Brasil

Caso Isabella: presas recebem madrasta com protesto

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postado em 08/05/2008 16:51
As detentas da Penitenciária Feminina de Sant'Ana, no Carandiru, para onde Anna Carolina Jatobá foi levada na manhã desta quinta-feira, escreveram no pátio uma mensagem para Isabella Nardoni, 5 anos, morta no último dia 29: 'Homenagem Isabella, presente do dia das mães'. Elas também gritaram: "Assassina, maldita". Anna Carolina não tem curso superior e, por isso, recebe tratamento de presa comum. A expectativa é que ela fique pelo menos 10 dias numa cela isolada das demais presas. A secretaria de Administração Penitenciária (SAP) SAP não informou qual será o procedimento depois do isolamento. Se ficar comprovado que ela corre algum tipo de risco, Anna Carolina poderá continuar em cela individual. Enquanto estiver isolada, a madrasta de Isabella não tem direito a banho de sol nem terá contato com outras detentas. Ela poderá receber objetos de uso e higiene pessoal dos parentes ou advogados. O marido dela, Alexandre Nardoni, concluiu a faculdade de Direito e tem tratamento especial, destinado a presos com curso superior. O casal teve prisão preventiva decretada e a Justiça aceitou a denúncia por homicídio triplamente qualificado pela morte de Isabella , atirada do sexto andar do apartamento do pai. A Penitenciária Feminina de Sant'Ana tem três pavilhões, divididos em alas ímpares e pares, e capacidade para 2.400 detentas. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) não informa quantas presas estão lá hoje. (leia a íntegra do despacho do juiz para a prisão preventiva). A Penitenciária de Sant'Ana teve um pedido de intervenção feito pela Defensoria Pública de São Paulo em junho passado. A Defensoria alegou que as 2.600 presas que lá estavam em maio do ano passado não recebiam tratamento médico adequado e viviam sem condições mínimas de higiene. De acordo com relatório da Defensoria, a água servida pelas detentas tinha cor amarelada, e - além disso - ratos e pombas circulavam pelas celas. As péssimas condições de higiene e assistência médica haviam sido responsáveis, segundo a Defensoria, pela morte de quatro mulheres apenas no primeiro semestre de 2007.

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