postado em 29/04/2008 21:15
O Rio tem ao menos dez vezes mais pessoas infectadas pela dengue que os casos notificados, afirmou o médico cubano Eric Martínez Torres, membro da Academia de Ciências de Cuba e especialista em dengue, em visita ao Rio nesta terça-feira.
Na cidade à convite da prefeitura, Torres disse ainda que a capital fluminense passa pelo tipo de epidemia de dengue mais perigosa no mundo hoje e que falta ao Rio cultura e educação sanitárias para evitar novas epidemias. "É um trabalho de muitos anos. Precisa de um esforço conjunto, e não só do governo".
Em palestra a médicos da rede municipal de saúde do Rio, o cubano afirmou que o Rio enfrenta a situação mais temida em relação à dengue: a volta do tipo de vírus 2 quando uma parte da população já foi contaminada por um outro tipo --no caso do Rio, o 3-- mas ainda não está imune ao tipo 2.
Quando contaminada a um tipo de vírus, o paciente se torna imune a ele, porém mais suscetível se infectada com um outro tipo, segundo Torres. Além disso, o tipo 2 é um dos mais agressivos dos quatro tipos, afirmou. A última epidemia de dengue no Rio, em 2002, foi do tipo 3 da dengue e o que prevalece no surto deste ano é o tipo 2, que não aparecia desde 1990, segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio. O quadro, para o médico cubano, explica a grande incidência de crianças com dengue neste ano no Rio.