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Caso Isabella: Novo pedido de habeas corpus pode ser entregue ao STJ

Advogados de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá estudam recorrer hoje à Corte, antes de o TJ de São Paulo decidir sobre prisão preventiva

postado em 15/05/2008 09:12

Os advogados de Alexandre Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Jatobá, 24, devem entrar nesta quinta (15/05) com novo pedido de habeas corpus para tentar obter a liberdade do casal, desta vez no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Segundo Ricardo Martins, um dos três defensores, o julgamento na Corte seria mais rápido. Rogério Neres, outro advogado do casal, confirmou que o pedido deve ser feito hoje. Porém, o defensor Marco Pólo Levorin afirmou ao Correio que o ideal seria esperar a análise do mérito por parte da 4; Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O desembargador Caio Canguçu de Almeida, um dos três integrantes da Câmara, negou na terça-feira liminar que tiraria o casal da prisão. O julgamento do mérito pode ocorrer no dia 20.

Segundo Martins, o novo habeas corpus conterá os mesmos argumentos do anterior. Os advogados sustentam que o casal tem residência fixa e não prejudicaria as investigações do caso. Eles atacam ainda os argumentos do juiz Maurício Fossen para pedir a prisão dos acusados ; de manutenção da ordem pública e da credibilidade da Justiça. A fragilidade dos argumentos de Fossen, segundo Marco Pólo Levorin, é o que o faz acreditar que a Justiça de São Paulo deve libertar seus clientes. ;Estamos confiantes de que eles serão soltos porque o argumento de clamor popular não é motivo para prisão preventiva;, argumenta.

Isolamento
Alexandre e Anna Carolina receberam a visita dos advogados. Há três dias isolado numa cela da enfermaria do Centro de Detenção Provisório, em Guarulhos, o pai de Isabella enfrenta problemas com os outros detentos. Na quarta (14/05), dia de visitas íntimas na penitenciária, as mulheres que entraram no local disseram aos advogados do acusado que ele não é bem-vindo. ;As companheiras estão induzindo os presos a hostilizarem o pai de Isabella por conta do seu comportamento frio;, disse uma fonte da polícia.

Alexandre está abatido e é acompanhado durante 24 horas por um agente penitenciário. Por medida de segurança, ele não sai da cela. O casal trocou recados por meio de seus defensores. Presa em uma penitenciária em Tremembé, Anna Carolina disse que sente muita falta de Alexandre e que o ama. Alexandre respondeu que também a ama e que logo estarão juntos novamente, já que ele está confiante de que serão soltos.

"Estamos confiantes de que eles serão soltos porque o argumento de clamor popular não é motivo para prisão preventiva"
Marco Pólo Levorin, advogado de defesa

Mãe diz que justiça está sendo feita
A mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, 24 anos, disse nesta quarta (14/05) em entrevista à TV Record que se tornou uma pessoa fria depois que perdeu a filha, assassinada no dia 29 de março. ;Espero por justiça e acho que agora ela começou a ser feita;, voltou a dizer. Ela contou que ficou satisfeita com a decisão do desembargador Caio Ganguçu de Almeida, que negou habeas corpus para o casal suspeito.

Muito emocionada, a mãe de Isabella lembrou que o momento mais difícil foi quando encontrou Isabella no jardim do Edifício London . ;Ela respirava, o coração dela batia e ela estava no chão. Não podia fazer nada por ela. Apenas ajoelhei na frente da minha filha e coloquei a mão no peito dela e disse: ;Filha, fica calma, a mamãe está aqui, vai dar tudo certo;;, disse.

O advogado Marco Pólo Levorin disse que a entrevista de Ana Carolina foi muito emotiva, ;típica de quem perdeu a filha de maneira trágica;. Para o advogado, uma terceira pessoa entrou no apartamento, esganou Isabella e a jogou pela janela. ;Provavelmente um ladrão que não furtou nada porque ficou assustado;, argumentou.

Levorin disse que os filhos do casal, Cauã, 1 ano, e Pietro, 3, estão traumatizados porque viram os pais sendo presos. Segundo ele, os meninos não param de chorar. Anna Carolina Jatobá também chora bastante na penitenciária. Ontem ela recebeu solidariedade de outras detentas que também respondem por homicídio de parentes.

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