postado em 25/04/2008 14:00
Tropas do exército do Brasil e da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul realizam operações de controle na fronteira com o Uruguai para evitar tráfico de armas, drogas e produtos contrabandeados, e para evitar bloqueios nas estradas, informou, nesta sexta-feira (25/04), o embaixador brasileiro em Montevidéu, José Felicio.
Em declarações à imprensa, Felicio disse que esteve duas vezes esta semana na cidade de Chuy (400 km a leste de Montevidéu), principal fronteira entre Uruguai e Brasil, por onde, afirmou, circulam cerca de 140 caminhões por dia. "Tive a oportunidade de verificar que a fronteira não está fechada, há uma demora devido à greve de funcionários da Receita Federal brasileira, mas há fluxo. Estão passando pelo menos cem caminhões, embora, na manhã da quinta-feira, houvesse uma fila de espera com mais de 200 veículos",afirmou o embaixador.
Diante da ameaça de que caminhões brasileiros bloqueiem as estradas, Felicio disse que é preciso respeitar o Tratado de Assunção (acordo fundador do Mercosul, bloco que integra Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e que garante a livre circulação das mercadorias). "Por isso, houve deslocamento de tropas. O Exército e a Polícia Militar do Rio Grande do Sul estão controlando para que isso não aconteça", declarou o diplomata sem especificar o número de soldados enviados para a fronteira. Além disso, continuou: "precisamos ver se há contrabando passando, motivo pelo qual os militares estão encarregados de fazer uma verificação mínima na aduana para evitar o tráfico de armas, drogas e outros crimes".
Felicio apontou que há otimismo sobre a negociação entre o sindicato dos fiscais em greve e o governo brasileiro, pois há uma proposta que está sendo negociada. Os fiscais brasileiros estão em greve há um mês. A categoria exige aumentos salariais.
Jorge Lepera, da Intergremial de Transporte de Carga do Uruguai, disse que, até a última quarta-feira, 600 caminhões brasileiros e uruguaios haviam conseguido apresentar sua documentação, e havia 200 ainda em espera por falta de local físico para sua entrada na fronteira.