Brasil

Sete pescadores são mantidos reféns por índios no norte de MT

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postado em 28/04/2008 18:23
Sete pescadores da região de Juara estão sendo mantidos reféns por índios da etinia rikbakrsa na aldeia Pé do Mutum, na comunidade indígena Japuíra, a 708 quilômetros de Cuiabá. De acordo com o chefe da Funai de Juína, Antônio Carlos Ferreira de Aquino, que é responsável também pelas comunidades indígenas de Juara, os pescadores estão no local desde ontem por volta de meio-dia. "Conversamos com eles [os índios] via rádio. Parecem estar nervosos, pintados e dizem estar armados com arco e flecha", afirmou o chefe da Funai de Juína ao site da TV Centro América. Os índios decidiram manter os pescadores reféns porque eles foram pescar na área indígena com seis barcos, sendo quatro com motor. "Os indígenas nos disseram que os pescadores levaram redes e grande material de pesca, o que caracteriza pesca predatória. Não fomos autorizados pelos índios a ir até o local. Eles querem conversar pessoalmente com autoridades da Secretaria de Meio Ambiente, Polícia Federal, Casa Civil e Funai de Brasília", explicou Antônio Carlos. Na região onde os pescadores são mantidos reféns moram cerca de 800 índios rikbaktsas. O chefe da Funai diz que a última vez que eles mantiveram pessoas reféns foi em 2002, quando garimpeiros entraram na área deles sem ser autorizados e ficaram no local três dias. "Já estou enviando a documentação para Cuiabá e Brasília para que os representantes dos órgãos que eles exigiram estejam aqui o mais rapidamente. Só depois disso, eles dizem que vão liberar os reféns", disse Antônio Carlos por telefone. Para explicar o motivo da decisão tomada pelos índios, nossa equipe conversou com o presidente da Associação Indígena Rikbaktsa, Paulo Henrique Skiripi. "Nós queremos que nos respeitem mais, estamos protegendo nossa área. Já havíamos falado que não era para entrar na nossa comunidade para pescar. Há placas informando isso. O rio Juruena está ficando escasso. Precisamos tomar uma providência", contou o presidente da associação. O presidente da Associação Indígena Rikbaktsa disse que vai até o local para averiguar de perto a situação. "Fiquei sabendo que tudo está tranqüilo, mas não posso afirmar com certeza. Acredito que ninguém foi agredido fisicamente, mas não sei se os pescadores estão sendo ameaçados. O fato é que não vamos liberar os reféns até que conversemos com as autoridades de Cuiabá e Brasília pessoalmente", finalizou Paulo Henrique Skiripi.

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