postado em 29/04/2008 17:13
Integrantes de movimentos estudantis, religiosos, negros, indígenas, GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e travestis), sindicais, políticos, culturais, étnicos e sociais estão unidos para discutir as necessidades da juventude.
Uma das características da 1ª Conferência Nacional da Juventude é a diversidade. Jovens defensores de diferentes causas participam do debate e levantam suas bandeiras no evento que termina amanhã (30).
Um a cada três jovens brasileiros participa de algum tipo de organização social, segundo pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e pelo Instituto Pólis de Estudos e Assessoria em Políticas Públicas, em 2006.
Em entrevista Agência Brasil, o secretario da juventude, Beto Cury, destacou essa nova configuração da mobilização juvenil. "O que se tem hoje é um mosaico plural de organizações juvenis que têm uma militância social, mas não, necessariamente, político-partidária", avaliou.
Cerca de 40 jovens ligados a organizações que defendem os direitos GLBT participam da conferência. A principal luta é contra o preconceito. Eles também querem a criminalização da homofobia.
A diversidade é válida pelo debate, quanto mais diversidade de jovens estiveram presentes demarcando seus espaços melhor, enriquece o debate, não fica apenas um grupo representado, acredita Enéias Pereira, membro do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve) e da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (AGLBT).
Ismael Mourão, 26 anos, é um dos representantes dos indígenas. Ele é da etnia Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul. Ismael comemora a diversidade do evento, mas considera ainda pequena a participação dos indígenas. É um marco na história da juventude brasileira, estamos tentando unir forças para atingir um objetivo, aponta.
Tiago Quintofe, 21 anos, que veio de Guarapuava (PR), participa de movimentos religiosos e também estudantis. A conferência nacional é a oportunidade de você ver um pouco da cultura de cada canto do país. Você tem pessoas das mais diferentes orientações sexuais, religiosas, políticas. Isso contribui para o debate, afinal, o Brasil não é unilateral, analisa.
A juventude negra organizada também marca sua participação nos debates. Para Murilo dos Santos, 28 anos, de Santos (SP), é importante que os participantes entendam a questão racial dentro do processo de construção de políticas para a juventude.
A gente se impôs de uma certa forma dentro desse processo porque a gente já tem um fórum da juventude negra. Se você quer um processo justo para a sociedade, o importante é conversar com todo tipo de juventude, defende.