postado em 23/04/2008 11:22
Integrantes do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) continuam acampados em fazendas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. As ocupações fazem parte do movimento "Abril Vermelho" em homenagem aos 19 trabalhadores mortos em Eldorado dos Carajás- PA há 12 anos.
Na última terça, o MST ocupou uma fazenda em Uberlândia-MG. Os sem-terra argumentaram que a propriedade é improdutiva e alegararam que o Incra interrompeu o processo de desapropriação que estava em andamento. Os manifestantes pedem a retomada do processo para que 4 mil famílias sejam assentadas.
O coordenador nacional do MST, Vanderlei Martine, afirmou que a reforma agrária está parada em Minas Gerais, enquanto o agronegócio avança no inteior do estado. "Precisamos de investimentos do governo na parte da produção agrícola dos assentamentos", explicou o coordenador.
Sábado, dia 19, os sem-terra ocuparam uma outra fazenda em Campo dos Goytacazes, no norte fluminense. Segundo o MST, a fazenda pertence a uma multinacional que não respeita a legislação trabalhista e ambiental.
Ações pelo país.
De acordo com o MST, pelo menos 15 estados e o Distrito Federal foram atingidos pelas ações do "Abril Vermelho".
Desde o início do mês, os sem-terra já promoveram ao menos 150 ações. Só em São paulo, há 1.600 famílias acampadas, enquanto no resto do Brasil esse número chega a 150 mil. A maioria das manifestações ocorreram em prédios públicos, agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Na última quinta-feira, dia 17, aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, o MST promoveu um dia de intensas ações pelo país. Invadiu propriedades da Vale, uma hidrelétrica em Sergipe e bloqueou praças de pedágio e rodovias. No total, segundo o MST, foram 50 atos.