivência com a enteada era ótima e que elas nunca se desentenderam 15 de abril Vizinhos do Edifício London, onde mora a família Nardoni, vão à televisão e revelam que, na noite do crime, ouviram uma forte briga de Alexandre e Anna Carolina. Eles contam com detalhes o que viram e escutaram. O homem, que mantém a identidade em sigilo, diz que pouco depois da menina ter caído, Alexandre comentou ter visto uma pessoa de blusa preta saindo do apartamento 16 de abril O exame pericial revela que o sangue encontrado no apartamento é de Isabella. Anna Carolina e Alexandre são intimados a depor dali a dois dias, quando a criança completaria 6 anos. Em depoimento, a mãe da menina, Ana Carolina de Oliveira, revela que o ex-companheiro teve episódios de violência e afirma que o casal poderia estar envolvido, de alguma forma, com o crime 17 de abril Os laudos indicam que Isabella foi esganada e teve uma parada respiratória antes de ser atiçada pela janela. Com a queda, a menina sofreu politraumatismo, com deslocamento da bacia e da costela. A perícia constata que a marca encontrada no lençol da cama do quarto onde a criança foi jogada era do chinelo de Alexandre. A mãe de Isabella participa de uma missa, celebrada pelo padre Marcelo Rossi 18 de abril No dia em que Isabella completaria 6 anos, Alexandre e Anna Carolina depõem na delegacia. O homem é interrogado durante oito horas e a madrasta da menina por seis horas. Ambos mantêm a tese de que uma terceira pessoa teria entrado no apartamento, mas entram em contradição quando falam sobre os horários de chegada ao prédio e da queda da criança. Populares vão para a porta da delegacia e pedem Justiça, além de cantar "Parabéns para você", em homenagem a Isabella 19 de abril Laudos vazam para a imprensa e revelam que, antes de ser esganada, ainda dentro do carro da família, Isabella sofreu um corte na testa, provocado por objeto pontiagudo. Alguém teria limpado o sangue com uma fralda. Os peritos concluíram que as marcas no pescoço da criança eram compatíveis com as mãos da madrasta 20 de abril Anna Carolina e Alexandre falam com a imprensa pela primeira vez. Em entrevista exclusiva à TV Globo, não revelam novos fatos sobre a morte de Isabella. Reafirmam inocência e, a todo momento, reforçam a idéia de que a família era muito unida 21 de abril A defesa do casal diz que vai entrar com uma representação junto à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo. Eles alegam que há irregularidades nas investigações 22 de abril Após leitura do laudo necroscópico, polícia conclui que Isabella foi esganada dentro do apartamento do casal. 23 de Abril Polícia cruza informações do rastreador de veículos do Ford Ka da família com o horário da primeira ligação para o Centro de Operações da Polícia Militar e conclui que o casal ficou 12 minutos dentro do prédio. 24 de abril Antonio Nardoni, 46 anos, e Cristiane Nardoni, 26, pai e a irmã de Alexandre Nardoni. Eles são suspeitos de modificar a cena do crime para tentar despistar as investigações. Dois moradores do Edifício London também foram ouvidos sobre as condições de segurança do prédio. Polícia anuncia que fará reconstituição do crime no domingo seguinte(27/04). 25 de abril Especialistas avaliam que provas reunidas não são suficientes para comprovar o crime. Polícia distribui senha para moradores da rua e do edifício terem acesso ao local no dia da reconstituição. Aeronáutica descarta fechar o espaço aéreo da região no dia da encenação, mas polícia insiste.

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